01 - Reencontro

Ser acordada com a notícia da morte de alguém não é a melhor maneira de se começar o dia, porém só nos dá motivos para antes mesmo de por os pés no chão agradecer a Deus por um novo dia.

Pedro: - Eduarda, levanta filha, você sabe que o cemitério não é muito próximo daqui! E acorda esse porquinho ai ao seu lado que vamos o deixar na casa da sua mãe, já até a avisei, estou esperando vocês, não demorem! Temos que dar uma força pra família.

Eduarda: - Ta bom pai. – respondi ainda sonolenta tentando processar as noticias de minutos atrás.

Eu ainda não acreditava que Dona Célia havia falecido pela madrugada. Aquela senhorinha que foi por toda a minha infância a minha segunda avó, me lembro com clareza das vezes que corria para a casa dela apenas para não ter que tomar banho. E ser acordada hoje com a noticia de que não á veria mais, me fez repensar em todas as coisas que fiz nesses últimos anos.

Bom, deixe-me apresentar, meu nome é Maria Eduarda Campos, 22 anos e recém arquiteta seguindo os passos do meu amado pai. Me tornei mãe na adolescência, com 15 anos para ser mais exata e apesar das dificuldades não tenho arrependimento algum, essa gravidez me gerou o que de mais importante eu tenho, meu filho Arthur! Aos seus sete anos, ele é sem duvidas o motivo dos meus maiores sorrisos.

Como de costume, sempre antes de o acordar lhe beijei a testa, e foi inevitável ver em seu rosto, até em seu sono os traços evidentes que ele traz do pai.

Vocês devem estar se perguntando a respeito do pai de Arthur, e não, nenhum dos dois tem conhecimento do outro. Aos meus quinze anos, completamente e obcecadamente apaixonada por meu namorado não pensei duas vezes em omitir minha gravidez. Luan estava prestes a realizar seu sonho em engrenar em uma carreira de cantor, e caso soubesse da existência de um filho, jamais partiria de Campo Grande rumo a seu grande sonho de ser cantor. Naquela idade Luan não estava pronto para ser pai, eu também não estava pronta para ser mãe, porém eu fui capaz de aceitar o fato e me encaixar no papel da maternidade. A vinda de Arthur ao mundo havia mexido demais com a minha rotina e meus sonhos, não queria que atrapalhasse a mais ninguém. Luan sem saber que seria pai partiria de cidade e seguiria com seu sonho de ser cantor, e eu, prometi a mim mesma que daria a Arthur todo o amor de pai e mãe que ele necessitasse. Muitos podem não entender, mas foi o melhor a ser feito.

Egoísmo ou não, eu não suportaria viver com o peso na consciência de ter impedido aquele que eu tanto amo de realizar seu maior sonho. Não vou mentir, ser mãe aos 15 não foi nada fácil, ainda mais quando nessa idade eu passava pela separação dos meus pais, que ao saberem da minha gravidez ficaram sem chão. Porém com uma sabedoria divina souberam lidar com o fato e mesmo a contra gosto aceitaram o fato de eu até um ano atrás jamais citar o nome do pai do meu filho, até isso mudar no ano passado quando no aniversário de Arthur eu finalmente tomei coragem ao assumir que meu namoradinho de adolescência era o pai do meu filho e após uma conversa sincera eles concordaram em deixar tudo como está. Arthur tinha no avô uma figura paterna, recebia todo amor e conforto do mundo, não era necessária estragar a vida do atual ícone sertanejo com a noticia surpresa de um filho no mundo.

Olhei Arthurzinho dormindo ao meu lado e sorri involuntária. Por ontem ter sido sexta, havia chegada exausta em casa, e como sempre meu pequeno veio cheio de carinhos pro meu lado dizendo que não me deixaria fazer nada além de descansar. Deitou ao meu lado na cama e passamos horas vendo filme.

Acordei Arthur o enchendo de beijinhos, e já com um sorriso no rosto ele abriu os olhos.

Eduarda: - Vamos tomar um banho porquinho? Hoje você vai passar o dia com a vovó Ana! – sorri

Arthur: - Com a vovó Ana? Por que? Você ta de folga hoje mamãe!

Eduarda: - Estou meu amor. Mas é que eu e o vovô vamos ter que nos despedir de uma senhorinha que eu conheci quando tinha a sua idade – sorri mexendo em seus cabelos pretos e lisos escorridos como o de um indiozinho

Arthur: - E eu não posso ir? – questionou manhoso me abraçando e eu ri

Eduarda: - Não meu amor! A vovó Ana está morrendo de saudades sabia? E olha, o netinho do vô Leandro vai estar lá pra brincar com você. Você não gosta?

Arthur: - Gosto! Mas eu não gosto do vô Leandro – falou com um biquinho me fazendo rir

Eduarda: - Por quê? – perguntei já imaginando a resposta

Arthur: - Por que ele fica cheio de beijinhos com a vó. Não gosto disso – cruzou os braços e tive que rir o enchendo de beijos

Leandro era o atual esposo da minha mãe, meu padrasto. Arthur gostava dele, mas as vezes tinha seu surto de ciúmes, o que nos fazia rir, já que Leandro mesmo com os mimos de Arthur fazia de tudo para agradar seu “neto postiço”

Dei um banho em Arthur e pedi que meu pai o vestisse enquanto eu fizesse o mesmo. Ainda não cairá a ficha da morte de dona Célia e saber que eu me arrumava para me despedir dela fazia um arrepio estranho me corroer as veias.

1 HORA E MEIA DEPOIS

Bom, agora, com todo o clima tenso que me envolve, começo a sentir a dor de uma perca. Nesse momento, um pouco afastada tento consolar Roberta, filha de Célia que chora sem parar nos meus braços.

Sara: - Mãe! Você não vai acreditar em quem veio! – dizia a adolescente olhando espantada para a mãe que estava em prantos

Roberta: - Quem filha?

Sara: - A família Santana mãe! Será que o Luan Santana veio Duda? – me olhou animada – Queria tanto ter nascido antes e morar com a minha avó quando eles ainda eram vizinhos deles! – falou olhando o tumulto de gente mais a frente envolta do caixão

Eu ainda tentava processar que eles estavam ali. Não foi uma grande surpresa, eles também sempre foram muito próximos de dona Célia, e apesar do meu “segredo” eu estava tranqüila. O astro do sertanejo certamente não estaria com a agenda disponibilizada para um acontecimento de última hora.

Roberta: - Sara, da pra respeitar ao menos a morte da sua avó e parar com essa sua euforia por cantores? Respeita pelo menos a minha dor! – falou voltando a chorar

Eu não me pronunciei, apenas a abracei outra vez, não tem palavras a ser ditas nesse momento.

Sara: - Desculpa mãe – falou sem graça – Duda, você pode me deixar um minuto a sós com ela? – pediu culpada e assenti sorrindo de canto

Disse uma frase de força para dona Roberta e me levantei dali indo para o aglomerado de pessoas.

Meu pai conversava com um amigo de longa data, e instintivamente com o olhar procurei aquela família tão conhecida por mim. Não os achei e agradeci por isso. Peguei meu celular no bolso da calça e iria ligar para minha mãe na tentativa de lhe perguntar se Arthur já tinha comido já que por esses dias ele estava evitando se alimentar saudavelmente. Desbloqueei meu celular e fui rumo aos contatos, mas antes que eu clicasse no nome “mãe” uma mão suave em minha cintura me despertou.

_______: Duda? – indagou aquela voz que era inevitável não reconhecer. Meu corpo todo entrou em choque, meu coração pulsou e um certo pesar tomou meu cérebro.

Rever seu ex-namorado, pai do seu filho e atual cantor que não sabe metade das coisas que o omiti logo em um velório, não é a melhor maneira do destino começar a agir

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OIIIIIIII meninaaaaaas! Olha eu, Biazinha aqui de novoooo! \o/ Boom, primeiro capítulo ta no ar, agora já da pra vcs terem uma noçãozinha de como será essa história né? Bem forte, cheio de emoções e de altos e baixos! Bom, espero do fundo do meu coração que gostem, estou fazendo com todo amor do mundo!

Será como vai ser esse reencontro ein? hahaha

PS.: Quem quiser participar do grupo da fanfic no Facebook onde avisarei sobre quando posta os capítulos é só acessar: https://www.facebook.com/groups/845652302179234/?fref=ts

Super bjos <3