02 - Curiosidade

Eu estava em Campo Grande a dois dias, além de rever a minha família, estava ajudando meu tio Max com a gravação do primeiro DVD da dupla que ele empresariava, quando pela madrugada, ainda quando estávamos no estúdio revendo os últimos detalhes da gravação que aconteceria dali um dia, Max recebeu a noticia de que dona Célia havia falecido. Ficamos todos surpresos, dona Célia esbanjava saúde, e um infarto fatal do nada nos deixou ainda sem entender o por que de sua morte.

No outro dia pela manhã, sem rodeios e sem me importar com o tumulto que poderia causar, acompanhado de toda minha família fui até o velório de dona Célia, precisava me despedir daquela que tanto me aconselhou em minha adolescência. Após chegar lá e fazer uma oração comecei a identificar alguns rostos conhecidos de anos atrás. Olhei a minha direita e imediatamente reconheci aquele que tanto já me causou medo. Seu Pedro, pai de uma das minhas ex-namoradas. Lembro-me que ele era extremamente conservador, e pedir Duda em namoro pra ele me fez arrancar muitos fios de cabelo por medo. Curioso em revê-la a procurei por ali. Minha atenção foi completamente tomada por uma mulher de costas, parecia mexer no celular e não pude deixar de notar em seu corpo, nada fora do normal, porém de uma beleza aparentemente natural que deixa qualquer um babando. Olhei bem aquela silhueta e tive a impressão de a conhecer de algum lugar, de repente minha ficha caiu.

Era Duda! Com o cabelo mais loiro, o corpo mais evoluído, mas ainda sim era ela, eu tenho certeza!

Me aproximei e ela nem percebeu, toquei sua cintura.

Luan: - Duda?

Ela virou-se um pouco espantada, parecia pálida, porém sorriu de canto e pareceu engolir em seco.

Eduarda: - Luan! Quanto tempo!

Luan: - Muito tempo mesmo ein muié! – sorri e por impulso a puxei pra um abraço, sentindo impressão minha ou não ela ficar tensa em meus braços. – Como você ta Duda? Quantos anos sem te ver! – sorri – Ta lindona ein? Mais loira, mais crescida – falei a olhando e a percebi sorrir tímida

Eduarda: - Estou bem – sorriu – Nem achei que você me reconheceria depois de anos.

Luan: - E como que esquece quando uma pessoa só nos fez bem? – sorri, falei sem intenção de uma cantada, mesmo que ela estivesse linda

Eduarda: - Ah... – abaixou a cabeça – Então Luan... foi ótimo te rever, mas eu preciso ir, tenho que fazer uma ligação – falou rápido e balançou o celular na minha frente – Tudo de bom pra você – sorriu e beijou minha bochecha tudo em uma pressa incrível, mas antes que ela se afastasse segurei seu pulso

Luan: - Duda, sei que não é hora muito menos lugar, mas amanhã a noite tem a gravação do DVD do Fábio e Rafael, eles são a dupla do meu tio Max, não quer dar uma passadinha por lá não? –perguntei sem graça

Eduarda: - Eu... Eu vejo se apareço lá. Tchau!

Duda saiu a passos rápidos e eu ainda tentava processar o fato de acabar de levar um fora da minha ex-namorada. Passei e mão em meu cabelo a observando se afastar e procurei meu pai com o olhar o vendo conversando com seu João.

Ficamos ali até o enterro, o clima não era dos melhores, e o olhar de todos era perdido. Procurei Duda com o olhar antes de ir, porém fui informado por seu João que ela já havia ido embora acompanhada de seu pai que nem tive tempo de cumprimentá-lo. Entrei no carro acompanhado de meus pais, minha irmã e Max.

Amarildo: - Não foi o melhor jeito, mas revi tanta gente que fiquei até contente.

Max: - Bem que dizem que é só velório pra gente rever as pessoa s- riu

Bruna: - Verdade! Vocês lembram da Gisele? Está maior do que eu!

Luan: - Qualquer um é maior que você Bruna! – falei rindo

Marizete: - E aquela sua namoradinha Lu, ela ta linda, vi ela de longe ao lado do pai. Aqueles dois nunca se desgrudam!

Luan: - Ela ta linda mesmo – sorri me lembrando

Amarildo: - Já que vocês tocaram no assunto, vocês não vão acreditar! Estava conversando com o João e ele comentou do Pedro, que esta se aposentando mesmo que ainda seja um mestre em arquitetura, ele disse também que a Eduarda seguiu os passos do pai..

Luan: - Sério? – perguntei surpreso o interrompendo – Quando a gente namorava ela odiava fazer qualquer coisa que envolvesse matemática! – ri me lembrando – Ela mudou bastante

Amarildo: - Pois é! Comentei que finalmente Pedro estava ganhando uns cabelos brancos e o João disse que isso foi resultado de ser avô

Engoli em seco e olhei assustado pra frente. Que eu saiba Pedro só tem Eduarda de filha, e como assim ele era avô?

Max: - Avô? Acho que isso é conversa viu! Já vi a Duda algumas vezes, mas não com filho.

Bruna: - Fora que ela é muito nova pai! Deve ser conversa do seu João, sabe como ele fala demais.

Marizete: - Mas segundo a esposa dele, eles até se mudaram de bairro para não comentarem da gravidez precoce da Eduarda.

Max: - Isso é só conversa pô! Eles se mudaram por que a Dona Ana e o seu Pedro se divorciaram, isso é o que todos disseram. Ninguém falou de gravidez!

Eu não me meti, ainda estava assustado com a possibilidade de Eduarda ter se tornado mãe, até por que ela é um ano mais nova que eu, ela ser mãe tão nova deve ter a atrapalhado bastante. Porém, conseqüência de um ato impensado sem proteção, ela tinha que arcar com as conseqüências, seja ela um filho ou não. Imagino como Pedro se isso for realmente verdade deve ter ficado, ele era conservador, e com certeza deve ter quase matado o pai da criança.

Marizete: - A gente podia aproveitar que estamos aqui e fazer uma visita á ele né? Foi sempre tão atencioso com a gente, e nem se quer o cumprimentamos lá!

Bruna: - É mesmo, estou curiosa com essa história, preciso ver a Eduarda e saber se é só boato – falou rindo

Amarildo: - Curiosidade mata sabia Bruna? – riu

Concordamos em os fazer uma visita, pelo que Max disse, Pedro morava só com Eduarda, e ligando para seu João conseguimos o novo endereço, e não posso negar que assim como Bruna, estava curioso em saber se toda essa história de filho era mesmo verdade ou não.

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E agora ein? Eita povo curiosoooo hahahaha O que estão achando?