03 - "Primeiro Encontro"

Sai daquele lugar com meu coração pulsando. Parece que estava estampado em minha testa durante o pouco tempo que falei com Luan que o escondia algo. Ele estava diferente, e frente a frente estava mais lindo ainda do que na TV. O perfume e o sorriso eram os mesmo e revê-lo depois de finalmente superar tudo me deixou balançada.

Meu pai estava prestes a se aposentar, porém ainda trabalhava para seus clientes de longa data, e tendo a visita marcada de um deles em nossa casa a dali poucos minutos, ele pediu para que eu o deixasse me casa ante de pegar Arthur na casa da minha mãe. Eu estava sentindo algo estranho, talvez um certo peso na consciência, porém tentei enganar a mim mesma que era só saudades de Arthur, que assim que apareci no portão pulou em meus braços.

Arthur: - Que saudades mamãezinha!

Eduarda: - Mamãezinha? – perguntei rindo – Eu também morri de saudades indiozinho! Brincou muito? – perguntei entrando na casa vendo mina mãe e meu padrasto sorrirem pra mim

Arthur: - Brinquei! Joguei bola, vídeo game, nadei com o Juninho...

Arthur me contou tudo o que fez. Juninho, neto do meu padrasto estava tomando seu banho, e apenas o esperei sair para me despedir do pequeno e ir para casa após uma conversa com minha mãe e seu esposo.

Entramos em meu carro e liguei o som, Arthur adorava escutar musicas e foi conversando e cantando comigo me arrancando risadas. Ainda no centro da cidade, em uma enorme praça se via de longe um senhor vendendo algodões doce, e Arthur com os olhinhos brilhando me fez estacionar o carro e ir até lá o comprar um. Uma menininha estava indecisa sobre pegar o rosa ou o branco, e seu pai a ajudava, Arthur que segurava minha mão os olhava atentos e após eles se decidirem comprei um algodão doce para Arthur que foi calado até o carro.

Eduarda: - O que foi meu amor? Não quer mais o algodão doce? – perguntei preocupado

Arthur: - Mamãe? Eu tenho papai? – questionou com o rostinho confuso e os olhos escuros esbugalhados

Meu coração apertou, e me senti uma péssima mãe em saber que aquela pequena confusão dele era culpa minha, respirei fundo e lembrei-me de Luan.

Eduarda: - Todo mundo tem um meu amor! Mas é que o seu papai é um anjinho – disse cuidadosa

Arthur: - Um anjinho? Então ele tem o poder de voar? – perguntou animado me fazendo rir de sua inocência

Eduarda: - As vezes sim amor. Mas na maioria das vezes ele tem o poder mesmo é de criar sorrisos em meio mundo, e vive por ai realizando sonhos. – sorri de canto olhando Arthur que agora comia seu algodão doce empolgado

Arthur: - E será que um dia ele vai realizar meu sonho mamãe?

Eduarda: - E qual é o seu sonho bebê?

Arthur: - Um dia dar um abração de urso nele mamãe! Igual eu abraço você quando estou com saudades

Não há palavras que distinguem a dor que senti ao ouvir isso. Arthur nunca foi muito de perguntar sobre seu pai, o avô por vezes supria a ausência de um pai e eu era imensamente agradecida a ele por isso. Engoli em seco a minha conversa com Arthur, e sei que quanto mais maiorzinho ele estiver, mais duvidas terá, e eu terei de ser forte. Eu não tenho o direito de depois de sete anos atrapalhar a vida de Luan. Desviei o assunto de Arthur para a sua escolinha e assim fomos o resto do percurso até em casa. E ao estacionar percebi um carro diferente, certamente do cliente do meu pai.

Eduarda: - Assim que entrarmos você vai direto pro banho ta me ouvindo porquinho? – falei o ajudando a descer do carro e pegando a pequena mochila com suas coisas que levei para a minha mãe

Arthur: - Eu vou! Mas com uma condição – me olhou sorrindo sapeca

Eduarda: - Qual?

Arthur: - Primeiro tira ela – disse levantando os braçinhos e por já estarmos na garagem de casa tirei a camisetinha azul que ele vestia – Agora me pega!

Com um sorriso sapeca e uma energia incrível Arthur correu pela garagem passando pelo carro do meu pai, fui atrás dele e ficando na pontinha dos pés ele abriu a grande porta que dava entrada a casa ainda rindo sapeca, fui atrás dele e antes dele correr pela sala o peguei por trás rindo e quando levantei minha cabeça tomei um susto! Meu sangue esvaiu da cabeça e engoli em seco ao ver Luan, Amarildo, Marizete, Max e Bruna sentados no sofá da minha casa me encarando.

Eu ainda estava estática, quando Arthur exclamou um “vovô” e correu para o colo do meu pai que me olhava significativo.

Pedro: - E ai garotão! – bateu na mão dele que já estava no colo do avô, fechei a porta atrás de mim e tentei controlar a minha respiração, ainda assustada. Os olhares de todos estavam em Arthur, menos Luan que me encarava fixo. Puta merda! – Fala oi pras visitas campeão.

Sai do meu transe e percebi o quão mal educada estava sendo, tentei me recompor e finalmente me pronunciei.

Eduarda: - Oi gente. – sorri sem graça – Que surpresa vocês aqui.

Amarildo: - É, nem tivemos como conversar lá – sorriu se levantando – Tudo bom Eduarda? – beijou meu rosto – Como você ta mudada!

Sorri sem graça e ouvi meu pai rir alto, olhei e Arthur coxixava algo no ouvido do meu pai timidamente.

Pedro: - Vocês ouviram isso? – perguntou rindo e Arthur escondeu o rostinho

Max : - O que? – riu

Arthur tampou o rostinho envergonhado, porém tomou coragem de se pronunciar

Arthur: - Aquele moço ali parece o Luan Santana – disse apontando o Luan e fazendo todos na sala rirem

Luan: - Pô cara, cê acha? – sorriu e se sentou ao lado do meu pai para conversar com Arthur

Meu coração saltou pela boca, meus olhos estavam vidrados nos dois, eu ainda não acreditava que o que eu tanto evitei estava acontecendo por obra do destino, meu pai me olhou sorrindo, pareceu não se importar. Merda! Será que ele não entendia a gravidade do problema?

Arthur: - Acho! Seu rosto assim parece – passou a mão na barba de Luan e tive que prender minha respiração – Só não sei o cabelo. – riu

Luan: - Não sabe? É só você tirar minha touca uai. Tira ai pra você ver se eu pareço mesmo com ele

Arthur desceu do colo do meu pai ficando de costas a Marizete e Bruna, e frente ao Luan, com o olhar curioso tirou a touca dele, tombou a cabecinha e parecia o analisar. Luan bagunçou os cabelos e o olhou sorrindo.

Luan: - E ai cara? Eu pareço com ele?

Arthur: - Parece, parece muito!

Luan: - E você gosta dele? – questionou tombando a cabeça

Arthur: - Não muito – fazer careta e Bruna e Max riram, tive vontade de enfiar a cara em um buraco de vergonha

Luan: - Não cara? Por que?

Confesso que eu também estava curiosa, Arthur sempre ouvia e cantava animado as musicas de Luan.

Arthur: - Por que toda vez que a mamãe escuta ele ela fica triste. As vezes até chora – respondeu inocente

Todos na sala me olharam, outra vez engoli em seco. Maldita inocência do Arthur! Maldita boca! Maldita hora que eles vieram parar aqui em casa.

Bruna: - Mãe? – chamou Marizete e todos olharam-nas disfarçaram o clima tenso que se formou após as palavras de Arthur

Marizete: - Oi?

Bruna: - Ele tem a mesma manchinha de nascença que eu e o Pi temos na cintura – falou sorrindo olhando Arthur

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Chegueeeeeei meninaaaas! *-* Completamente encantada com a quantidade de comentários, e foram todos respondidos com muito carinho okay? Obrigado mesmo!
E agora ein, essa manchinha de nascença igual a dos irmãos Santanas... Huuuuum, sei não! O que vai dar?
Espero que gostem ;)