07 - Percepção de Mãe

Acordei no dia seguinte com a ligação de Laís em meu celular, e ao pegá-lo para atendê-lo levei um baita susto ao notar que já se marcava três horas da tarde.

Laís: - Dormindo até essas horas? - perguntou assim que ouviu minha voz de sono

Duda: - Sim, não tive uma noite muito agradável - suspirei - Mas há que devo á honra de sua ligação? - ri

Laís: - Te lembrar do aniversário do meu sobrinho! Lembra, o Arthurzinho estava louco para ir!

Duda: - É hoje? - disse espantada

Laís: - Sim, as cinco! - riu -

Duda: - Meu Deus Laís, nem comprei presente! Vou me arrumar e vou com o Arthur comprar alguma coisa com ele no shopping, aproveito e como alguma coisa.

Laís: - Me espera, daqui vinte minutos passo ai e vou com você!

Não discordei, apenas combinamos e fui atrás de meu pai ou de Arthur pela casa, até encontrar dona Cida na lavanderia.

Laís: - Cadê meu pai e o Arthur Cida? - perguntei após beija-la no rosto

Cida: - Eles pediram pra avisarem que iriam almoçar fora Duda, seu pai tentou te acordar mas você dormia feito pedra!

Laís: - Almoçar onde? E até essas horas?

Cida: - Ele disse que é com um tal de seu Amarildo! - deu de ombros voltando ao seu trabalho

Respirei fundo pedindo á Deus paciência e sabedoria! Ontem mesmo prometi a mim mesma jamais aceitar a aproximação do meu filho com essa família Santana e hoje justo meu pai que sabe exatamente de tudo o leva até eles? Preciso buscar meu filho, até por quê há um aniversário para irmos!

*Luan Narrando

A galera do camarote de ontem reuniu para almoçarmos, e nisso de almoço o tempo só ia passando em meio á conversas e risadas, até o pai de Duda veio e me mordi em curiosidade de saber o motivo dela ter ido embora tão cedo e também por não estar aqui hoje. Olhei Arthur que estava tímido no colo do avô e comecei a puxar assunto com ele enquanto estavam todos despertos em seus assuntos.

Luan: - Cadê sua mãe cara?

Arthur: - Ela tava dormindo. - disse todo tímido, aquele garotinho de certa forma me encantava

Luan: - Ah! O que você acha da gente ir no balanço que tem ali de fora?

Arthur: - Não posso sujar minha roupa - sorriu pequeno e eu ri do seu jeitinho pegando sua mãozinha e percebendo o olhar de minha mãe e de seu Pedro sobre mim

Luan: - Se sujar eu te dou outra! Bora lá cara

Ele olhou pro avô como se pedisse e seu Pedro assentiu sorrindo de canto, ainda envergonhado ele levantou vindo até mim, peguei sua mãozinha pequena e me arrepiei todo. Que porra é essa? Ainda sem entender essa reação do meu corpo fui com ele até o gramado onde havia três balanços, pedi que ele sentasse para eu o empurrar, sempre gostei de crianças, porém nunca fui de levá-las para parque assim, do nada, até eu estranhei minha atitude.

Aos poucos, enquanto eu o balançava ele foi perdendo sua timidez e gargalhando á cada vez que ia mais alto, seu sorriso me lembrava o da sua mãe e por um instante uma besteira qualquer se passou por minha mente: poderia ser eu, ela e nosso filho hoje se eu não tivesse escolhido á música ao invés dela, se eu não tivesse á deixado, se ela tivesse topado me esperar.... Respirei fundo e minha atenção foi tomada pelo pequeno.

Arthur: - Você tem filho? - me olhou curioso se balançando com os pézinhos, sorri achando a cena fofa e sentei-me no outro balanço - Vai arrebentar! - disse preocupado e eu ri

Luan: - Arrebenta não - ri - Não sou tão gordo! - ri e ele sorriu timido abaixando a cabeça - E não, eu não tenho filho.

Arthur: - E você quer ter?

Luan: - Um dia, quem sabe. - sorri e ele abaixou a cabeça, parecia triste enquanto se balançava de leve.

Arthur: - Eu não tenho pai - disse baixo me olhando chateado, triste e aquele rostinho dele me dizendo isso me cortou o coração de uma forma incrivelmente dolorosa

Luan: - Mas aposto que é muito amado! - sorri pequeno sem saber o que dizer

Arthur: - Você é legal - sorriu agora mais animado - Eu até gosto de você sabia? - disse inocente me fazendo rir

Luan: - Eu também gosto de você! Ah, e prometo te trazer um presente quando fizer show aqui - disse e vi ele se empolgar

Arthur: - Se eu tivesse um pai, queria que ele fosse como você - disse me pegando de surpresa, aquilo outra vez tocou meu coração

Luan: - Como eu?

Arthur: - Você é legal, brinca comigo e minha mãe disse que veio ao mundo pra levar alegria pras pessoas. Isso deve ser incrível! - sorriu largo e eu ri

Luan: - É incrível sim! - comecei a me balançar na mesma intensidade que ele - Mas as vezes temos que abrir mão de muitas coisas por isso - disse levando meu pensamento á mãe dele. Mas que diabos estava me acontecendo que agora Duda, um ex amor do passado viveria rondando minha mente e meus sonhos?

E como se fosse um passe de mágica, ao olhar pra frente é vi ali, parecia pálida e desconfortável, Arthur ao vê-la correu ao seu encontro á abraçando, aquela cena era linda e foi impossível um sorriso não brotar dos meus lábios.

Duda: - Oi - acenou de longe pra mim

Luan: - Oi - sorri me levantando para ir até ela, porém ela parecia querer fugir já que antes que eu me aproximasse pegou Arthur no colo, acenou um tchau e se virou para ir, porém antes que ela se virasse pude ver seus olhos...marejados? O que diabos estava acontecendo com ela? Aliás, comigo que agora estava preocupado com uma pessoa que nem do meu convívio é mais!

Apressei meus passos para ver se á alcançava em vão, ela, seu pai e o garotinho que estava me encantando acabaram de ir embora.

.............

Marizete: - Luan? - chamou-me mansa quando me ajudava a arrumar minha mala para eu ir á mais uma semana de shows enquanto ela e meu pai com Bruna voltariam para casa

Luan: - Oi?

Marizete: - Lindo o filho da Duda né?

Luan: - Muito - sorri me lembrando

Marizete: - Achei parecido com você! - disse daquele jeitinho de mãe, á conhecia bem

Luan: - Mãe, desembucha logo! O que quer dizer com isso? - á encarei e ela se sentou na cama fazendo sinal para eu me sentar ao seu lado

Marizete: - Você não achou ele parecido com você?

Luan: - Sei lá mãe... Não sou muito de perceber essas coisas - dei de ombros

Marizete: - Poisé, mas ele é a sua cara quando pequeno!

Luan: - Onde você quer chegar? - ri sem entender erguendo a sobrancelhas pra ela

Marizete: - Não sei... Só é muita coincidência não? A idade dele com a época que fomos embora, a aparência dele, a manchinha que sua irmã viu... Ele ter se apegado á você tão rápido assim como você á ele...

Luan: - Mãe - engoli em seco - Se a senhora tiver insinuando que - fechei os olhos atordoados, isso é impossível não é mesmo? Duda não faria isso, ela era muito nova para ter coragem de assumir um filho sozinha por vontade própria, sem contar que com a fortuna que tenho hoje em dia ela com certeza já teria procurado seus direitos para um futuro melhor para Arthur. O garoto nem se parece comigo... Ta bom, um pouco... Um pouco muito! Mas isso não tem nada a ver... Ou tem? Não, isso é loucura, é isso! Tudo isso não passa de loucura! Vou viajar, sair de Campo Grande e tudo voltará a ser como antes. Sem Duda em meus sonhos e memórias e sem Arthur na minha cabeça com essa idéia maluca da minha mãe. Mas é impossível, de certa forma, no fundo, admito: ambos já estão em meu coração!

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Capítulo fofo entre Arthur e Luan pra vcs *-* Será que a Duda vai continuar com isso de querer afastar Arthur da família Santana? E o que Arthur disse pra Luan, será que ficará na mente do nosso cantor? E o mais importante.... parece que tem uma mãe, ou avó por ai desconfiada, querendo abrir os olhos do filho, será que vai funcionar? Luan vai finalmente acordar pra vida?

Comentários passados respondidos com muuuito amor! Já disse que vcs sao incriveis hj? Se não, vcs são maravilhosaaas! <3