22 - Encurralada

Olhei pra Laís sem saída, não sabia o que fazer.

Laís: - Eu posso falar que você tomou um remédio e capotou, sei lá! - deu de ombros

Duda: - Não, fugir é pior! Eu vou lá e vou ser a melhor atriz desse mundo! - revirei os olhos e sai deixando Laís com Arthur e indo até o pequeno comodo que servia de sala - Oi - disse sorrindo pequeno pra Marizete e ignorando totalmente a presença de Bruna

Marizete: - Preciso conversar com você. – olhou-me de um jeito que parecia me penetrar a alma, porém com carinho, engoli em seco, algo me dizia que era sobre Arthur

Duda: - Aconteceu alguma coisa? – disfarcei

Bruna: - Nós é que te perguntamos o que aconteceu nesses últimos anos! - disse grossa como sempre

Duda: - O que? Eu não te devo satisfações, e já que ta aqui seja pelo menos educada por que em momento algum te desrespeitei! - falei firme e vi Marizete á repreender com os olhos

Marizete: - Eduarda, eu vim aqui por que tem uma coisa que não ta saindo mais da minha mente, e parece que ta tudo conspirando pras minhas suspeitas serem verdades, e imagino que você saiba do que se trata! - falou firme e eu estremeci

Duda: - Eu.. Não faço a mínima idéia! – menti        

Bruna: - Me explica a pinta e a manchinha do Arthur? Aquela pinta  que apenas eu e o Luan temos, e a manchinha  que apenas eu e minha falecida avó também temos! Que eu saiba isso é passado de geração para geração!

Duda: - O que? Eu não sei, virei dermatologista agora garota? 

Marizete: - Eu sei, eu sinto que você nos esconde algo Duda! Eu nunca entendi o motivo do termino de vocês quando o Luan propôs voltar e te buscar, nunca me convenci dessa historia louca de você ter engravidado de outro cara. Voce sempre foi uma menina tão doce, não se entregaria a ninguém sem amor! Eu vi você crescer Eduarda, e sei que essa história que vocês idealizaram não condiz com seu caráter, não condiz com a verdade!

Duda: - Olha, eu não sei do que a senhora esta falando. Sem querer ser sem educação, mas da verdade da minha vida sou eu quem sei!

Bruna:  - Estou falando sobre o seu filho, meu sobrinho!– respondeu com firmeza e senti meu coração dar um solavanco

Duda: - Vocês estão loucas?

Marizete: - Por que me disse que o Arthur tem seis anos quando na verdade ele tem sete?

Bruna: - Acho que as respostas pra isso tudo estão bem óbvias! E agora Eduarda, qual vai ser e desculpa estúpida que você vai inventar pra ter se achado no direito de esconder um filho do Luan? - cruzou os braços e eu engoli em seco, elas realmente me colocaram contra a parede. O sangue da minha cabeça se esvaiu, segurei ainda mais minhas lágrimas, perdi a fala e não sabia o que fazer, o que falar ou como me defender

Marizete: - Eduarda, eu ando me perguntando o que te levou a fazer isso, por que sinceramente não há um motivo no mundo que caiba nisso! Você afastou o Arthur do Luan, um pai de um filho! Sabe a gravidade disso? Você decidiu a vida de duas pessoas sem se importar com o que o Luan iria querer!

Duda: - A senhora esta insinuando uma loucura! – engoli em seco segurando minhas lágrimas, não pode ser que ela saiba realmente a verdade

Marizete: - Se é então uma mentira por que dessa cara de espanto? Esses olhos marejados? Sempre que ver o Luan ao lado do Arthur segurar a emoção e tratar de fugir? Aguentar todos os desaforos da Bruna e a garantir que tem a consciência limpa?

Duda: - Por que eu tenho Marizete! – engoli o choro

Marizete: - Tenho certeza que não! Eu por exemplo não ficaria com a consciência limpa sabendo que meu filho tem a oportunidade de ter um pai que vai o amar, porém não tem por escolha minha! Não ficaria de consciência limpa em afastar um dos amores mais puros que existem. Não dormiria tranqüila sabendo que eu poderia ter uma família linda com um rapaz que me amou mais que tudo, eu não conseguiria dormir uma noite com esse peso, e me surpreendi você conseguir, mesmo que os motivos que te levaram a fazer isso sejam fortes, eu juro que não consigo entender! Não adianta mais negar Duda, se a gente se reencontrou, conheci Arthur, ele se pareceu tanto com o Luan, se eu desconfiei, talvez seja por que Deus quer que acabe logo esse injustiça. Deus não quer jamais um filho afastado de um pai!

Duda: - Marizete, não insiste! O Arthur não é filho do Luan! Não é! Tira isso da sua cabeça pelo amor de Deus! – pedi me levantando , já não conseguia segurar as lagrimas de desespero, isso não podia estará acontecendo!

Marizete: - Assume Duda, no fundo nós duas sabemos que é verdade!

Duda: - Não é Marizete! – solucei – Para de insistir nessa loucura!

Marizete: - PARA! Para de pensar só em você e pensa no que ta acontecendo ao seu redor! Pensa no tamanho do seu erro e nas duas pessoas mais prejudicadas nisso tudo. Para de mentir. Para de mentir pra mim, pra você mesma, pro mundo! Vai ser pior persistir nesse erro!

Duda: - Mas que droga! – levantei-me nervosa enxugando minhas inúmeras lagrimas – Se a senhora não quiser acreditar em mim, tudo bem, não vou te forçar á nada, só me deixa em paz! Você, a Bruna, seu marido e principalmente o seu filho! Me deixem em paz com essa maldita história! – abri a porta para que elas saíssem – Quando você tiver provas que confirmem esse loucura a senhora me procura! – engoli em seco tentando parecer forte

Marizete: - 22 de março de 2007, uma semana antes de irmos embora e foi a sua primeira consulta em um ginecologista, começo de março, dias antes do aniversário do Luan em 2007, exatamente quando achei a primeira camisinha no meio das coisas dele. Final de dezembro também de 2007, foi quando seu filho nasceu. Como se não bastasse essas datas tão coincidentes, o Arthur tem a mesma manchinha de nascença da Bruna e do Luan. Além disso tudo, já viu uma foto do Luan quando criança? A cara do Arthur! Já observou os gostos, a personalidade, o jeitinho dele? Você não pode negar, é o Luan em miniatura!

Duda: - A senhora ta vendo coisa onde não tem! – engoli em seco

Bruna: - Então nos prova que você ta certa! Me deixa fazer o exame de DNA! – voltou a se intrometer pro meu desespero

Duda: - O QUE? – a olhei indignada – Não, claro que não! Não preciso te provar nada! – disse começando a ficar aflita

Marizete: - Sua reação só prova o quanto eu to certa – sorriu de canto – Coração não engana, e eu sei que o Arthur é meu netinho.

Olhei pro lado pensando em uma maneira de fugir, de dizer algo que as fizessem mudarem de idéia, talvez gritar, impor o meu lado, mas naquele momento percebi que não havia mais o que fazer. Estava tudo perdido, ela havia descoberto, não sei de que forma, mas ela conseguiu, e agora não só o meu mundo, mas de muita gente viraria de cabeça para baixo, e no fundo eu só me preocupava com uma pessoa: Arthur!

Marizete: - Eu vou indo Duda, e só espero que você não demore pra abrir o jogo com o Luan e o Arthur, ou então, eu serei obrigada a fazer isso! – sorriu de canto passando até mim – Fica bem, no fundo eu mesmo que não entenda sei que você teve um motivo muito forte pra ser capaz de fazer isso. – beijou minha testa

Bruna: - Eu não esperava isso de você Eduarda! Apesar de tudo o que te disse, eu não esperava que você além de tudo fosse louca pra fazer isso também! A gente ta te dando a oportunidade de abrir o jogo, não me obrigue á eu mesma ter que fazer isso!

Eu estava tão inerte, tão sem chão que não processei mais nada, apenas ouvi Marizete repreendendo Bruna e á puxando.

Quando elas sairam porta a fora, naquele exato instante meu mundo desabou, o choro intalado na garganta saiu com força, deixei-me cair no chão da sala abraçando meus joelhos. Estava tudo perdido! E da pior maneira possível! Tudo o que tanto lutei, o que tanto escondi veio á tona, e o pior, no fundo eu sabia, Luan iria me odiar quando descobrisse!

 *Luan Narrando

Estava em casa, no meu quarto me arrumando para ir ao estúdio quando minha mãe e Bruna chegou em casa.

Marizete: - Vai sair filho? – perguntou me olhando com ternura, a conhecia, tinha algo a mais  que ela escondia

Luan: - Vou no Dudu. Ta tudo bem? – olhei  e Bruna que também estava estranha já havia saído da porta do meu quarto após me olhar com os olhos marejados

Marizete: - Ta sim. – sorriu sentando-se em minha cama e olhando algumas das fotos que haviam ali, dentre elas uma homenagem de uma fã, uma foto minha quando criança

Luan: - Que foi em Xumba? Saudade do seu bebê? O que houve com a Bruna–  sentei-me ao seu lado

Marizete: - Problema com as amigas – deu de ombros - Olha bem essa foto! – sorriu – Esses olhinhos, esse cabelinho... não te lembram ninguém?

Luan: - De novo com isso mãe! – levantei-me incomodado – Põem uma coisa na sua cabeça. Isso é loucura! A Duda não daria conta de esconder uma coisa dessa por muito tempo, e mesmo que escondesse eu já teria descoberto!

Marizete: - Você é cabeça dura! – suspirou – Bom, só não diga depois que eu não avisei! – passou por mim beijando minha testa

Sentei-me na cama novamente e peguei a foto em minhas mãos. Realmente, não posso negar, Arthur se parecia comigo... Porém hoje em dia, se formos considerar qualquer semelhança um vinculo teríamos pessoas com um milhão de irmãos e três bilhões de filhos. China e Japão por exemplo? Seriam todos gêmeos. Ri do meu próprio pensamento colocando a foto no lugar novamente. Um certo formigamento se instalou no meu coração... Mas... E se fosse? E se do dia pra noite eu “ganhasse” um filho da mulher que jamais saiu do meu coração? Apesar de amá-la, me conheço  e não á perdoaria nunca por isso! Isso é loucura, tenho que tirar isso da minha cabeça!

Respirei fundo e me recompondo tentando desviar meus pensamentos peguei a chave do meu carro, passei pelo quarto da  Bruna, ela tomava banho, deixei pra falar com ela depois e passei no quarto da minha mãe para despedir-me dela e á vi conversando com Deus, parecia emocionada. Esperei ela terminar sua prece e ainda de olhos fechados ela sorriu fazendo o sinal da cruz.

Luan: - Tô indo ta xumba? Ta tudo bem mesmo?

Marizete: - Ta! – sorriu- Vai com Deus! – sorriu e eu a beijei a testa estranhando, conhecia bem minha mãe.

Passei minha tarde no Dudu, trabalhamos pesado adiantando muita coisa. Já era noite quando Dudu deu a idéia de reunirmos a rapazeada e tomar umas, já tínhamos ligado pra galera e eu e Dudu riamos conversando esperando o pessoal chegar, meu celular tocou e sem olhar no visor atendi ainda rindo.

Luan: - Oi

Duda: - Luan? – ouvi a voz falha de Duda, fazendo-me ficar sério, era impressão minha ou ela estava chorando?

Luan: - Oi, sou eu. Ta tudo bem Duda? Aconteceu alguma coisa?

Duda: - Não... quer dizer, sim! A gente pode conversar? – pela sua voz havia algo errado, muito errado!

Luan: - Pode, pode! Onde?

Duda: - Passa aqui no hotel daqui um pouco! Tchau! – desligou na minha cara me deixando sem entender, meu corpo se arrepiou e uma sensação estranha tomou conta de mim!

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ELAS DESCOBRIRAM BRASEEEEEEEEEL! E O MELHOR: COLOCARAM DUDA CONTRA A PAREDE PARA FALAR LOGO COM O LUAN. Ela marcou de ser verem e só digo uma coisa: segureeeeem! hahahahahahahahah Beijooooos lindas