33 - Implicantes

Luan: - Eu não disse nada... Não pra ele! - disse ainda olhando pro céu, me manti em silêncio aguardando que ele continuasse, longos segundos depois isso aconteceu - Posso até amar Eduarda - olhou-me voltando a olhar pro céu em seguida - Mas de nada adianta o amor quando a mágoa, a raiva, a decepção, o nojo é maior!

O olhei franzindo o cenho, além de tantos sentimentos ruins ele ainda cita nojo? O que de tão errado eu fiz se fiz tudo pensando nele?

Duda: - Nojo Luan? - perguntei quase sem voz segurando o choro tamanha mágoa e dor

Luan: - Nojo da sua atitude, das suas mentiras, da pessoa que você se tornou! - olhou-me com desdem - Nojo de mim por sentir algo por você! Nojo Eduarda, nojo! Nojo daque...

Bruna: - Luan, chega! - disse atrás dele. Tanto ele quanto eu nos assustamos, nem á vimos sair pra fora, fiquei completamente sem graça por ela ter ouvido todas aquelas ofensas e pra minha surpresa ela olhava repreendedora pro Luan que se mantinha impassível - O Arthur esta chamando vocês!

Luan passou pela gente como se nada houvesse acontecido e entrou, Bruna também nada disse e seguiu o irmão, respirei fundo e olhei pra cima segurando o choro, disfarcei meu rosto e entrei. Arthur pedia para dormir com Luan, Luan de primeira deixou, não tive como dizer não, apesar de tudo percebia Arthur confuso com tudo aquilo ainda.

Duda: - Já que o Arthur vai ficar, acho que já ta na minha hora - olhei pra Luan esperando que ele dissesse algo,já que ele me trouxe, o que não aconteceu. - Eu vou indo, boa noite filho - aproximei-me dele que estava encostado no braço de Luan, beijei sua testa, olhei outra vez pra Luan que me ignorava, suspirei, como a sala estava vazia, preferi assim, não me despedi de sua família, apenas disse um "cuida bem dele" pro Luan e abri a porta de sua casa.

Agradeci por ser boa em caminhos e lembrar a saída do condominio, sem contar que ele era bem sinalizado, cheguei até lá com certa facilidade, neguei que o porteiro do condominio me chamasse um táxi, primeiramente porque estava sem dinheiro, havia trago apenas o celular, e segundo por que queria espairecer um pouco e em seguida ligaria para Laís.

Andei algumas ruas após o condominio até começar a ficar com medo, afinal, era São Paulo e eu era uma mulher sozinha. Peguei meu celular para que Laís me buscasse no carro em que estava conosco, assim que o desbloqueei vi que ela havia me mandando uma mensagem no whats, abri e ela dizia estar indo á uma balada com um "carinha", a chave estaria na portaria do prédio. Xinguei todos os nomes existentes, principalmente o de Luan, que me trouxe e me deixou na mão depois, pensei em voltar até o condominio e pedir um táxi, quando chegasse ao meu destino pagasse, porém tive receio em voltar todo aquele caminho ja que nem todos taxistas aceitam a gorjeta somente no final da corrida, fiquei naquele impasse e decidi voltar a portaria do condominio e arriscar, afinal eu nao conhecia muito bem São Paulo e prometi a mim mesma dar um jeito de trazer meu carro para São Paulo, afinal, nao preciso passar por isso por conta do babaca do Luan.

*Luan Narrando

Duda saiu por aquela porta e eu engoli em seco, quando ela abriu tive um pouco de receio, sua roupa era curta, decotada e tive medo dela sair assim, porém com certeza ela pegaria um taxi, Decidi nao me importar mais com ela e voltei e tentar ensinar o joguinho do meu celular pra meu filho.

Bruna: - Cadê a Eduarda? - apareceu na sala com a minha mãe atras

Arthur: - Foi embora - sorriu triste

Marizete: - Mas ele nem se despediu! E você Luan, não ia levar ela? Ela foi sozinha?

Luan: - Pegou um taxi

Bruna: - Com que dinheiro, não vi ela com bolsa - estranhou

Marizete: - Arthur, você gosta de creme de abacate? Seu pai ama! Vem cá experimentar que o desnaturado do Luan vai ter que dar uma saidinha! - disse minha mãe me olhando séria, mas que merda, tenho que fazer de tudo por essa mulher agora?

Arthur foi timido até a minha mãe, bufei pegando a chave do meu carro e minha carteira, olhei Bruna e ela deu de ombros.

Bruna: - Não gosto dela, você sabe, mas você pegou pesado no que disse sobre ter nojo! Ela é mulher e se eu fosse ela jogava óleo quente na sua cara! E Sao Paulo é perigoso, então vai logo, antes que alguém faça a bondade de atropelar ela! - sorriu indo pra cozinha, ela era bipolar? bufei e sai de casa batendo a porta, entrei no meu carro e parei na portaria do condominio

Um moço jovem, primeira vez que o via ali iniciava seu turno, o perguntei sobre Duda lhe dando as caracteristicas dela.

 - Ah, a loira gostosa? - saiu já tem quase meia hora

O olhei com raiva e subi o vidro do carro, onde ficou o respeito? Vou reclamar desse abusado amanha! Muleque folgado cara!

Fui andando com o carro de vagar o mesmo caminho que fiz para trazê-la, estava começando a ficar preocupado, pouco tempo depois á vi vindo na direção oposta a minha, ou seja, voltando para o caminho do meu condominio. Parei o carro ao lado dela que parecia irritada a abaixei o vidro.

Luan: - Entra ai, vou te deixar no hotel - vi ela respirar fundo e abaixar-se no vidro do carro, seu decote exposto pra mim, inevitavel nao olhar. Como deixei essa mulher vir sozinha

Duda: - Não precisa, nao vai colocar algo que você tenha nojo no seu carro importado. Só me empresta o dinheiro de um táxi, desconta depois no meu salário.

Luan: - Para com isso!

Duda: - Vai me emprestar ou não? Não me importo de voltar ao condominio e pedir um táxi, aliás, não deve estar tão longe assim, eu vou andando mesmo!

Ela voltou  a andar e eu bufei, a chamei mais duas vezes em vão, fui andando de ré no carro e seguindo e tentando a convencer de entrar no carro, ela era teimosa e eu estava irritado. Mas nem fudendo que ela iria naquela portaria com aquele carinha tarado. Parei o carro, desci dele e ela me olhou sem entender.

Luan: - Entra naquela porra! - parei frente á ela nervoso

Duda: - Você não manda em mim Luan! Não vou entrar e ponto! Já disse, nao vai deixar seu brinquedinho luxuoso com gente que você tem nojo! - cruzou os braços como uma criança emburrada

Luan: - Mas que porra Eduarda, você ta me tirando do sério!

Duda: - E você faz isso sempre, incrivel né? ME DEIXA EM PAZ, volta pra sua casa e vai cuidar do meu filho! - virou as costas para voltar a andar, a segurei com força e a virei com brutalidade

Luan: - NOSSO FILHO!

Duda: - Bruto! - reclamou tentando se soltar

Luan: - Você gosta! - disse sem pensar olhando em seus olhos

Duda: - Eu te odeio

Luan: - E eu te odeio mais ainda - encarei sua boca, ela também olhava a minha, afrouxei o aperto em seu braço, timidamente ela foi se aproximando

Duda: - Odeia mesmo? - olhou em meus olhos passando a mão em meus cabelos, levando minhas maos a sua cintura, seu jeito manso de falar me deixava sem saidas

Luan: - Odeio! - nao tirava os olhos daquela boquinha rosada

Duda: - Muito? - aproximou-se, estavamos a um dedo de nos beijar-mos, deixei o sentimento errado falar mais alto e agi por impulso

_______________________________________________

3/5