41 - Papéis Invertidos

Depois de longas horas de viagem, mal pisei dentro do condominio quando tive ua das visões mais lindas e que inundou meu peito de amor. Arthur assim que viu Duda descer do carro que meu pai havia ido nos buscar, correu pros braços da mãe pulando em cima dela e abraçando com tanta força, tanto amor que era até perceptível a qualquer um que vesse. Duda o encheu de beijos e eu sorri apreciando aquela linda cena. Sim, eu os amava, muito! Arthur ainda tinha as pernas envoltas em Duda, ainda no colo dela quando olhou-me sorrindo.

Arthur: - Oi Luan! Estava com saudade! - disse mordendo o dedo, sorrindo timido, ri baixinho e me aproximei dele, beijei sua testa

Luan: - Eu também estava com saudades filho!

Vi ele corar, Duda sorriu olhando-me de canto, parece que todo seu mal humor evaporou quando ela viu Arthur. Olhei pra frente e encontrei os olhos marejados de minha mãe, como em todas as minhas voltas abracei-a com força á dizendo que a amo e o quanto estava com saudades.

Marizete: - Vi que voltou mais feliz. Aconteceu alguma coisa que eu não saiba? Pelo jeito esta até falando normal com a Duda - perguntou ainda abraçada a mim e eu ri

Luan: - Ela é mãe do meu filho, ódio não levaria a nada, e não, não aconteceu nada dona Maria Izete! - ri beijando sua bochecha - Vamos entrar? Cadê a Piroca?

Marizete: - Vamos entrar, ela foi ao salão com a outra Bruna, vem Duda, fiz uma comidinha pra vocês, imaginei que estivessem morrendo de fome! - dizia amigavel enquanto entravamos em casa, minha mãe seguia para cozinha comigo abraçado á ela, olhei para trás e Duda caminhava com Arthur no colo meu pai vinha logo atrás com uma das minhas malas

Duda: - Não precisa Marizete, tô louca para tomar um banho e descansar. Quero só pegar as coisinhas do Arthur mesmo - imediatamente vire-me para trás á olhando

Luan: - Não, fica mais poxa. Também tô com saudades dele, e nem deu tempo de matar. E cara, cê tá pesadinho pra ficar no colo da sua mãe né? - ri indo até ele lhe fazendo cócegas até ele ir se esquivando e sair do colo de Duda - Fica? - pedi á olhando nos olhos

Duda: - Preciso mesmo de um banho e de descanso Luan! Era pra eu já ter ido com a Laís, só vim contigo pra pegar p Arthur.

Marizete: - Vamos comer pelo menos. Aposto que o Arthur vai adorar a minha pizza de peixe não é? - disse pra Arthur que abriu um sorrisão

Arthur: - Sua comida é a melhor do mundo vó! - correu até ela a abraçando

Observei a cena que de certa forma me chateei, ele chamava minha mãe de vó e eu de que sou seu pai ainda era chamado pelo nome.

Duda: - Calma, aos poucos ele acostuma - sorriu pequeno pra mim - Olha, eu até topo ficar mais um pouco aqui e provar dessa pizza, mas com uma condição...

Luan: - Que condição? - sorri á olhando, ela ficava tão linda assim com esse sorrisinho de canto

Nos olhavamos sorrindo, estava surgindo um certo clima quando a porta de casa se abriu nos assustando.

Bruna: - Pi!!! - correu pra me abraçar, ri de sua euforia e a abracei forte também, vi que Bruna razia consigo duas amigas, uma era a Bruna Paiva, já era acostumada com ela, a outra se não me engano era a a Gabriela. Gabriela Lenzi, Lensi, Leno, não lembro ao certo.

Luan: - Oi meninas - cumprimentei elas, a Bruna Paiva como sempre simpática e pra frente foi logo cumprimentando Duda e abraçando, já a a tal de Gabriela acenou sorrindo pra Duda e veio até mim beijando meu rosto.

Bruna: - Oi Eduarda

Duda: - Oi Bruna

Bruna: - Gente, vem, vamos sentar lá perto da piscina - chamou as amigas e quando estava um pouco longe á ouvi gritar-me - Depois vem cantar pra gente Pi.

Gritei um "ta" em resposta e vi Duda olhar-me torto, fiquei sem entender e dei de ombros.

Luan: - Vai jantar aqui né?

Duda: - Claro! - sorriu seguindo pra cozinha, o clima entre a gente tinha mudado da água pro vinho drasticamente e eu não entendia o motivo, acho que o humor dela outra vez se alterou. Isso me deixaria louco!

*Duda Narrando

Não sei por qual motivo mas de primeira não fui com a cara da amiga da Bruna, nao  a ruiva e sim a outra. Não serei hipócrita, ela é linda, mal olhou na minha cara, cumprimentou-me a distancia e na hora de cumprimentar Luan tem que abraça-lo e beija-lo? Ah, me poupe! E a irmã dele ainda o chama para lhes fazer companhia. Fiquei com raiva, mas tentei não demonstrar, não tinha nada com Luan e isso poderia o assustar.

Fiquei na cozinha perguntando a Arthur e seus avós sobre como foram esses dias e pelo o que eu ouvia Arthur estava amando sua nova família, segundos depois Luan sentou-se ao meu lado nos bancos do balcão.

Amarildo: - A gente precisa ver certinho agora sobre escola pro Arthur, uma casa para eles...

Luan: - A casa deixa por minha conta, não precisa preocupar pai, quero tomar conta disso de perto, e sobre a escola Duda, você tem carta branca, só me passa a mensalidade certinho que...

Duda: - Eu vou continuar pagando a escola do meu filho! - falei firme e Luan olhou-me irredutivel

Luan: - Não Duda, eu que vou!

Duda: - Luan, não começa!

Marizete: - Que tal dividirem? Ou um pagar escola, outro material escolar, uniforme e essas coisas.. Não vão brigar por isso vão? - sorriu divertida, respirei fundo e assenti me dando por vencida

Luan: - Você gostou do condominio Arthur?

Arthur: - Aham, tem parquinho, ta pra brincar na rua... Acredita que joguei uma bola no carro do velho? O vô Amarildo e eu escondemos atrás da moita! - disse me surpreendendo, mas ao final acabei rindo e negando, era coisa inocente de criança

Luan: - E você quer morar perto de mim?

Arthur: - Por que só perto? A gente não vai morar juntos não? - olhou de mim pra Luan e eu esperei que ele lhe respondesse

Luan: - Não, mas você vai ter duas casas! A sua com a sua mãe e essa aqui. O que acha?

Arthur: - Vai ser bom - sorriu pequeno, sabia que ele não ficou tão satisfeito assim, mas não deixava de estar feliz

Pelo que entendi Luan compraria a casa ali, no mesmo condominio que ele. Por um lado até gostei. Era um bom lugar para Arthur crescer em uma cidade tão louca como São Paulo. Lembrava-me a calmaria de Campo Grande e segundo Luan amanhã, véspera de sua viajem para os palcos ele deixaria tudo encaminhado para a minha residência e de Arthur.

Marizete: - Duda, faz um favor pra mim querida? Chama as meninas para comerem?

Sem como negar levantei-me, e fui chamá-las, mas antes que eu me pronunciasse pude ouvir o restinho da conversa delas.

Gabriela: - Para com isso Bruna, que estranho! Nem parece que é irmã do Luan! - gargalhava

Bruna: - O que o Luan tem haver com isso louca?

Gabriela: - O óbvio, ele é o irmão lindo e você a feia - riu e vi Bruna a bater se fazendo de ofendida - Desculpa amiga, sabe que te amo né cunhada..ops, amiga! - riram e eu tive vontade de mandar todas se foderem, e ainda soltar um "xupa" o Luan tem um filho comigo, mas me controlei, fingi não ter ouvido nada e secamente disse que Marizete as esperavam pra comer.

Bruna P.: - Já comemos... Eduarda seu nome né? - disse simpática a outra amiga de Bruna, dessa ai até gostei - Já comemos, obrigada.

Bruna: - Eduarda, fala pro meu irmão vir aqui depois que ele comer? Ah, e fala pro Arthur vir também pras meninas vê-lo. - disse Bruna normalmente, pelo menos conseguíamos conversar sem nos matar, não sei por quanto tempo esse milagre duraria. Talvez até eu bater na amiguinha dela?

Gabriela: - Quem é Arthur? Gente tô perdida! - riu

Tive vontade de fala "meu filho com o lindo e gostoso do Luan", mas ela não merecia a minha confiança, então apenas virei as costas e voltei para a cozinha, Luan tirava algumas coisas do prato de Arthur e colocava no dele, olhei bem e era algumas verduras e legumes que meu filho odiava e fazia careta apenas em ver Luan comendo.

Estavamos eu, Luan, Marizete Amarildo e Arthur comendo e conversando quando Amarildo recebeu uma ligação, chamou Marizete em um canto o que fez Luan franzir o cenho curioso, minutos depois ambos se decuparam dizendo terem que sair. Luan todo curioso perguntou onde eles iam.

Arthur: - Luan, deixa, vai que eles querem namorar! - sussurrou pra Luan, Arthur estava entre nós dois e eu acabei ouvindo o que me fez rir

Luan: - Minha mãe não namora não!

Arthur: - Namora sim! - riu sapeca - Ou você acha que eu não sei como fui feito? Você foi feito do mesmo jeito que eu! - Luan o olhou incrédulo e eu comecei a rir, meu filho não tinha papas na lingua

Luan: - Só assim pra essa dai rir! - olhou-me sorrindo

Duda: - Eu?

Luan: - É, desde que a Bruna e as amigas chegaram você ta com uma cara! - fez cara de medo e eu revirei os olhos

Não falamos mais nada, voltamos a comer quando a tal de Gabriela entrou ali.

Gabriela: - Vai demorar Luan! Até parece que ta comendo toda comida do mundo! - riu pegando um copo d'água - Quem é esse menino lindo? - sorriu pra Arthur que a ignorou. Esse é o meu orgulho

Luan: - Terminei de comer já apressadas! - riu - Duda, vou indo lá, quando terminarem de comer senta lá com a gente - beijou minha bochecha e de Arthur e saiu acompanhado da amiguinha

Bufei perdendo minha fome, esperava Arthur comer, enquanto isso lavava a louça para ver se minha raiva, ou ciúmes não sei passasse mais rápido. Eu ouvia o toque do violão e assim que Arthur terminou de comer, mesmo com um pouco de vergonha, fui na cara de pau pra lá. A ruiva prontamente arrumou para que eu e Arthur nos sentassemos, vi que Gabriela sorria que nem uma retardada pra Luan que cantava uma música que eu desconhecia.

Fiquei apenas ouvindo abraçada com Arthur, Luan apenas olhava-me rapidamente e voltava a atenção ao seu violão. Fechava os olhos em algumas músicas e o fata de Gabriela o secar me irritava de uma forma sem igual. Depois de Luan cantar uma música que a irmã havia lhe pedido, ele começou uma que eu desconhecia, estava tudo razoavelmente bem até ele começar a cantar o refrão olhando para a amiguinha de sua irmã.

"Se colocar uma blusa branca fica linda, se colocar um vestido mais ainda. Tão radiante estão seus olhos"

O olhei com raiva. Ele cantar aquele refrão olhando pra ela comigo por perto foi o cúmulo.Esperei a maldita música acabar e pedi para que Arthur se levantasse do meu colo, levantei-me em seguida atraindo todos os olhares para mim.

Duda: - Eu vou indo embora. Boa noite pra vocês! - sorri seca pegando na mão de Arthur, dane-se se era falta de educação mas nem eu nem meu filho ficariamos ali por mais nenhum minuto

Vi que os três ficaram sem entender eu ir embora tão repentinamente, fui andando a passos largos e quando já estava na sala abrindo a porta para ir embora Luan me freiou.

Luan: - Ou! Onde você vai assim? O que aconteceu?

Duda: - Ah jura que não sabe? Depois dos nossos últimos dias de viajem eu não sou obrigada a ficar aqui vendo de camarote você cantar musiquinha elogiando ninguém não Luan, meu poupe! - cuspi a palavras nele e sai puxando Arthur que nos olhava sem entender nada. Abri a porta e sai, Luan veio atras.

Luan: - Eu nã...

Duda: - Quer saber Luan? - virei-me pra ele sentindo meus olhos marejarem - Eu desisto de você! - falei com a voz embargada, mas que merda, eu não podia chorar, não na frente dele!

Virei-me de costas novamente disposta a sair de vez dali com meu filho, mas Luan puxou-me bruscamente fazendo-me virar pra ele, e antes que eu me soltasse e o xingasse ele agarrou-me beijando-me a força. Eu estava com raiva, magoada, com raiva e com ciúmes, e com muita raiva. Muita raiva mesmo. Mas não resisti ao se beijo, até por que não tive como ele realmente beijou-me a força, pegou-me desprevenida, esqueci-me até mesmo de Arthur ali, vendo tudo aquilo, Luan ainda me beijava com fúria, rápido quando ouvimos o barulho de um vidro contra o chão. Soltamo-nos ofegantes e vi Bruna, irmã de Luan nos encarar assustada, o copo que ela estava na mão havia caido e sua boca formava um O. Merda, logo ela viu isso?!

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Hummmmm, será o que Bruna vai falar agora ein? E esse beijasso, será que vai fazer Duda esquecer a raiva dela...? E Arthur, quando será que vai chamar Luan de pai ein? Parece que nossa loira ta se mordendo de ciúmes... :x