95 - Pantanal

Se quer dormimos, trocamos mais alguns carinhos e voltamos pra casa, nossas coisas já estavam prontas e junto com mais uma grande turma seguimos rumo ao pantanal. Demorou um pouco, porém o trajeto foi de cantoria, risadas e histórias, além de muita zoação por eu e Luan ter passado a noite fora. Eu não sabia, mas algumas pessoas da família de Luan de Campo Grande também participaria da pescaria, e a felicidade estampada no rosto dele era evidente por isso.

A última vez que estive no pantanal eu ainda estava grávida de Arthur, e ao estar novamente naquele lugar incrível uma onda de lembranças e sensações me invadiu. Naquele enorme barco que abrigava todos nós olhei aquela imensidão e senti Luan abraçar-me por trás.

Luan: - Cansada?

Duda: - Não. Só lembrando - sorri de canto

Luan: - De que?

Duda: - A última vez que estive aqui eu ainda estava grávida. Minha barriga estava gigante, veio eu, meu pai e meus tios, até hoje me lembro do cuidado deles. Meu padrasto quase pirou quando soube que eu vim com aquele barrigao. Queria me buscar a todo custo - ri saudosa

Luan: - A gente já tá junto a um tempinho né? Quero conhecer ele, rever sua família... - Beijou minha bochecha

Duda: - Sim, mas agora é hora de aproveitar a sua! Vai lá, sei que você tava contando os dias pra chegar hoje - sorri pra ele que sorriu mais largo ainda selando meus lábios

Eu estava amando tudo aquilo, porém não tirava os olhos de Arthur um só segundo, minha preocupação de mãe falava mais alto, enquanto Arthur queria se aventurar com Luan, seus tios, primos e amigos.

Em alguns barcos menores Luan, Amarildo e mais algumas pessoas sairam, tentei a todo custo não deixar Arthur ir, porém isso gerou uma discussão entre mim e Luan que queria levar o filho, Amarildo interferiu me tranquilizando e para a alegria da nação permiti que Arthur fosse junto

Já escurecia, eu, Marquinhos, Matheus e Bruna Paiva, os únicos que ficaram além de uma senhora de nome Joana (que veio para ficar por conta apenas de cozinhar -  tomávamos terere e conversávamos, jogamos baralho e contamos piada, foi um dia tranquilo. Matheus tinha levado seu narguile e me fez experimentar pela primeira vez, adorei de início, mas logo fui ficando um pouco tonta e enjoada.

Marquinhos: - É normal, é por que é a primeira vez, fica quietinha, bebe mais terere.

Fiz o que ele disse e não adiantou muito, mas não reclamei mais, apenas gargalhava das baboseira que Paiva contava. Já estava escuro quando todos chegaram em meio á conversas e risos, a empolgação de todos era evidente e Luan era zoado por um tio ter pego o maior peixe em uma aposta entre os dois.

Luan: - Como foi o restinho do dia? - abraçou-me beijando minha testa

Duda: - Foi bom. E o Arthur? Olhou direitinho ele Luan?

Luan: - Ainda tem dúvidas? - riu e olhamos na direção de Arthur que olhava admirado Amarildo abrir alguns peixes

Duda: - Ele amou né?

Luan: - Disse que da próxima temos que trazer o marido da sua mãe e o seu pai - riu - Os dois se dão bem?

Duda: - Se respeitam, normal, não são amigos mas também não se implicam - dei de ombros - Você ta cheirando a peixe, vai tomar banho e aproveita e leva seu filho - ri

Luan fez o que eu pedi, logo estavamos todos reunidos, Luan cantando, Marquinhos, Matheus e alguns tios de Luan tocando, cerveja e refrigerante e muito peixe frito para comermos além de muitos outros petiscos. A noite mal começava e estava extremamente agradável.

Matheus: - Du, vai mais ai? - ofereceu mais tereré e eu aceitei de bom grado, Matheus veio me servir e aproveitou para sentar próximo a mim e iniciou um papo animado com Arthur - Cara, minhas irmãs tem que conhecer ele. Ele é uma figura! - olhou pra mim rindo e eu concordei

Duda: - Por que o restante da sua família não veio? Vocês eram tão unidos, desde que voltei com Luan não vi vocês juntos outra vez - perguntei curiosa

Matheus: - Ah, rolo de família. Sabe essas brigas bestas que tomam proporção que não deveria? Um se dói por um que se dói por outro? - suspirou e eu assenti - Todo mundo já se desculpou, exceto o Luan e a Camila, mas não é mais a mesma coisa...

Duda: - Entendo, mas a família de vocês é lindo, uma hora tudo volta pros eixos - sorri mesmo sem saber o motivo da briga. Confesso estar me roendo de curiosidade, mas não queria ser evasiva

Matheus: - Tomara viu? Tenta convencer esse cabeça dura do Luan ai. Todo mundo já tentou mas não deu - riu olhando o primo - Camila errou, mas também não foi um erro tão absurdo como ele pinta...

Duda: - Não quero me meter em briga de família, mas posso tentar conversas com ele

Matheus: - Cara, você seria a pessoa mais amada por todo mundo! - brincou e eu gargalhei

Matheus: - Quando vocês namoravam eu era muito novo, não lembro muita coisa, mas olha, ta super bem vinda de novo viu? - olhou-me sorrindo sereno - Você faz um bem danado ao cabeça de capacete, é linda, inteligente, boa de papo...

Luan: - E minha né Matheus? - chegou do nada nos interrompendo, eu e Matheus nos entreolhando rindo do ciúmes dele

Matheus: - Enfim, é muita areia pra esse chato aqui - levantou-se batendo nas costas do primo, seu comentário foi uma brincadeira que me fez rir, mas pela cara do Luan ele não gostou nada, nada.

Duda: - Não vai me dizer que tá com ciúmes do seu primo adolescente? - ri

Luan: - Adolescente? Ele só tem essa cara de novinho Duda!

Duda: - Não importa, vem cá!

Estava sentada em uma cadeira grande, mais parecia uma espreguiçadeira, apenas a partir da minha canela que ficava fora dela, encolhi minhas pernas e me ajeitei para que Luan se sentasse comigo e assim ele fez, apoiando suas costas em minhas coxas curvadas. Beijei sua bochecha  e o vi sorrir. Ajeitei a toca dele e cheirei seu pescoço, como sempre cheiroso.

Duda: - Como foi a pescaria?

Luan começou a me contar empolgado e quando vi já estavamos ambos quase deitados.  Eu com uma perna de cada lado da cadeira com Luan deitado entre elas de costas. Minhas mãos que o abraçava fazia carinho no peito dele a a mão dele em minha perna que estava apoiada no chão. Luan bebia sua cerveja tranquilamente, e mesmo me contando prestava atenção nos assuntos dos outros já que ás vezes ria de algo do nada. Arthur estava com o avô, que estava mais que orgulhoso e feliz de ter pescado com o neto. Marizete provavelmente estava na cozinha e á nossa frente uma roda de música e conversas animada era formada com o restante do pessoal.

Douglas: - Ô casal, depois vem aqui dar o ar da graça. Deixa o romance pra mais tarde! - zoou e Luan apontou o dedo do meio rindo

Luan: - Já conheceu o tamanho desse barco?

Duda: - Já. O Marquinhos me arrastou pra andar aqui, eu tava com medo por causa do movimento e ele me fez andar - ri

Luan: - Ceis tão bem amiguinhos né?

Duda: - Muito - mordi sua bochecha - Mas para de bobeira que eu amo você!

Luan: - Claro, olha eu e olha ele, você não me trocaria por ele! - disse convencido e eu bati nele rindo

A noite se estendeu por muito tempo, mas logo Luan quis dormiu, o combinado dele e de mais alguns homens eram de sair as cinco em ponto no barco menor para outra pescaria, mas antes de dormir, Luan me chamou em um cantinho do barco onde não tinha ninguém, estava com o violão em mão e sentado na ala de proteção.

Duda: - Desce daí amor, é perigoso!

Luan: - Não é nada, vem cá! - segurou minha mão e me colocou frente é ele, quase entre suas pernas e logo me olhando nos olhos começou a cantar

Toda noite, eu te ligo

Te pedindo pra sonhar comigo

E sonhando eu vou te encontra também

E te encontro...

E me entrego ao seu corpo bonito

Nitidamente sua imagem vem

E um beijo, uma música, 

Insistente despertou meu sono

Alguém tava me ligando, era você

E tem sido você

Na realidade ou fantasia

Enquanto eu merecer, sera você

E tem sido você

Na realidade ou fantasia, enquanto eu merecer, 

Será você!

Luan cantou a música suavemente, me olhando nos olhos e sorrindo de canto ás vezes, quando a música se encerrou que me dei conta que algumas pessoas vieram ver o que ele me fazia. Ri e mesmo envergonhada aproximei-me mais dele que me olhava mordendo os lábios ansioso. Segurei o rosto dele que ainda dedilhava seu violão e lhe dei um selinho vergonhoso ouvindo assovios e zoações.

Luan me fez ficar entre suas pernas e abraçou-me por trás, e assim conversou por mais alguns minutos, mas logo fomos deitar.

Duda: - Luan. vai lá chamar o Arthur, amanhã ele vai querer ir com você e se ele não dormir agora vai ficar pingando de sono amanhã.

Luan: - Deixa ele amor, ele tá se divertindo.

Duda: - Mas ta na hora de dormir Luan!

Luan: - Ta bom, eu já vou!

Terminei de trocar minha roupa e quase dez minutos depois um Arthur bicudo e um Luan segurando o riso adentraram o quarto. Dividiriamos a cama de casal que ocupava quase que o quarto todo. Fiz Arthur se trocar e deitamos com ele entre Luan e eu. Luan pegou seu celular e ficou mexendo.

Luan: - Ah, esqueci de te avisar, tem wifi viu? - disse depois de um tempo

Duda: - E você me fala só agora?

Luan: - É uai, se eu falasse antes cê não ia me dar moral

Duda: - Exagerado - ri - A propósito, obrigado pela mini serenata - sorri pra ele mesmo em meio ao escuro

Luan: - Não parece, nem beijo ganhei - fez drama e eu ri

Duda: - Idiota! Vira aqui  - ri

Arthur: - Vocês não me tiraram de lá pra ficar aqui sendo obrigado a ouvir vocês se beijarem não né? - disse emburrado

Duda: - Eu ein, quanto mal humor! Não precisa de ciúmes;

Arthur: - Ciúmes nada, só...

Luan: - Então vem cá me dar beijinho amor - implicou risonho

Arthur:  - Pai, para!

Luan: - É beijo de boa noite filho - disse rindo

Arthur: - Eu tô no meio de vocês dois! Nem beijo, nem abraço, nem nada! Só deem boa noite e ta lindo!

Duda: - Ciumento mais lindo da mãe! - ri o enchendo de beijos 

Luan: - Acho que mereço esses beijos ai também ein! - implicou novamente mexendo no celular e eu gargalhei

Arthur: - Para com isso pai! Assim não dá! Chega pra lá, ta muito grudado - falou chateado empurrando o pai  e caimos na risada

Arthur deitou-se parcialmente sobre mim, eu e Luan começamos a mexer no celular e o silêncio reinou no quarto depois de eu conectar com a internet.

Duda: - Que trairagem. até seu primo sabia da internet e não me falou nada - brinquei rindo ao ver uma foto que ele havia publicado  mais cedo 

Luan: - Ele tirou duas foto bonitas nossas quando eu cantava pra você, depois eu te passo.

Duda: - Ta. Nossa amor, que gracinha a legenda da foto que ele colocou de vocês hoje, aposto que você nem curtiu! - falei e ele me olhou rindo, acertei em cheio

Luan: - Que foto?

Peguei meu celular e mostrei a foto que Matheus havia postado, se não me engano foi até Bruna que á tirou:

Luan: - Ficou massa a foto!

Duda: - Não vai comentar nada? Nem curtir?

Luan: - Eu curto, mas se eu comentar ele ganha muitos seguidores, dizem que ele se parece comigo, vai que minhas fãs gamam nele né? Deixa como ta! - fez careta

Duda: - Credo Luan, quanto egoismo! - ri

Luan: - Arthur dormiu? - se aproximou mais, dessa vez não ouvimos Arthur reclamar, o que constatava seu sono

Duda: - Dormiu! - passei a mão em sua testinha e dei um beijinho ali, ele tinha o rostinho em meu peito  e as perninhas jogadas sobre mim enquanto me abraçava e apesar do desconforto para me mover, amava dormir assim com ele

Senti Luan se aproximar mais e logo beijar o rosto do filho, disse algo baixinho que não compreendi, mas com certeza alguma coisa carinhosa, a mão de Luan posou sobre minha barriga e ele beijou minha testa e se ajeitou deitando mais próximo, agora eu sentia o calor do seu corpo.

Luan: - Desse jeito você vai acordar toda dolorida - se referiu ao jeito que Arthur estava comigo

Duda: - Não tem problema - sorri de canto

Luan: - Sentimento de mão é a coisa mais linda do mundo mesmo! - Luan acariciou minha barriga e senti algo estranho, ele beijou o rosto do filho outra vez e logo senti seus lábios nos meus em um selinho molhado, gostoso - Amo vocês!

Duda: - Eu também amo demais vocês! Meus príncipes - Luan beijou meu pescoço e eu senti seu sorriso, aconchegou seu rosto bem ali, segundo ele gostava de dormir sentindo meu cheiro, e com os dois homens que mais amo tão próximos a mim adormeci sem nem imaginar que amanhã começaria um ciclo que me levaria á algo que poderia mudar em muito minha vida.

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Meninas, desculpem a qualidade do capítulo, não estou muito bem... Enfim, espero que tenham gostado.... Ah, e que ciclo será esse? Coisa boa ou ruim que virá pela frente??
PS.: A música presente no capítulo é Realidade ou Fantasia - Henrique e Juliano, vale muito a pena ouvir, é mais linda ainda tocada ;) Beijooos