118 - Relembrando

Assim que o show se deu por encerrado, saímos dali direto pro aeroporto, entre eu, Rober, Luan e Laís era só risadas, e o caminho até Recife foi de muita palhaçada e bobeira. Rimos até sair água pelos olhos das histórias de Luan e Rober. Essa rotina maluca dos dois os reservaram várias histórias inusitadas.

Eu e Luan descemos do avião feito crianças pulando, pelo show ser no “dia seguinte”, duas meninas estavam de plantão no aero e acabaram presenciando a cena,  ficamos todos surpresos, afinal, era cinco e quarenta da madrugada, e elas estavam ali firmes e fortes sem fazerem idéia da hora que Luan chegaria.

Luan ás atendeu e ás fizeram o prometer que iriam embora para casa descansarem para o show mais á noite.

Laís: - Caramba, essas são fãs pra cacete!

Roberval: - Você não viu nada ainda!

Luan: - Tava com boatos que eu ia chegar só na hora do show e elas me disseram que estão aqui desde ontem. Fico preocupado demais, elas não se cuidam!

Duda: - É amor Luan, a elas só pensam em te ver, não medem as conseqüências.

Luan: - É perigoso cara! Amo o carinho delas, mas fico de cara com essas loucuras. Me surpreendem demais, mas faz mal á elas mesmas, não comem, ficam no sol ou a chuva... Sem contar o perigo de esbarrarem com pessoas de más índoles!

Fomos até o hotel conversando sobre o assunto, chegamos e Rober e Laís foram cada um pra um quarto enquanto eu e Luan fomos procurar algo pra comer. A cozinha do hotel estava fechada, disseram para esperar o café da manhã que logo sairia, Luan não ficou muito satisfeito mas concordou, o convenci á irmos tomar um banho e assim que terminássemos descer para comer e assim fizemos.

Duda: - Eu tô com fome, nem vem pro meu lado que não quero enrolar nesse banho! – falei já me defendendo e ele riu

Luan: - Mas eu nem fiz nada!

Duda: - Como se eu não te conhecesse. – semicerrei os olhos – É só um banho, quero comer!

Luan: - Eu também! – me abraçou malicioso e eu ri

Duda: - Você não presta Luan!

Luan: - Nem um pouco! – apalpou minha bunda me beijando em seguida, o clima começou a esquentar quando interrompemos o beijo

Duda: - Você ta sentindo esse cheiro?

Luan: - Nossa! Parece ser de café quentinho! – inspirou

Duda: - Não sei você, mas eu já terminei meu banho!

Falei apressada saindo do banheiro ouvindo a risada dele. Nos trocamos rápido por roupas simples, ambos de chinelos, amarrei meus cabelos molhados mesmo, estava com preguiça de fazer outra coisa, e falando sem parar fomos tomar nosso café da manhã.

Luan: - Sabe que dia é hoje? – perguntou olhando no celular enquanto eu comia meu pão de queijo

Duda: - Sábado?

Luan: - Sábado e..?

Duda:  - Sábado, 21?

Luan: - Cê nunca muda né?! – riu negando

Duda: - Nunca mudo o que?

Luan: - Se você tiver lembrado de um em todos os anos que a gente se conhece, foi milagre! riu

Duda: - Do que você ta falando menino? – perguntei rindo e ele sorrindo me entregou seu celular, estava em uma foto nossa que ele havia acabo de publicar

“Se for para contarmos todo o tempo, levando em conta o nosso amor, resultaria em algumas vidas. Se for para contarmos todo o tempo, levando em conta nossas lembranças a partir do primeiro “namora comigo?“, resultaria em alguns anos, se formos pra contar desde quando nos amamos, diria que quase á 24 vezes 365 dias, clichê não é mesmo? Então, para que muitos não achem nosso amor tão normal assim – por que ele não é – diríamos que completaríamos oito anos. Mas se formos contar da parte mais linda, de recomeço, de aprendizagem, de renovação, hoje completamos seis meses. Pouco não é? Apenas meio ano pra tanta história (essa foto é prova disso), tanto sentimento. Mas sabemos nós que nossa história juntos não tem nada de seis meses. É quase uma vida! Uma vida que nos gerou outra mais linda ainda. Nossos corpos e corações estão juntos á meses, anos, décadas... Seis meses é apenas a nossa marca de recomeço, renovação, data que fez todo amor renascer. Obrigado por nos reinventar nesses seis meses, me amar nesses seis meses, me lembrar que não há ninguém nesse mundo que possa cair tão perfeitamente bem nos planos que Deus tem pra mim além de você! Por mais meses e meses ao seu lado meu bem! Nem sete anos nos separaram, não será a distância rotineira que fará isso. Eu amo você!”

Terminei de ler com um sorriso bobo gigante no rosto. Ele tinha razão, eu nunca lembrava! Sou péssima com datas até de aniversários de pessoas, quem dirá de namoro. Confesso ter me surpreendido por tamanha declaração em algo tão publico. Não tive palavras pra agradecer, somente me levantei e fui até ele o abraçando e roubando-lhe vários selinhos.

Duda: - Você ainda me mata come esse seu lado romântico!

Luan: - Você merece! – mexeu em meu cabelo sorrindo

Duda: - Sei meses entre tapas e beijos e com o amor só aumentando. Você tira de mim o meu melhor!

Sorri pra ele e não me importei em ter outras pessoas ali, sentei em sua perna o beijei, o deixando um pouco surpreso.

Terminamos de tomar nosso café da manha entre sorrisos, palavras doces e olhares cúmplices, nem parecíamos aquele casal cão e gato que éramos.

Luan: - Você ta com sono? – disse quando subíamos de mãos dadas pro nosso quarto

Duda: - Por incrível que pareça, não!

Luan: - Ta bem cedinho.  Podíamos dar uma fugida na praia. Sem seguranças, sem ninguém!

Topei na hora e corremos pro quarto para nos trocarmos e assim que o fizemos fomos á praia reservada do hotel, de mãos dadas caminhávamos enquanto fazíamos graça um com o outro.

Duda: - Tô morrendo de saudade do Arthur!

Luan: - Você nunca ficou tanto tempo assim longe dele né?

Duda: - Só quando vim pra São Paulo fazer o projeto do seu DVD. Mas sei lá... era diferente, eu não estava com ele por que não podia, agora me sinto uma péssima mãe em não estar com ele sem motivos.

Luan: - Não é sem motivo. Ele ta na escola, ta estudando... você veio comigo por que precisava desse tempo de descanso, de distração, a gente acabou de passar por uma barra! E assim que ele estiver de férias, vocês dois vão comigo onde eu estiver – beijou minha mão sorrindo

Duda: - Você é incrível!

Luan: - Eu sei! – riu convencido e eu lhe dei um tapa no ombro – Vamos tomar uma água de coco?!

Passamos a manhã na praia, não entramos no mar, mas molhamos nossos pés e ficamos ali, na beira, olhando aquela paisagem e conversando sobre nosso filho.

Duda: - O aniversário dele ta chegando!

Luan: - Doze de dezembro né?

Duda: - É.

Luan: - Quero dar uma festa bem linda pra ele.

Duda: - Não sei se ele vai curtir. Nos últimos aniversários dele ele preferiu ir pra chácara da minha avó e ficar jogando futebol com os priminhos – sorri ao me lembrar

Luan: - Ele é bem na dele né?!

Duda: - É. Exatamente como você era!

Luan: - Sabe o que eu lembrei? Você e a Bruna eram tão unidas. As vezes até parecia que a irmã mais velha dela era você. Na época do Orkut vocês viviam trocando depoimentos! – gargalhou e eu ri junto

Duda: - Éh... a gente se gostava! – falei pensativa

Luan: - Gostavam ou se gostam?

Duda: - Sua irmã sempre foi apaixonada em você. Acho que com toda essa minha atitude de esconder o Arthur, de ter te feito sofrer, atingiu mais nela do que em você. Ela tomou suas dores, e é difícil quando alguém machuca uma pessoa que amamos. Não dá pra ser o que era antes se você não resolver perdoar de coração. Eu conheço sua irmã, quando ela ama ela é intensa, mas quando ela odeia ela consegue ser mais intensa ainda!

Luan: - Ela não te odeia. Só é difícil lidar com ela nessa situação. Você sabe, ela é um amor de pessoa. Uma das pessoas mais doces que já conheci.

Duda: - Eu sei. Estamos evoluindo aos poucos Luan. Em comparação aos primeiros meses que estávamos juntos, já melhoramos muito. Pelo menos não brigamos o tempo todo.

Luan: - Queria que vocês voltassem a ser o que eram antes.

Duda: - Eu também queria. Eu me preocupo com a sua irmã. No fundo, eu ainda vejo nela aquela garotinha que chorava no meu colo quando perdia um episodio de malhação, ou que me pedia ajuda pra arrumar o figurino pra ela e suas primas dançarem pra você cantar! – lembrei-me e acabamos sorrindo, com certeza assim como na minha mente, na dele também passou flashes dessas lembranças

Luan: - A gente já passou muita coisa juntos né?!

Duda: - É. – suspirei

Luan: - Na parte mais difícil da minha carreira você estava comigo – encarou-me e eu sorri deitando minha cabeça em seu ombro – Senti sua falta quando as coisas começaram a dar certo. Sabia que você iria vibrar comigo. Senti sua falta quando gravei meu DVD, fui no meu primeiro programa de TV importante, ganhei meus primeiros prêmios... eu sempre sentia sua falta, as vezes até pensei que você não quis me esperar por que achava que eu não daria certo nesse meio artístico, mas minha mãe sempre te defendia. “Não tem garota no mundo que torceu e te ajudou mais do que ela” – riu – No fundo, ela nunca deixou eu realmente te odiar!

Duda: - Eu também senti muito a sua falta. Nas primeiras consultas, no primeiro chute do Arthur, no nascimento, nas primeiras palavrinhas, primeiros passos, primeiro dia de aula... Mas ao contrário de você eu estava passando por aquilo por vontade própria. E foi o seu sucesso que, sua alegria que dava pra ver em cada entrevista que me fazia seguir em frente. Eu nunca quis estragar aquilo. Eu nunca me senti bem em te esconder o Arthur, mas eu tive tanto medo de te atrapalhar, e depois, quando você já estava com uma carreira firme eu tive medo, medo de você achar que eu queria seu dinheiro, que voltei por fama ou coisa do tipo... O Arthur foi a melhor coisa da minha vida, mas foi por ele que tive meus maiores medos também. Eu achei que você me odiaria pra sempre, e mesmo que guardado a sete chaves, ainda tinha um sentimento por você. Eu não conseguiria viver com seu ódio. Minha mãe também sempre te defendia. Insistia pra eu contar, que você tinha um coração bom e logo me perdoaria. Mas o medo falava mais alto, sempre falou! – suspirei e senti sua mão apertar minha cintura, e um beijo dele no meu ombro

Luan: - Deus escreve certo por linhas tortas. Tudo é no tempo dele. Se aconteceu tudo isso, foi por que ele permitiu. Talvez se você tivesse me contato naquela época, com certeza eu não teria ido embora, arrumaria um emprego qualquer e imagina só se não pudéssemos dar uma boa qualidade de vida pro Arthur? Nós dois somos orgulhosos, sei que nenhum de nós aceitaríamos ajuda dos nossos pais, iríamos querer viver com nossos pés, construir as nossas coisas, iria ser difícil demais, o Arthur não poderia ter as coisas que tem hoje, talvez até tivesse, mas seria tudo mais difícil. Nós dois saberíamos viver sem esse luxo todo, mas nos culparíamos por não dar á ele tudo o que ele iria querer. E hoje, por um sacrifício seu, não falta nada á ele e nem a nós dois. Claro que eu preferia estar com vocês em todos os momentos, mas é menos doloroso acreditar que foi assim por motivos como esse, Deus sabe o que faz!

Ficamos por mais um bom tempo conversando, rindo e trocando beijos e carinhos. Voltamos pro hotel na hora do almoço, e enquanto comemos recebi uma mensagem de minha mãe que me fez arrepiar toda.

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Capítulo de hoje saindo mais cedo, aleluia hahahahah!

Espero que gostem do capítulo ;)

Meninas, fiz essa montagem com a foto, e antes que alguém diga, sei que a Fic da Tanara também usa montagens do tipo, então antes de tudo falei com ela pra ninguém achar que estou plagiando. Ela aceitou numa boa e está tudo certo entre a gente, afinal, são histórias diferentes, personagens diferentes, fotos diferentes etc... Mas e vocês? Gostaram da montagem? Querem que eu continue usando e fazendo? Eu particularmente gosto e acho que deixa tudo mais real, mas é vocês que mandam hahahaha

E esse casal, seis meses juntos, primeira vez que um dos dois lembrou do "mêsversário", coisa fofa né?! hahaha E o que será que a mãe de Duda lhe mandou que á deixou até arrepiada? Alguém adivinha? 

Beijoooos e obrigada pelos comentários carinhoso, nem sempre respondo, mas saibam que leio todooos, e fico muuuito feliz!