121 - De Volta Á Minha Vida

Quem nos buscou no aeroporto foi meu pai, o abracei e ele nos contou todas as travessuras que Arthur fez durante a semana, ele era um avô coruja e via beleza em tudo, até nas artes que Arthur fez que deixou Duda brava antes mesmo de vê-lo, mas apesar disso via em seu olhar a saudade que ela estava do nosso menino. Eu também estava, obvio, mas os olhos dela só em falar dele era uma coisa linda de se ver. Conseguia brilhar mais do que o normal. Quando chegamos em casa nem nos preocupamos em descer as malas, fui na frente de mãos dadas com Duda que tentava acompanhar meus passos. Abri a porta empolgado e esperava que Arthur viesse correndo até nós, o que não aconteceu, nem o vi. Dei alguns passos chamando por Arthur e minha mãe e ninguém respondeu, passei pelo sofá que estava ao meu lado e quase cai para trás de susto quando senti algo agarrando minha canela. Xinguei assustado e  um segundo depois ouvi a gargalhada do meu filho que estava escondido atrás do móvel me dando aquele tremendo susto com a ajuda da tia.

Luan: - Puta que pariu! Quer me matar do coração?! – falei com a mão no peito, ele sentou-se no chão rindo sem parar, uma gargalhada gostosa que acabou me fazendo rir junto – E você Pi, tem vergonha de incentivar seu sobrinho a fazer uma coisa dessa não? – perguntei e ela sorriu vindo me abraçar

Enquanto recebia o abraço da minha irmã ouvi Arthur dizer um “mamãe” empolgado e pular nos braços dela que o pegou sem cerimônias, com certeza o enchendo de beijos, soltei minha irmã e perguntei por minha mão que segundo Bruna estava no banho, meu pai passou por nós com nossas malas, olhei para Duda e ela e Arthur estavam em um abraço gostoso enquanto as mãozinhas dele mexiam no cabelo da mãe. Vi ele falar algo no ouvido dela e Duda sorrir largo, Arthur deitou a cabeça no ombro da mãe e continuou no colo dela.

Luan: - Vai me abraçar não cara? – aproximei-me mais e beijei a testa dele – Estava com saudades!

Arthur: - Eu também! – sorriu sereno

Luan: - Vem aqui comigo um pouco!

Peguei ele no meu colo abraçando e beijando  o topo de sua cabeça.

Luan: - Trouxe um presente pra você!

Arthur: - Trouxe? O que?

Luan: - Sabe aquele negócio meu de andar se equilibrando?

Arthur: - Minha vó não deixou eu brincar! – fez bico e eu ri

Luan: - Trouxe um pra você!

Arthur: - Sério? – olhou-me extremamente empolgado

Luan: - Cadê? Eu quero!

Arthur: - Espera, vamos comer e depois eu pego pra você!

Minha mãe logo desceu e me recebeu com um abraço que me acalmava de uma forma sem igual, mesmo que eu fosse ficar poucas horas ali com eles já acalmava meu coração. Apesar de eu e Duda já termos comido, não resistimos a um bolo que minha mãe fez, ela até tinha guardado o almoço pra gente tadinha, mas realmente estávamos cheios. Arthur não desgrudou mais do colo de Duda e  era visível a saudade que um estava do outro.

Meus pais e minha irmã começaram a nos perguntar como foi a nossa semana e passamos quase uma hora conversando sobre isso, mas logo quis aproveitar o resto do meu tempo com Arthur. Peguei o presente que havia lhe dado e fomos pra perto da piscina, minha mãe, Duda e Bruna sentaram e ficaram conversando e nos observando enquanto meu pai tirava seu cochilo da tarde. Tudo tão normal, nada comparado a correria que realmente era  a minha vida.

*Duda Narrando

Marizete foi fazer um suco e ficou eu e Bruna sozinhas observando Luan e Arthur, os dois juntos era difícil decifrar qual era a criança.

Bruna: - Você ta bem? – perguntou me pegando de surpresa, acho que ela percebeu – Quero dizer... em relação ao be... ah, você sabe!

Duda: - Tô superando. – sorri de canto

Bruna: - Fico feliz! – disse me deixando mais surpresa ainda

Marizete logo veio com um suco maravilhoso fazendo Luan e Arthur se juntar a nós.

Duda: - Fiquei sabendo que você andou quebrando uns vasos da sua avó! – falei séria pra Arthur que olhou á tia como quem pedia ajuda

Luan: - Se fosse eu você tinha me colocado de castigo! Mas como é neto né.... – disse enciumado e eu e Marizete caímos na risada

Bruna: - Ciúmes do próprio filho Pi?

Luan: - Não é ciúme!

Duda: - Magina! – ri – Mas quando ele fizer isso tem que por ele de castigo também Mari – falei olhando Arthur que se quer me encarava, todo sem graça

Marizete: - Ah, não tem necessidade, ele estava brincando, foi sem querer!

Luan: - Eu também quebrava seus vasos e plantas brincando! E foram poucas as vezes, e nem por isso a senhora me poupou – murmurou e eu e Bruna caímos na risada, Marizete sorriu passando a mão nos cabelos do filho

Marizete: - Desculpa a mamãe bebê! – disse carinhosa

Bruna: - Ah não mãe, vai dar moral pra isso?

Luan e Bruna entraram em uma meia “discussão” por puro ciúmes me fazendo segurar a risada, Marizete tentava se defender quando era acusada de por vezes ter mimado mais um do que o outro e Arthur apenas observava á tudo atento.

Marizete: - Ta vendo Duda o que acontece quando se tem dois filhos ciumentos!

Bruna e Luan responderam não mesma hora um “Não é ciúmes” e logo todos nós caímos na risada.

Marizete: - Vocês quando planejarem ter outro filho pensem diretinho. Depois é só a mãe que sofre, ta vendo né Duda?! – brincou e eu e Luan nos entreolhamos sem graça lembrando-nos do filho que perdemos. Ninguém além de Bruna sabia e para nos ajudar ela logo mudou de assunto

A tarde passou rápida e logo estava na hora de Luan voltar pra sua rotina maluca. Na despedida Arthur não queria o soltar e tinha os olhos cheios de lágrimas o que deixou Luan de coração partido, era a primeira vez que Arthur agia daquela forma, e pegou Luan de surpresa o deixando tão abalado quanto o filho. Conversei com Arthur e com muito custo ele soltou o pai indo pros meus braços. Com um sorriso triste, um beijo na minha testa e um rápido selinho ao me dizer “se cuida” Luan partiu de volta para a realidade de sua vida.

Assim que Luan se foi eu e Arthur fomos pra nossa casa, á qual estava morrendo de saudades. Na tentativa de animar meu filho, propus uma noite vendo todos seus desenhos preferidos e com muita guloseima. Ele topou na hora, tomamos nosso banho, preparei algumas besteiras para comermos e fomos pra sala onde o tapete fofinho serviu de colchão. O ar ligado deixava um clima frio e o edredom completava tudo. Nada mais gostoso do que aquilo, ainda mais com meu filho grudado a mim, Luan assim que chegou na cidade me mandou mensagem perguntando sobre como o filho estava. Os dois conversaram por áudio e logo ordenei que Luan fosse dormir um pouco para o show de mais tarde. Voltamos então a ver o filme, mas logo Arthur começou a me encher de perguntas.

Arthur: - Você vai fazer isso sempre?

Duda: - Isso o que meu amor?

Arthur: - Viajar um tempão assim com meu pai?

Duda: - Foi só uma semana! – ri

Arthur: - Mas eu não gostei! – fez careta deitando em meu peito

Duda: - Não? – comecei um cafuné nele que mexia carinhosamente em meus cabelos, mania dele desde bebê

Arthur: - Não. Meu pai eu sou acostumado á ele ficar longe um tempão! Eu nem conhecia ele! Eu amo ele, mais amo mais você! Não sou acostumado a ficar sem a senhora.

Meu coração naquele minuto se encheu de amor, mas também ficou pequenininho com uma culpa sem fim por ter deixado meu pequeno.

Duda: - Prometo só fazer isso de novo quando você puder ir! – beijei seus cabelo e ele me apertou

Arthur: - Não vai ficar triste? Eu sei que mesmo brigando toda hora vocês dois se amam. Mas não precisa me deixar pra ficar viajando com ele. Seu filho sou eu! Minha vó não deixa a tia Bruna pra ir pro trabalho com o Vô Amarildo! – sua comparação tão inteligente me fez rir, apertei meu filho em meus braços o enchendo de beijos e o prometi outra vez não mais fazer isso – Eu tô com saudade do vô Pedro – reclamou – Quando a gente vai ver ele?

Duda: - Em breve meu bem!

Arthur: - Promete não demorar? Tem a vó Ana também, o chato do marido dela, o Juninho, a bisa... o tio João Pedro. Tô com saudade de todo mundo mãe. Me leva pra lá nas férias?!

Duda: - Claro que levo meu bem!

Arthur: - Como é viajar com meu pai? Tem mesmo aquela gritaria que mostra na televisão? – me olhou curioso, e acariciando seus cabelos comecei a lhe contar da loucura de fãs que rodeava Luan, deixando Arthur cada vez mais encantado. Encantado. Essa era a palavra certa. Arthur era encantado por Luan e cada atitude dele, acho que os anos de ausência de um pai, fizeram pra Arthur até os gestos simples de um, se tornar encantador.

Com tanta conversa não foi nada difícil do meu pequeno pegar no sono, juntinho a mim, não resisti á tirar uma foto; as fãs de Luan sempre pediam por mais de Arthur, eu e Luan o privávamos o Maximo que podíamos de toda  a exposição, mas entendia suas fãs e a curiosidade delas, e depois de tantos pedidos postei outra vez uma foto com meu pequeno, dessa vez, dormindo.

“Mamãe ama de um tanto que não tem explicação! Meu príncipe mais lindo! ♥”

Publiquei a foto e fiquei boba com a demonstração de carinho das pessoas, pela primeira vez não houve nenhum comentário maldoso e aquilo me deixou feliz. Acabei respondendo alguns comentários da foto que perguntavam coisas agradáveis, mas logo minha atenção foi tomada por uma mensagem de Luan no whats, abri e morri de amores ao ver o print de sua tela de bloqueio com a minha foto e de Arthur que eu havia acabado de postar. Iniciei uma conversa com Luan e assim ficamos até ele ter que aquecer sua voz para subir ao palco. Despedi-me dele, coloquei Arthur na cama comigo e logo dormi para começar outra vez minha rotina de modelo fotográfica que, confesso, já estava morrendo de saudades! 

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Que coisa mais linda esse amor do Arthur pela Duda? É de se encantar ♥ Espero que tenham gostado do capítulo meninas, vamos torcer agora para que os 15 dias longe entre Duda e Luan sejam tranquilos...