Estava um pouco atrasada, afinal, ainda tive que deixar
Arthur na casa de um de seus coleguinhas onde ele já era acostumado a dormir.
Antes de deixá-lo por lá, acabei combinando com a mãe de seu amiguinho uma
saída entre mulheres amanhã, afinal, estávamos criando um pequeno vínculo por
conta da amizade entre nossos filhos.
O trânsito de São Paulo como sempre era caótico e em uma das
suas infinitas paradas aproveitei para postar uma foto que havia tirado antes
de sair.
“Quinta também é dia!”
Publiquei a foto que pareci mais magra. Por conta da imagem
que postei em meu Snap ao terminar de arrumar meu cabelo ter marcado bastante
minha barriga, muitas especulações começaram, afinal, até hoje ninguém sabia ao
certo o motivo do nosso término. Muitos supunham, porém certeza ninguém além de
nós tinha. Não queria anunciar minha gravidez agora, não enquanto eu não me
sentisse preparada e tivesse a certeza de que inveja nenhum atingiria-me.
Decidi esperar e anular essa notícia o máximo que puder. Luan também não falava
no assunto de contar logo para seus fãs, o que me levava a pensar que
compartilhávamos da mesma opinião.
No trajeto até o condomínio de Breno – que o fiz bem
lentamente por conta do trânsito – fui ouvindo músicas e pensando em tudo o que
estava havendo nos últimos dias. Luan provavelmente hoje estaria em alguma
cidade fazendo seus shows, e depois de semanas o evitando, estava pronta para
encarar uma conversa séria com ele, caso ele insistisse.
Como eu imaginava, ao ver a quantidade de carros frente á casa
dos meninos, tive a certeza de que fui uma das últimas a chegar. Ajeitei meu
cabelo que por ter retocado o loiro a apenas algumas horas, estava com um pouco
de frizz e peguei minha carteira onde guardei meu celular.
Quem me recebeu na porta foi Ana, a mãe dos meninos, e ao
chegar na sala fiquei morrendo de vergonha ao ver que eu era realmente a última
e que todas já estavam em seus lugares na única roda enorme ali presente.
Enquanto ainda sorria cumprimentando a mãe dos meninos, como um imã algo me
chamou a atenção. Olhei para o lado á
procura do que de um jeito indiscreto me chamava a atenção e meu sorriso por um
motivo desconhecido quase se sumiu quando á alguns metros sentado ao lado de
Rober avistei Luan me encarando de um jeito intenso.
*Luan Narrando
Estava ansioso para que Duda chegasse logo, estava curioso
para constatar aquela barriguinha da foto.
A casa dos meninos já estava cheia e nada dela chegar, porém, mesmo com
toda a minha ansiedade não deixei ninguém notar isso. Eu andava sendo um bom ator
nos últimos dias. Bebia a minha cerveja e conversa com Rober quando Ana, mãe
dos meninos foi atender a porta. Olhei
como quem não queria nada e não consegui desviar meu olhar quando vi ela entrar
radiante com um sorrio lindo nos lábios. Como Bruna havia me dito, ela parecia
realmente bem. Desci meu olhar para seu
ventre e sorri negando. Ela estava bem mais redondinha do que da última vez que
á vi, e se ela se colocasse de lado, com toda certeza já era possível perceber
sua barriguinha. Lembrei-me da foto que
ela havia postado á quase meia hora atrás. Pessoalmente sua cintura não estava
tão fina, e nem sua barriga tão reta.
Mulheres e sua vaidade. Com toda certeza tinha escolhido o preto pela
famosa vantagem do ‘preto emagrecer’.
Ergui meu olhar de sua barriguinha já um pouco saliente e
percebi que ela também me encarava. Bebi mais um gole de cerveja ainda á
olhando e antes que o sorriso em seu rosto se desfizesse por completo, eu
desviei meu olhar.
Com o canto do olho, vi Duda começar a cumprimentar todo
mundo , o que me surpreendeu já que ela parecia familiarizada com todos por ali
já. Quando ela foi se aproximando de mim fingi que não sabia que ela estava tão
próxima. Duda cumprimentou primeiro
Rober com um aperto de mão e um beijo na bochecha. Ouvi os dois rirem mas não
prestei atenção do motivo. Estava um pouco desapontado com ela. Duda me evitava
a semanas se esquecendo de que carregava
na barriga um filho meu, e se o ‘acaso’ não tivesse colocado nós dois nesse lugar, com toda certeza nem á
visto eu teria.
Duda: - Oi Luan - ouvi sua voz próxima demais me dizendo
aquilo, virei-me e meu olhar foi de encontro
a sua boca. Duda me pegou de surpresa quando beijou minhas duas
bochechas de um jeito rápido antes de ir cumprimentar a próxima pessoa sem nem
me dar tempo de perguntá-la como estava.
Não fiquei á olhando, e agi naturalmente apesar do desejo de
abordá-la. Estranhei ao perceber que por
todo o tempo ela ficou sentada ao lado de Caio, conversando animadamente
enquanto os dois davam altos risos. Com certeza desde que terminamos a amizade
dos dois cresceu e muito. No fundo senti
ciúmes, mas pela primeira vez meu lado sensato falou mais alto. Caio era meu
amigo, sabia de toda a nossa história e ainda por cima não fazia o tipo de
Duda. Mas meu ciúmes tão educado se evaporou quando ao outro lado de Duda,
Gabriel, irmão dos gêmeos se sentou, arrancando de Duda risadas que á tempo eu
não tinha o prazer de arrancar. Bebi o que restava em meu copo e preferi não
mais olhar, conhecia a proporção do meu ciúmes e não queria dar vez á ele
agora.
[...]
Já havia quase duas horas que Duda havia chegado e desde
então continuava no mesmo lugar conversando agora somente com Gabriel, o que
atiçava ainda mais meu ciúmes. Eu fingia não ver e estava tendo um auto controle
sobre meu ciúme até então desconhecido por mim. Duda estava bem, e isso era
inegável. Estava linda, alegre, fina e elegante como sempre. Não parecia nem um
pouco afetada com a minha presença, e graça ao meu disfarce eu também parecia
não me importar. Ela distribuía sorrisos á todos, e como uma pessoa pública
treinada á fazer isso eu o fazia também tão bem quanto. Olhava distraído próximo a direção em que ela
estava sentada quando meu reflexo fez-me encará-los diretamente. Duda havia pego a mão de Gabriel e levava a
sua barriga enquanto ambos riam. Aquela simples atitude dela acabou comigo. O
ciúme ultrapassou a minha linha de segurança. Porra, nem eu havia feito aquilo.
Antes de fazer qualquer loucura me levantei e com a desculpa esfarrapada pra
Bruna de que iria tomar um ar eu fui para o fundo da casa.
Respirei fundo, contei até mil e pedi a Deus que mudasse
aquilo em mim. Dessa vez era diferente. Meu ciúme era maior ainda, pois agora
sabia que mesmo que eu surtasse, no final ela não seria minha. Fiquei quase dez
minutos ali quando uma voz feminina me chamou, olhei pára trás e era Bruna
Paiva, amiga da minha irmã.
Bruna: - Ô pessoal ta te chamando pra cantar!
Luan: - Eu já vou.
Bruna: - Cê ta bem? – perguntou do jeitão dela, apesar de
ser uma das melhores amigas de Bruna, não tínhamos muita intimidade
Luan: - Tô. Vamos!
Passei por ela que me encarava sem entender e quando voltei
para a sala onde todos estavam fui recebido com um dos caras já me passando o
violão. Ri daquilo e perguntei que música queriam ouvir. Deixaram para a minha
escolha e em poucos já sabia o que queria cantar. Não era uma provocação. E sim
uma música antiga que eu adorava e que acabou caindo como uma luva para o
momento.
*Duda Narrando
Gabriel havia ido sentar próximo á uma das meninas do
churrasco que ele estava de olho quando Luan começou a cantar. Fiquei de cabeça
baixa mexendo na barra do meu vestido enquanto escutava sua voz doce
acompanhada ao violão. Aquela música era linda, e eu e ele sabíamos que de
alguma forma ela se encaixava em nós. Levantei o olhar a ponto de ouvir ele
cantar uma parte me olhando nos olhos antes de desviar.
“O frio da madrugada
já surrou meu corpo
Nessa cidade quase
fiquei louco
Saudade é fogo que vai
queimando aos poucos o coração
Sozinho na madrugada
já briguei com a sorte
Falei com meu Deus
porque não manda a morte
Sem esse amor nada
mais importa a vida perde a razão.”
Foi só Luan desviar o olhar que voltei a abaixar a cabeça.
Se foi uma indireta ou não, ele havia me atingido. Apesar dos sorrisos infinitos
que já dei hoje, repetindo a mim mesma que tudo que eu tinha de sentir em
relação á ele era raiva, no fundo algo mais brando gritava por Luan.
Perdi á conta de quantas ou quais músicas Luan cantou, só
sei que foram várias o que fez a alegria de muitos ali, inclusive a minha que
nunca neguei ser uma fã nata da voz do meu ex namorado.
Quando ele parou de cantar, de forma automática o encarei.
Ele também me olhava e engoli em seco ao ver que ele vinha em minha direção.
Luan: - Oi – falou sorrindo de lado ao se sentar ao meu lado
Duda: - Oi. – respondi sem jeito
Luan: - Sua barriga ta ficando linda! – confessou olhando
minha barriga que começava a se formar vagarosamente
Duda: - Obrigada!
Luan: - Posso tocar?
Apenas assenti e trocando seu corpo de cerveja de mão Luan á
levou para a minha barriga. Sua mão gorda cobriu todo meu ventre e sua
saliência, e fui quase obrigada a babar no sorriso magnífico que ele abriu com
tal ato.
Luan: - Finalmente minha boneca ta crescendo! – falou
apertando sua mão, ri e por um impulso coloquei minha mão sobre a sua
Duda: - É um menino Luan! – falei rindo
Luan: - Não é não! – respondeu convicto erguendo a cabeça,
dessa vez nossos olhares cravaram um no outro tão intensamente que quase
pudemos ver nossas almas, nossos sorrisos vagarosamente foram se desfazendo
Duda: - Desculpa! – pedi baixo, dessa vez desviei nossos
olhares e minha mão que estava sob a sua em minha barriga começou á o fazer
carinho de forma lenta, vi Luan me olhar confuso – Eu joguei tudo em você
aquele dia. Não te deixei falar e só despejei minha raiva... A culpa não é
inteiramente sua Luan! – assumi voltando á o olhar, percebi que ele estava
surpreso com minha atitude
Luan: - Eu sei que
errei em não acreditar na sua gravidez Duda, mas você sabe que se eu não tivesse
tido motivo, nada disso teria acontecido. Da outra vez, quando você perdeu e
bebê, você viu como foi diferente. Não desacreditei de você, e se realmente eu
não tivesse porque duvidar tudo tinha sido igual daquela vez. – falou sereno,
Luan não me encarava, sua mão apenas meio que apertava minha barriga de uma
forma carinhosa
Duda: - Eu sei! Foi fácil demais pra mim jogar toda a culpa
em você. Me desculpa por isso. Um relacionamento não toma o rumo do nosso se os
dois não forem culpados. Eu errei também, e errei mais ainda em não admitir
isso. Sei que minha amizade com o Renan ultrapassou o que você suportava – vi
ele suspirar á eu citar aquele nome – E quero te pedir desculpas por isso. Na
época eu estava tão envolvida com a amizade, tão deslumbrada por ele estar me
ajudando com meu sonho de ser modelo que nem percebi que eu estava indo longe
demais para alguém comprometida. Mas
Luan, eu quero que fique claro entre nós que nunca nada jamais passou de
amizade.
Vi Luan assentir sem me encarar e suspirei, parece que eu
havia tirado um certo peso das minhas costas.
Duda: - Talvez não era pra ser! – falei baixo, alguns
instantes depois. Vi Luan voltar á em encarar, tirando seus olhos da minha
barriga – O destino até tentou juntar a gente outra vez... mas não deu. Eu e
você só nos ferimos nessa história toda!
Luan apenas assentiu sem falar nada, porém antes de tirar
por completo sua mão da minha barriga, segurou a minha mão que estava sob a sua
e colocou em sua coxa á acariciando enquanto á olhava de forma fixa.
Luan: - Nós temos dois filhos pra cuidar, pra amar. Eu só
não quero que a nossa vida sentimental interfira nisso... Eu sempre quis dar
uma família tão sólida como a minha pros meus filhos e...
Duda: - Pais separados não são sinônimos de falta de
solidez. A gente vai saber lidar com isso Luan... Vamos saber criar os dois
perfeitamente bem, estando juntos ou não.
Luan: - Eu sei. – suspirou e me pegou de surpresa ao beijar
minha mão
Duda: - Eu só quero que... me dê um tempo! Mesmo eu sendo
tão culpada quanto você nisso tudo, ainda não estou preparada pra te ver sempre
sem querer de esquartejar – assumi o fazendo rir
Luan: - Eu também preciso desse tempo. – assumiu pensativo –
Te ver da forma que estamos é estranho. Eu também me feri com as coisas que você
fez Duda.
Duda : - Tempo ao tempo então?
Luan: - Tempo ao tempo! – sorriu de canto beijando outra vez
minha mão, e assim que ele terminou o ato o surpreendi com um abraço. Luan
aceitou rápido e após beijar a lateral do meu rosto o ouvi falar baixinho – Só continua com essa alegria que ta hoje
viu? Nossos filhos precisam disso de você.
Duda: - Pode deixar. Não vou morrer e nem entrar em
depressão por que as coisas entre nós dois não deram certo! – falei rindo e
percebi Luan ficar sem jeito quando nos soltamos – Qual é, esperava uma grávida
depressiva por que você não acreditou em mim e por que terminamos? – falei
divertida erguendo a sobrancelha, Luan ficou tímido
Luan: - Não. Só... Ah, você é bem forte pra uma mulher
grávida! – deu de ombros
Duda: - Relacionamentos, amores, erros, enganos... tudo isso
faz parte da vida, ora vêem, ora acabam. Temos que saber lidar com isso! –
pisquei sorrindo de canto - Te aviso
quando estiver perto da próxima consulta, sei que não vai lembrar!
Falei rindo antes de levantar e lhe dar um beijo na bochecha
indo para outro ponto da casa. Ao mesmo tempo que sentia um certo alivio,
sentia parte de mim se perder. Estava aliviada por termos sido adultos o
suficiente para assumirmos que erramos, pedir desculpas um ao outro e terminar
tudo de forma amigável. Mas estava com parte de mim acabada. Tudo realmente
teve um fim, e mesmo magoada eu ainda o amava.
Mas eu sabia que aquilo era o certo. Um fim amigável para duas pessoas
que tinham vínculos eternos. Se essa “amizade” toda iria durar ou não eu não
sabia, mas torcia que se fosse para ela se desfazer, que não fosse por motivos
fúteis!
Blogger de cara novaaa! Gostaram? É provisório, mas dá pra dar um gás! O que acharam?
1/5
Sò pra começar eu ameeeeei a nova cara do blog eu amo rosa entãooo kkk ainda bm q Luan conseguil c controlar outra briga ou confusão agora iria estragar oque ainda tm concerto, gostei dessa converssa "amiga" mas queria mesmo meu casal junto, mas entendo e confio em vc nega !!
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