2:07AM – 26 De
Fevereiro
O show acabou e com ele bateu uma vontade louca de beber pra
tentar me desligar do mundo e da bagunça que minha vida andava sendo. Continuei ali no camarim mesmo, e na
companhia de minha banda iniciamos uma resenha enquanto acabávamos com toda a
bebida do meu camarim. Havia mandado fazer jóias das mais caras para presentear
Duda e se quer uma mensagem agradecendo ela mandou. Havia postado uma das
músicas mais famosas do mundo pra ela e
se quer uma curtida dela obtive. Já estava ficando puto, mas além da raiva, a
saudade e o remorso foram maiores. Lembrar que por diversas vezes eu havia
negado meu próprio filho e ainda humilhado tanto Duda, fazia-me ficar enjoado.
Acompanhava pelas marcações de Duda a sua comemoração em um
barzinho da cidade, acompanhada de minha irmã e usando um vestidinho azul
decotado ela estava incrivelmente linda!
Minha irmã parecia adivinhar a necessidade que eu estava de
vê-la e naquele exato instante tinha postado uma foto com Duda.
“#BDay dela meninão!”
As duas estavam lindas. Eram minhas princesas, e perceber o
quanto estavam se dando bem me deixava extremamente feliz. Foi impossível não
notar o quanto Duda andava usando somente roupas rodadinhas de uns dias pra cá.
Sua barriguinha já começava a apresentar, e eu me perguntava quando ela
decidiria que seria o momento de anunciarmos sua gravidez. Seria uma polemica e
tanto, principalmente por estarmos separados, mas era algo do qual não podíamos
evitar.
[...] 03:37 Am.
Já estava no quarto de hotel, saia do banho quando ouvi meu
celular tocar. Achei que era efeito da bebida, afinal, quem me ligaria á essa
hora? Mas quando ele parou e começou uma segunda chamada, ainda de toalha corri
até a cama sentindo meu coração disparar ao ver que era Duda quem me ligava.
Levei alguns segundos para atender, e quando o fiz, a
primeira coisa que ouvi foi seu soluço me deixando imóvel.
Duda: - Você não tinha esse direito! – falou com a voz
embargada pelo choro
Luan: - Du... O que eu fiz? – perguntei em um sussurro
confuso. Odiava o fato dela estar chorando. Chorando e ainda brava comigo
Duda: - A jóia, o cartão, aquela foto que você sabe que mexe
comigo, e ainda colocar aquela maldita música! Você sabia que eu iria procurar
que musica era, e sabia que eu ia ficar igual uma grávida maluca chorando ao
ouvir Elvis Presley. Isso é humilhante sabia? Eu chorei ouvindo Elvis Presley!
Qual é, eu nunca fui fã do Elvis, e olha o que você faz comigo! Seu maldito!
Você sabe o quanto ele é parecido contigo e sabia que ia ficar passando fotos
dele durante a música! Você fez tudo de propósito! Eu odeio você! Odeio estar
chorando por você!
Quando ainda de boca aberta pensei em respondê-la, ela já
havia desligado na minha cara. Fiquei encarando o celular sem reação. Que porra
acabou de acontecer? Isso era Duda ao seu natural, ou fazia parte do pacote
Duda grávida e louca? Quando pensei em retornar sua ligação, outra vez sua foto
apareceu na tela, atendi de imediato e comecei a falar antes que ela jogasse
toda sua ira em mim e desligasse na minha cara de novo.
Luan: - Eu não fiz nada de caso pensado, desculpa! Eu não
sabia que isso iria te machucar tanto... é só... é só como eu me sinto! –
desabafei sentando-me na cama exausto. Á dias eu não ouvia sua voz, e mesmo que
com voz de choro, ouvi-la me aliviou
Duda: - Eu me descontrolei, desculpa. Os hormônios estão
acabando comigo. – falou agora baixinho, parecia arrependida
Luan: - Feliz aniversário. Sei que já passou da meia noite
mas... – dei de ombros
Duda: - Eu tô... – ouvi sua respiração profunda e fiquei
aguardando ela continuar, o que não aconteceu
Luan: - Você ta? – instiguei curioso
Duda: - Quando amanhecer, promete esquecer essa ligação
maluca? – pediu receosa
Luan: - Prometo! – falei de olhos fechados, crente de que eu
mentia
Duda: - Eu to enlouquecendo! – assumiu baixo, mais de forma
exasperada
Luan: - Me conta! – pedi o mais carinhoso possível,
deitei-me na cama encarando o teto, á tempos não passava tantos minutos assim
ao telefone com ela
Duda: - Você, eu, essa gravidez, os enjôos, as pessoas, as
coisas, tudo! Tá tudo me enlouquecendo!
Ri baixinho da sua confissão um pouco nervosa.
Luan: - São os hormônios da gravidez. Quer que eu faça algo
por você?
Duda: - Quero! Aliás, não! Tá vendo, eu vou pirar!
Luan: - Me fala, eu faço! – insisti
Duda: - Não dá, eu só... – ouvi seu suspiro e então me
lembrei do que meu pai havia dito.
“Ela vai te odiar, mas
as vezes vai te ligar do nada só querendo um pouco de carinho”
Lembrei-me então do quão ela ficava tensa com facilidade,
com certeza esse era um dos motivos. Tensão, cansaço, exaustão...
Luan: - Ainda ta chorando? – perguntei baixo
Duda: - Não. Não
tenho mais lágrimas pra chorar hoje! – riu fraco
Luan: - Eu amo você! – soltei sem nem ver, mas não me
arrependi, estava convicto do que dizia.
Duda: - Eu sinto sua
falta! – assumiu me pegando se surpresa, o que eu esperava era no mínimo uma
baita ignorada ao meu “eu te amo”
Luan: - Eu também. Queria estar ai, te beijando... –
suspirei fechando os olhos e pude ver ela deitada em meu peito enquanto á fazia
carinho
Duda: - É? Onde? – sua animação repentina me fez rir. Sua
bipolaridade na gravidez estava engraçada, apesar de nunca saber o que esperar
e essa ser a primeira vez que estou lidando com isso
Luan: - Onde você quiser! Onde você quer? – falei entrando
na brincadeira. Qual é, estávamos separados mas no fundo ela ainda era minha
mulher
Duda: - Você me deixa sem jeito! – deu uma risadinha
Luan: - Você quem
começou! – ri
Duda: - Esta gravidez esta sendo... intensa demais! – mudou
de assunto como quem muda de roupa me deixando perdido
Luan: - Por quê?
Duda: - Ta mexendo com tudo.... tudo mesmo! – afirmou de
forma tímida
Luan: - Tudo o que? – perguntei confuso
Duda: - Até com os meus sonhos. E isso é vergonhoso! –
estava pronto pra perguntar o que ela andava sonhando quando outra vez ela
mudou de assunto assustadoramente rápido -
Eu estava pensando... se for mesmo uma menina como você diz, você quem
vai escolher o nome!
Sorri sozinho. Ela estava ainda mais maluquinha grávida.
Luan: - Se for menino já sabe como vai chamar?
Duda: - Eu e o Arthur estamos estudando alguns nomes.
Luan: - Eu gosto de Breno.
Duda: - Mas eu não! ... Rafa? – sua voz ao dizer Rafa foi
bem doce, e já não sabia mais se isso era uma sugestão á um nome ou se ela se
referia ao meu nome
Duda: - Ele se chamar Rafael? – perguntei confuso
Duda: - Não. Eu estou te chamando! – riu – Você gostava das
poucas vezes que eu te chamava de Rafa. – comentou mudando de assunto outra
vez. Fechei os olhos me lembrando. Eu á chamava de Maria para a irritar e em
troca ela me chamava de Rafa, mas ao contrário do que ela desejava, eu gostava
de ser chamado assim
Luan: - Me acalmava. – assumi pensativo
Duda: - Eu ainda amo você. – assumiu baixinho, me pegando de
surpresa. Ela estava carente, e aquilo era perceptível
Luan: - Eu também amo você.
Duda: - Se você estivesse aqui eu queria estar te beijando!
Luan: - Você é maluca! – ri
Duda: - Sou. Sou a ponto de voltar pra você!
Um silencio tomou a
ligação. Não sabia o que dizer, apenas sabia que toda aquela ligação era mais
que uma recaída, era um abismo ao qual nos jogávamos conscientes de toda a
conseqüência. Suspirei. Eu queria. Queria mas não podia. Então ignorando as
batidas erradas que meu coração deu ás suas palavras, comecei a cantar baixinho
pra ela sabendo o quanto aquilo á acalmava. Escolhi uma música de Bruno e
Marrone que cabia exatamente naquele momento e não demorou muito pra eu ouvir
seu suspiro pesado, prova de que havia pegado no sono.
*Duda Narrando
Acordei no dia seguinte sem nem me dar conta de que havia
dormido, abri os olhos e então me lembrei das ultimas coisas que ouvi na noite
anterior antes de dormir.
“Que pena não poder te
ver
Que pena não poder
dizer
Olhando dentro dos
seus olhos, Parabéns pra você
Parabéns, Parabéns,
meu amor!
Queria ter você
comigo, matar meu desejo, sentir seu sabor”
Suspirei com aquela música na cabeça, peguei meu celular
jogado entre as cobertas e me assustei ao ver que a ligação ainda corria.
Curiosa á levei ao ouvido. Luan dormia e era possível ouvir sua respiração
pesada, quase um ronco. Coisa tão simples como aquilo fez meu dia ficar ainda
mais claro. Encerrei a ligação crente de que esse mês a fatura viria uma
fortuna, mas não me importei. Antes de deixar o celular de lado lembrei da
conversa maluca de ontem. Meus hormônios estavam me enlouquecendo, e até sonhos
eróticos com Luan eu andava tendo. Ri sozinha ao me lembrar disso, e mandei uma
mensagem divertida á Luan antes de iniciar meu dia.
“Você prometeu
esquecer a ligação maluca. Vê se não ronca quando a ligação estiver correndo,
acordei com seu barulho kkkk Bom dia ;)”
Sabia que Luan só leria a mensagem á tarde quando acordasse,
então se quer esperei sua resposta.
[...] 1 de Maio
Depois daquele dia, quem se afastou foi Luan. Ao contrário
do que imaginei, era ele quem colocava uma distancia jamais existente entre
nós. Não nos falamos mais por ligações, ele apenas mandava mensagens todos os
dias perguntando de Arthur e do bebê. Esse era seu único assunto comigo, e meu
lado grávida carente começava a se incomodar com isso. Nenhuma das vezes ele
perguntou como eu estava, e era sempre seco, no começo eu estranhei, mas agora
mesmo sem entender começava a me acostumar. Talvez nós dois não tivéssemos mais
volta.
Meu escritório começava a ganhar forma, e dali á um mês eu
voltaria a trabalhar, estava feliz com isso. Arthur cada vez mais estava
envolvido no futebol, e aquilo as vezes me deixava ate impressionada, qualquer
um que o visse, parecendo tanto com o pai, juraria que ele seguiria os mesmos
passos de Luan, mas pelo jeito não era isso que aconteceria.
Eu andava bem mais tranquila em relação a minha gravidez,
minha barriga agora tomava forma, e apesar dos enjoos não terem sumido, eu pelo
menos tinha a certeza de que estava tudo bem com meu bebê.
O aniversário de Bruna estava chegando, e de forma alguma
ela deixaria aquela data passar em branco. Eu também não poderia deixar de
presenteá-la, e enquanto Arthur estava na escola fui ao shopping escolher algo
para ela, só não contava encontrar com um certo alguém. A surpresa era
desagradável!
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Parece que tem um casal com saudade. Mas parece também que tem um certo cantor com algo o impedindo de dar a cara a tapa como Duda. O que será? Será que essa ligação mudará o rumo da história? Essas declarações e ligações malucas serão constantes ou vai ficar apenas na saudade?
Afinal, com quem será que Duda deu de cara no shopping e por que será tão desagradável?
Ps.: Música usada no capítulo: Parabéns - Bruno e Marrone
4/5
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Meu Deus eu chorei, to muito chorosa cm esses capitulos, esse casal ainda m mata ,sò quero eles juntos 🙏❤😢 qm derá q a Du encontrou ?!
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