Quando eu quase já não tinha pele ao redor de minhas unhas,
finalmente chegamos no local. Meu pai me ajudou a descer, e mesmo de muleta
tive de tirar fotos com duas ou três pessoas até chegar ao corredor onde Bruna
e Duda estavam.
Bruna: - Ainda bem que chegaram! A próxima é ela. – disse me
abraçando assim que cheguei – Como você tá? Ta se recuperando certinho? Tomando
os remédios? Sentindo muita dor? – ri da preocupação da minha irmã, ela havia
ficado apenas esses quatros dias longe, e mesmo falando comigo todos os dias
pelo celular ainda sim parecia preocupada
Luan: - Eu tô bem piroca. – beijei sua testa e olhei mais a
frente onde Duda estava sentada passando a mão no rostinho de Arthur. Soltei-me
de minha irmã e me aproximei. – Oi. – sorri acanhado pra ela que ergueu a
cabeça e se levantou sorrindo
Duda: - Oi!
Ficamos os dois sem jeito. Sentia o olhar até do meu pai
sobre nós, mas logo ela me surpreendeu abraçando-me pelo pescoço. Com a mão
livre á qual eu não firmava a muleta, também á envolvi pela cintura.
Duda: - Você ta bem? – perguntou depois de beijar a minha
bochecha
Luan: - Tô. E você? Aliás, você tá linda!
Duda corou na mesma hora e antes de me responder me fez
sentar na cadeira ao seu lado.
Duda: - Eu acho que ela mexeu essa noite. Não tenho certeza
se foi ela ou foi gases pelo tanto de refrigerante que eu e Bruna bebemos. –
confessou nos fazendo rir
Luan: - Foi gases. Ela vai mexer a primeira vez só quando
estiver comigo. – falei colocando a mão sobre sua barriguinha agora já visível
– Ganhou o vestido de fã? – perguntei ao me lembrar da sua legenda
Duda: - Foi. Acreditam que descobriram que hotel eu estou e
ficaram lá até eu descer pra me entregarem? – falou rindo
Ri também e pousei minha mão em sua perna, apertando próximo
ao joelho.
Luan: - Tá com alguma coisa por baixo? – perguntei um pouco
inquieto
Duda: - Como assim? – riu
Luan: - Um short, sei lá – perguntei puxando outra pele da
minha unha, dessa vez sangrou e eu soltei um palavrão baixo. Antes que Duda me
respondesse a porta frente onde nós estávamos abriu, uma grávida saiu e em
seguida ouvimos chamar por seu nome. – Maria. – falei baixo a zoando assim que pronunciaram seu nome e ela revirou os olhos pra mim
Duda: - Vocês não vem? – perguntou quando viu que meu pai e
Bruna permaneceram sentados
Amarildo: - Não. Esse é um momento de vocês.
Bruna: - Não esqueçam das fotos e do DVD! Só abro mão de
entrar dessa vez.
Ri e segui junto com Arthur e Duda para dentro da sala, mas
antes de entrarmos fui reconfortado por Duda sussurrando em meu ouvido que
estava com um short por baixo.
- Fiquei sabendo que esse bebê tá dando um pouco de trabalho
para descobrirmos o sexo. – comentou o doutor quando já passava o aparelho na
barriguinha de Duda.
Arthur: - Meu pai acha que é uma menina. Fizemos uma aposta.
Eu acho que é menino!
- E a mamãe, acha que é o que?
Duda: - Tô em dúvida. Mas o Luan entrou na minha cabeça com
isso de ser menina. – riu
Luan: - Mas não importa o sexo, tem que vir mesmo é com
saúde. – falei ansioso, olhava a tela e pra mim era tudo um borrão
O médico passava o aparelho pela barriga dela, dava zoom e
dizia que parte do corpinho era aquela. Duda estava emocionada e eu peguei em
sua mão. Pra mim tudo aquilo não passava de algo sem forma, mas claro que
jamais diria isso pra mulher emotiva que agarrava minha mão.
Duda: - Ela não é linda?! – disse emocionada
Arthur: - Nã... – antes que ele terminasse a frase que me
fez segurar o riso eu lhe dei um cutucão na costela
Esperava ver um bebê ali, mas nada que eu via tinha forma e
eu começava a achar aquilo engraçado já que o doutor e Duda insistiam que
aquilo eram partes da minha filha.
Luan: - É o que? – perguntei ansioso
- Ela ta mudando de posição.
Luan: - Cê ta sentindo ela mexer?
Duda: - Não. – disse enxugando as lágrimas
- Vou colocar o coraçãozinho dela pra vocês.
Agora sim fiquei ansioso, apertei a mão de Duda e á levei
aos lábios, mesmo que pra mim nada daquilo estivesse fazendo sentindo, pra ela
estava sendo uma emoção e tanto.
Um som rápido ecoou pela sala e finalmente senti toda a
emoção esperada por aquele momento. Me arrepiei todo e Duda ao perceber sorriu
lindamente pra mim.
Arthur: - Que troço estranho é esse? – perguntou arregalado
me fazendo rir
Duda: - É o coração da sua irmãzinha!
Arthur ficou quieto todo desconfiado com aquele som. Seu
coraçãozinho era extremamente rápido e aquilo aqueceu todo meu corpo me fazendo
sorrir de orelha á orelha todo bobo.
- Olhem só. Tão vendo isso? – olhei pra tela e ri de mim
mesmo ao não conseguir identificar nada além de borrões – Parece que o papai
tem razão. É um menininha que vem por ai!
Meu coração todo se encheu de amor. Duda riu em meio ao
choro e dessa vez quem beijou minha mão foi ela. Abaixei-me e lhe roubei um
selinho salgado por suas lágrimas. Era algo tão simples mas que mexeu tanto com
a gente.
O resto da consulta eu fiquei todo bobo. Só conseguia me
lembrar da emoção ao ouvir seu coração e da certeza de que eu sempre estive
certo. Sempre soube que era uma menina. Saímos com Duda ainda chorosa e não
tive tempo de nada antes de Bruna nos encher de perguntas.
Duda: - Seu irmão tinha razão! – disse rindo
Vi as duas se abraçarem eufórica e recebi o abraço do meu
pai com direito á várias batidas nas costas.
Amarildo: - Agora vou ter que caçar psicólogo pra você saber
não morrer de ciúmes dessa menina! – brincou rindo... ah se ele soubesse. –
Parabéns filhão. Mas acho que tem alguém enciumado.
Olhei Arthur que estava sentado de braços cruzados e ri. Recebi
o abraço da minha irmã e logo fui até Arthur.
Luan: - Que foi cara?
Arthur: - Não sei pra que essa alegria toda! Á poucos dias
nem sabiam que ela existia – disse emburrado o que me fez rir. Arthur dobrou o
bico de tamanho – Dela você não ri. Agora de mim...
Luan: - Eu não tô rindo de você cara! E posso te contar um
segredo? – abaixei-me e falei em seu ouvido – Eu também não vi nada que
parecesse um bebê naquela tela.
Arthur gargalhou, agora feliz.
Duda: - Do que vocês estão falando? – olhei ela e meu
coração perdeu o ritmo. Estava tão linda, toda alegre e radiante, a mão sob a
barriga e o olhar iluminado
Luan: - O Arthur estava me dizendo o quanto tá empolgado com
a irmã, né cara? – disfarcei e vi meu filho dar o sorriso mais falso da face da
terra o que me fez rir alto.
Amarildo: - Então... como vai ser? – perguntou já que eu e
Duda iriamos resolver nossas vidas agora.
Bruna: - Eu deixo meu carro com vocês e eu, o pai e o Arthur
vamos pro shopping.
Arthur: - Isso, me larguem mesmo!
Duda: - Você tá com ciúmes? Sério meu bem? – riu e se
abaixou o abraçando e enchendo-o de beijos – Desamarra esse bico. Você é o amor
da vida da mamãe!
Duda mimou Arthur mais um pouco enquanto eu mandava um áudio
pra minha mãe lhe dizendo sobre sua neta. Em poucos minutos estávamos nós dois
no carro rumo ao hotel em que ela estava hospedada. O silêncio predominava o
carro, até ela quebra-lo.
Duda: - Por que
perguntou se eu estava com algo por baixo do vestido? – questionou achando
graça
Luan: - Ah, sei lá. – dei de ombros incomodado, voltando a
comer a pele ao redor da unha.
Duda: - Para de comer isso! – disse brava – Ficou com ciúme?
Luan: - Só seria estranho outro cara te ver de calcinha. E
na minha frente ainda. – suspirou
Duda: - Eu sempre vou de short. – tranquilizou-me. – Ela é
linda não é?
Luan: - Ela quem?
Duda: - Nossa filha Luan!
Luan: - Ah... – lembrei-me do que vi que até agora não
parecia nada pra mim – É linda sim. – sorri amarelo
Duda: - Exame 3D é incrível! Dá pra ver direitinho. No do
Arthur ainda não tinha isso. – riu e eu me peguei pensando... se nessa ela achou
que viu direito, como ela enxergou o Arthur em um mais inferior ainda? – E o
nome, já vai me dizer? – me olhou empolgada ao parar em um sinaleiro
Luan: - Ah... deixa pra quando chegarmos no hotel
Duda: - Você tá me deixando mais ansiosa ainda. Dá só uma
dica.
Luan: - É especial. Só isso que tenho pra dizer.
Sorri pra ela e ela pra mim, mas
logo sua atenção voltou ao trânsito.
Luan: - Mas eu ainda acho que você vai implicar com ele. –
falei depois de um tempo, um pouco pensativo
Duda: - Fala logo Luan!
Luan: - Vai deixar eu explicar o motivo antes de dar piti? –
á olhei. Agora já estávamos entrando na garagem do hotel
Duda: - Se for o nome de alguma ex sua, não precisa nem
começar.
Comecei á rir. Mas eu também estava ansioso, e antes que ela
abrisse a porta do carro após estacioná-lo eu segurei seu pulso.
Luan: - É Maria. Maria Cecília. Em homenagem á você e a sua
avó.
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Que lindooo! É uma menininha! Luan sempre esteve certo *-*
Agora ele quer homenagear Duda e sua falecida avó com esse nome... Porém Duda odeia o "Maria". Será que ela vai aceitar? Luan ficará chateado?
E o mais importante... no que resultará essa conversa definitiva dos dois?
Luan disse não querer magoar a mãe, mas também disse que seguiria seu coração... E agora?
Espero que tenham gostado
2/6
Ai meu Deus q lindo esse Luan ❤
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