196 - Sogros "problema"

[...] 1 Semana Depois

Já estava em São Paulo á alguns dias. Luan falava sério sobre o casamento, e todas as noites tornava a tocar no assunto me apressando a começar a decidir as coisas sobre tal. Porém eu resolveria primeiro sobre meu escritório de arquitetura, e tudo parecia encaminhando extremamente bem, o que me deixava radiante. Retomei o contato com Renan,  e ele ficou todo feliz ao saber que eu esperava uma menina. Não sabia como andava as coisas entre Luan e sua mãe, eu evitava perguntar, pois sempre que entravamos naquele assunto o clima pesava um pouco.  Já em relação ao meu pai, ele ainda se mostrava desgostoso da minha volta com Luan.

Pedro: - Você faz o que achar melhor pra sua vida Duda. Mas sabe qual é a minha opinião sobre vocês dois. – dizia durante nossa ligação de quase 30 minutos, á qual eu fiz para lhe dizer a que pé andava meu escritório, mas ele fez questão de entrar no assunto “Luan” para tentar me convencer de que ficarmos juntos não era uma boa opção

Duda: - Você tem que se acostumar pai. A gente se ama. Eu também já errei demais com ele. Mas o amor é assim mesmo. Uma hora ele erra, noutra eu, e no final sempre fica bem!

Pedro: - Ele negou a filha de vocês Eduarda! Te colocou como uma vagabunda pra quem quisesse ouvir naquele maldito réveillon! Até na imprensa esse assunto chegou. Mas sabe o que chegou? Só as partes ruins que ele disse sobre você, jamais a coisa errada que ele fez!

Duda: - Pai... por favor... não me faz lembrar dessas coisas... Isso só vai me deixar triste, mas não vai me fazer desistir do amor da gente.

Pedro: - Seu mal é acreditar nisso Duda! – suspirou

Duda: - No amor?

Pedro: - Também. Você é inocente demais menina. Se ilude com pequenas mudanças. É uma menina ainda. Não sabe da vida.

Duda: - Então me deixa tentar pai. O senhor sempre me apoiou. Me apoia a lutar pelo amor dele. Por favor?! – pedi manhosa

Pedro: - Eu não posso te proibir de nada Duda. Sua cabeça é seu guia...

Duda: - Pai...

Pedro: - Se você quer continuar com um cara que duvidou de você e te humilhou tanto, continue, só não conta com meu apoio pra isso.  Agora eu vou desligar. Se cuida e vê se coloca um pouco de juízo nessa cabecinha. Papai te ama.

Duda: - Também amo você pai. – falei desanimada. Nada fazia meu pai se quer tentar mudar de ideia

Encerrei a ligação e olhei para o celular tristonha. Eu sabia que valeria a pena, mas me deixava triste á situação com meu pai. Levantei da cama cabisbaixa, o dia hoje seria cansativo. Seguia rumo ao banheiro quando tocaram o interfone, era da portaria do condomínio, havia uma entrega para mim e um dos funcionários estava á caminho para me entregar.

Curiosa eu prendi meu cabelo e escovei meus dentes de forma rápida, não deu tempo se quer de trocar a camisola longa que eu usava, e quando abri a porta me surpreendi com um buquê maravilhoso. Surpresa, mas já imaginando de quem seria eu assinei o papel da entrega e voltei com o buquê para o meu quarto enquanto lia o bilhete impresso.

“Não escolhi rosas vermelhas pois são comuns demais. Preferi essas. Rosas e delicadas, como você! Tô morrendo de saudades loira. Tenha um dia tão lindo quanto você. Um beijo e um chamego meu e do nosso menino.

L.R e A.”

Sorri encantada e imediatamente lhe mandei um áudio no whatsapp o dizendo o quanto também estava com saudades e quão feliz ele me fazia.

“Também amo você gravidinha. Tô morrendo de sono, tô indo dormir agora, passei a noite compondo, pensando em você! Bom dia viu? Eu amo você demais!”

Ouvi seu áudio mais cerca de três vezes. Eu estava amando esse Luan romântico o tempo todo. Suas fãs nos enchiam de perguntas diariamente em nossas redes sociais sobre estarmos juntos ou não, e resolvi fazer daquele gesto dele uma resposta, já que ele se dizia com preguiça de redes sociais.

Coloquei a câmera no automático em um móvel que desse um bom ângulo e tirei algumas fotos. Escolhi a melhor e á postei sem nem editá-la.

“Sem filtro pro nosso amor. Literalmente! Como você me faz feliz”

O marquei na foto e deixei o circo pegar fogo depois de colocar meu buquê na água e ir tomar um banho para começar meu dia. Sorri sozinha no chuveiro. Tudo parecia tão cinza depois da ligação do meu pai. E de repente, mesmo a quilômetros de distância Luan colore o meu dia.

[...]

*Luan Narrando

Passei quase a tarde toda dormindo, só acordei na hora da fisioterapia na piscina. O clima ali não era dos melhores, mas Arthur fazia tudo virar festa e por instantes eu até me esquecia do quão seca e distante minha mãe estava de mim. Depois da fisio e de tomar um banho, decidi tentar quebrar um pouco do gelo com a minha mãe. Eu andava cada dia melhor, e então deixei Arthur jogando com meu pai na sala e fui rumo a cozinha tentar adoçar dona Marizete. Mas parei antes dela me ver assim que ouvi sua conversa com Camila.

Camila: - O Luan não podia ter voltado com ela tia. Não é justo com você. Você se preocupa tanto e ele joga toda sua preocupação pro espaço com essa atitude dele.

Marizete: - Você é a única que me entende Camila. Tava tão chateada com isso, mas acho que essa mágoa tá se tornando é raiva da Duda. Você vê o quanto eu e meu filho estamos distantes? Nunca fomos assim.

Camila: - Ela de estar fazendo a cabeça dele tia. Tenho certeza. Daqui uns dias convence o Luan até a casar com ela!

Marizete: - Eu não aceito isso de forma alguma!

Engoli em seco, e antes que aquele assunto me deixasse mais transtornado, de fininho fui pro meu quarto onde tranquei a porta e me joguei na cama. Minha cabeça começou a latejar e de repente eu já não sabia mais o que fazer para conciliar meu casamento até então em segredo com o ódio que minha mãe estava de Duda. Senti minha cabeça latejar e praguejei em silêncio. Ô Deus, dá um desconto ai. Minha mãe e Duda se odiando é canseira pra mim. E quando dona Marizete souber do casamento? Ela infarta! Não, isso não! Eu tenho que á fazer voltar a gostar de Duda, ou ao menos respeitar minha relação com ela.

Comecei á pedir á Deus uma solução em pensamento quando ouvi meu celular tocar. Era Rober, atendi descrente e ele foi logo me perguntando o que estava havendo.

Luan: Não é nada cara. – suspirei, não queria encher a cabeça de mais gente com meus problemas – Cê sabe de alguma joalheria boa em São Paulo? – perguntei mudando de assunto, eu tinha de comprar uma aliança. Pedi Duda em casamento tão de supetão que nem isso tínhamos

Rober: - Sei várias cara. Mais relógios?

Luan: - Não, dessa vez é aliança.

Rober: - Aliança? – perguntou espantado

Luan: - Aliança, anel, alguma joia pra Bruna – menti – Me manda o site depois?

Rober: - Eu posso escolher pra você, sei o numero da Bruninha.

Luan: - Não boi, deixa que eu escolho. É confiável mesmo? Vou comprar pela internet.

Rober: - É de um parça meu. Eu te mando tudo certinho. Mas agora tenho uma noticia. Acabou suas férias – riu

Luan: - Não posso fazer show ainda não maluco. – ri

Rober: - Show não, mas entrevista sim. Tem três marcadas. Vai a equipe ai pra você contar como foi tudo e da sua recuperação.

Luan: - E ninguém me pergunta se quero ou não fazer isso?

Rober: - É coisa da Arleyde e do seu pai boi, tenho culpa não.

Luan: - Tá. – bufei – Quando, que programa?

Rober: - Faustão, Faro e o problema

Luan: - Que problema? Que emissora é isso?

Rober: - Larga de ser lerdo! – riu – É na rede TV acho. É a última que vai ao ar, mas é a primeira a ser gravada.

Luan: - Por que é problema então?

Rober: - Cê e a Duda voltaram né? Quem vai te entrevistar é a Denise. Todo mundo sabe que cês já se comeram. Duda não vai engolir isso bem não.

Rober tinha razão. Passei a mão no cabelo e coloquei o telefone na cara. Eu tava ferrado!

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Xii, parece que as coisas estão apertando para o nosso casal.

Marizete disse que não aceita o casamento de jeito nenhum, e seu Pedro parece ter a mesma opinião.

Será que nosso casal consegue "amançar" seus pais? Será que esse segredo vai permanecer segredo ou ainda vai cair em bocas erradas? Tomara que não seja de uma certa prima falsa não é mesmo?!

5/6