202 - Fingimento

[...] Dias Depois

Havia acabado de chegar em São Paulo e fui direto para a Central. Fui recepcionado com balões e bolo de boas- vindas em uma surpresa mais que agradável. Recebi abraços de toda a minha equipe e após comer, beber e tirar muitas fotos eu segui para uma reunião que durou quase duas horas.

Arleyde: - Caramba! Ta tarde, o que acham de almoçarmos em um lugar bacana?

Luan: - Eu tô varado!

Amarildo: - Eu também. Vou ligar pra sua mãe se arrumar e ir com a gente. Não quer chamar a Duda?

Olhei meu relógio de pulso e neguei. Á essas horas ela estava levando Arthur á escola, e com certeza já teria almoçado.

Luan: - Ela deve tá na correria pro coquetel de inauguração de amanhã. Não quero atrapalhar.

Amarildo: - Você quem sabe.

Meu pai se afastou para telefonar pra minha mãe, a qual deixamos em casa antes de virmos para o escritório.

Arleyde: - Você e a Duda estão gerando uma mídia mais que positiva. Fico feliz em ver vocês bem. Cheios de amor até nas redes. - riu

Luan: - Mulher gosta disso né Lele? Ela não fala, mas os olhinhos brilham quando eu posto uma coisa romântica de surpresa pra ela.

Arleyde: - E a bebê de vocês, como tá?

Luan: - Tá bem! Temos exame daqui três dias. - comentei empolgado

Fiquei conversando sobre a gravidez de Duda com Arleyde até toda a equipe se decidirem onde iriamos almoçar.

Fomos a um restaurante bacana de um conhecido do meu pai. Sentamos em um lugar reservado e tivemos de juntar três mesas. O papo era leve e descontraído, e só agora me dei conta da falta que esse mundo me trazia. Eu já estava louco para voltar aos palcos agora que minha perna estava quase 100% novamente. Ainda me custaria um mês antes de voltar, mas nesse tempo eu não ficaria parado. Estava com várias idéias, e queria voltar com tudo. Inclusive com turnê e músicas novas.

Enquanto todos conversavam animados eu mandei uma mensagem á Duda lhe perguntando como foi sua manhã. Ela respondeu-me quase que imediatamente dizendo que foi corrida e que estava com Bruna naquele momento.

"Tô louco pra ver sua barriguinha. A Pi disse que cresceu."

Duda não me deixou passar vontade, e naquele mesmo momento me enviou uma foto.


Olhei aquela foto admirado. Realmente cresceu! E muito.

"Estufei um pouco... mas sua princesinha tá crescendo rápido!"

Sorri bobo colocando aquela foto como fundo do meu whatsapp e logo a respondi.

"Goooorrrrdaaaaa"

Mandei vários emojis apaixonados e bloqueei meu celular ao ser citado na conversa.

*Duda Narrando

Duda: - Seu irmão me chamou de gorda! Gorda Bruna! Gorda! - falei indignada lendo novamente sua mensagem

Bruna: - Quê? - riu olhando nossa conversa

Duda: - Eu aqui, pilhada com esse coquetel, e ele ao invés de me fazer um agrado, me chama de gorda!

Bruna: - Ele ta brincando! - riu despreocupada - Olha confere essa lista aqui. Acho que estão todos os arquitetos.

Bloqueei meu celular um pouco chateada e retomei a papelada que eu revisava com Bruna. Não posso reclamar, minha cunhada havia sido peça fundamental nesse coquetel, sem a sua ajuda eu não teria feito nem metade do evento que ela me ajudará a fazer.

Bruna: - A Laís não vem hoje?

Duda: - De madrugada. Tá em Londrina com o Rober. 

Bruna: - E não é que o lado cupido de vocês deram certo! Eles parecem se dar super bem.

Duda: - Graças a Deus! E você e o Breno, como estão?

Bruna: - Bem! Ele é um príncipe....

Bruna começou a me contar dos milhões de elogios e carinhos que trocavam, Breno realmente era um cavalheiro, enquanto meu querido "noivo" fazia questão de me lembrar o quão gorda eu estava.

Eu e Bruna andamos por quase toda parte acertando os últimos detalhes, e Luan me mandou uma nova mensagem pedindo que eu o avisasse quando estivesse em casa para ele ir me ver. Apenas visualizei sua mensagem ainda com o "gorda" na cabeça.

Bruna: - Minha mãe ta louca pra ver o Arthur. Vou levar ele pra dormir lá em casa, já que amanha seu pai chega e toma ele da gente! - fez bico me arrancando um riso

Duda: - Tudo bem. Você busca ele na escola então?

Bruna: - Busco! Viu o grupo que o Luan acabou de colocar a gente?

Duda: - Não. O que é?

Bruna: - Churrasco lá em casa. Ele ta chamando meio mundo. - riu ao ler pra mim os nomes de quem estava no grupo

Duda: - Ele não consegue ficar quieto! - ri

Voltamos para a minha casa. Bruna tinha salão marcado e até tentou me convencer a acompanhá-la, mas eu estava cansada demais pra isso.

Duda: - Não esquece de pegar meu filho! - a alertei enquanto ela saia no meu carro

Entrei dentro de casa e joguei minha bolsa no sofá da sala. Ia seguindo rumo a cozinha quando me deparei com a minha imagem no espelho. Olhei-me de perfil e lembrei do que Luan me disse. Balancei minha cabeça e espantei aquele pensamento, dizendo pra mim mesma que eu estava exagerando. Fui até a cozinha morta de fome. Peguei um bolo que havia na geladeira, mas assim que o cortei minha consciência pesou ao pensar em suas calorias. Troquei o bolo por uma maça e fui para o andar de cima. Passei no quarto de Arthur e arrumei algumas de suas coisas que estavam jogadas, em seguida fui até o quarto ao lado, até então vazio.

Era grande e arejado como o de Arthur, e sorri sabendo que ali seria o quarto de minha filha. Passei a mão em minha barriga e sorri.

Fui para o meu quarto, o último do corredor e liguei o aparelho de som que havia ali em um volume ambiente. Deixei a música calma que estava antes e comecei a me despir, indo para o banho em seguida.

Depois de um banho demorado me vesti apenas com um par de langerie. Peguei um robe até os pés em ceda e seguia rumo a poltrona que estava meu livro quando parei novamente frente ao espelho enorme.

Abri meu robe observando meu corpo, agora já tão mais diferente. Minha cintura, antes fina, agora estava mais larga que eu já me lembro estar. Meus seios pareciam maiores e ao contrário de que muitos pensam, aquilo me incomodou. Minha barriga, como disse Luan, estava "gorda", e minhas pernas um pouco inchada. Para quem olhasse de longe eram poucas mudanças comparando as que estavam por vir, mas para mim aquilo era muito. Senti meu rosto queimar e engoli em seco.

Luan: - Também gosta de admirar essa visão?

Assustei-me toda com a sua voz, e de forma rápida fechei meu robe em um laço firme escondendo meu corpo.

Duda: - Nem te vi chegar! - engoli em seco e disfarcei meu incomodo enquanto mexia aleatoriamente em meu cabelo

Luan: - Você não me avisou que chegou. Queria fazer surpresa? - perguntou se aproximando

Olhei-o através do espelho. Luan não mancava mais, e voltou com tudo com seu andar confiante e sedutor.

Duda: - Só esqueci.

Senti o corpo de Luan atrás de mim. Ele era poucos centímetros mais alto, porém era todo grande. Colocou as duas mãos em minha cintura e cheirou meu pescoço.

Luan: - Cheirosa! - elogiou dando um beijinho atrás de minha orelha

Recostei meu corpo no seu e senti a mão de Luan indo até o laço de meu robe na tentativa de o desfazer.

Duda: - Não. - pedi segurando sua mão

Luan: - Por que? A Bruna me disse que ia buscar o Arthur. Temos a casa pra gente. - sussurrou convidativo ao encher meu pescoço de beijos

Duda: - Eu.. eu..  eu tava fazendo uma coisa! - menti

Luan: - Não tava não. - tirou minha mão do caminho na tentativa de abrir meu robe outra vez

Duda: - Luan, por favor, agora não. - grunhi baixinho

Luan parou de beijar meu pescoço e olhou-me através do espelho.

Luan: - Tá tudo bem?

Duda: - Tá, eu só tô... com dor de cabeça! - disse a mentira universal para evitar sexo me esquivando dele e indo até a poltrona onde estava meu livro

Luan olhou-me como quem não me entendia, e completamente sem graça eu me senti tomando cuidado para meu robe não abrir. Pela primeira vez na vida eu sentia vergonha do meu corpo, mesmo tendo plena consciência que o motivo de suas mudanças era o melhor do mundo!
Luan: - Quer que eu pegue um remédio? - perguntou abaixando-se frente a mim

Duda: - Já tomei. - menti - Não ajoelha, você não pode!
Luan: - Então vamos pra cama. - encarei-o - Conversar! Não vou tentar nada, juro. - 

Assenti me levantado e o ouvi murmurar um "mesmo eu estando subindo pelas paredes"

Deitamos na cama e eu me cubri, mesmo o ar nem tendo gelado o ambiente ainda.

Luan: - Que música é essa?

Duda: - Não sei. É do meu ipode, a Laís é quem mais colocava músicas nele. - murmurei sentindo minhas pálpebras pesarem

Luan: - Ela vem amanha com seu pai?

Duda:- Com o Rober. Mas meu pai vem amanhã também. - bocejei

Luan: - Ele ainda me odeia? - riu

Duda: - Ele prefere se manter imparcial. - sorri de lado e Luan se aproximou mais, grudando nossos corpos e deixando sua mão em meu pescoço o acariciando com o polegar

Luan: - Viu no grupo sobre o churrasco?

Duda: - Vi. Não conheço metade do pessoal.

Luan: - Conhece, só não lembra. - passou seu polegar por meus lábios. - Posso ao menos te dar um beijo?

Não precisei de responder, Luan já me conhecia o suficiente para entender os meus sinais. Ele me beijou lento, com carinho e paixão, e juro que todo o meu corpo se concentrou em terminações nervosas abaixo do meu ventre. Caramba. Quanta contradição em uma pessoa só.

Luan: - Acha que até a noite essa dor de cabeça melhora? - perguntou mordendo meu lábio - Preciso estar dentro de você!

Me arrepiei da cabeça aos pés com sua fala, e sem o responder o roubei outro beijo, onde tive que segurar suas mãos em minhas costas para elas não vagarem mais ao sul.

Depois de muita troca de beijos molhados eu e Luan acabamos cochilando naquele fim de tarde, e não posso negar a falta que me fazia sua respiração serena batendo contra meu rosto e seus braços e pernas adormecidos entre mim. Apesar de tudo, eu ansiava em dormir e acordar todos os dias da minha vida dessa forma com ele.

Acordamos com o despertador de Luan, aliás, eu acordei. Luan com o seu famoso "mais cinco minutinhos" me deu tempo de me maquiar e me vestir.

Duda: - Daqui a pouco o pessoal começa a chegar na sua casa e você nem lá está. 

Luan bocejou espreguiçando-se na cama e me olhou com um olho só.

Luan: - Dormimos quanto tempo?

Olhei as horas em seu celular

Duda: - Quase duas horas e meia. Anda, levanta. Eu já tô pronta!

Luan: - Ta cheirosa. - sentou-se na cama

Sorri pra ele e peguei meu celular o esperando ir no banheiro.

Luan arrumou-se rápido, aliás, apenas escovou os dentes e achou um boné seu por entre minhas coisas e colocou sobre o cabelo antes de irmos até a sua casa.

Duda: - Acha que devo ir cumprimentar sua mãe? - o perguntei baixo quando adentravamos a sala

Luan: - Vai lá, ela deve tá na cozinha.

Luan beijou minha mão á soltando e foi rumo onde seria o churrasco, com o coração na boca eu fui atrás de minha sogra que procurava algo na geladeira.

Duda: - Boa noite Mari. - cumprimentei-a baixo

Marizete: - Boa noite, - sorriu fechado colocando duas vasilhas sobre a pia

Duda: - A senhora precisa de ajuda?

Marizete: - Não. Como tá a Nicole? - encarou-me pela primeira vez em semanas

Duda:- Tá bem. Tenho exame essa semana pra confirmar.

Mari assentiu e um silêncio ensurdecedor se instalou ali. Pelo menos o clima entre nós estava mais ameno. Teria de perguntar a Luan se ele lhe disse algo.

Duda: - Cadê o Arthur?

Marizete: - Tá lá em cima com a Camila e a Bruna.

Fiquei calada esperando que ela puxasse mais algum assunto, e quando vi que isso não iria acontecer eu me despedi dizendo ir atrás de Luan para ver se ele precisava de ajuda.

Luan: - E ai? - perguntou assim que me viu

Duda: - Normal. - dei de ombros- Você pode? - perguntei olhando a cerveja aberta próxima á ele que cortava algumas carne

Luan: - Hoje posso! - sorriu - Tá com frio? - questionou olhando minha blusa

Duda:- Ta um pouquinho. Você não tá? - aproximei-me dele beijando suas costas

Luan: - Tô é morrendo de calor loira! - disse com segundas intenções e eu ri beliscando sua bunda  - Sua dor de cabeça melhorou? - encarou-me enquanto eu colocava a linguiça no espeto pra ele

Duda: - Concentra no seu churrasco! - ri

Luan: - Tô virando homem aranha já.

Duda: - Homem aranha? - o olhei confusa

Luan: - O que o homem aranha faz amor? - perguntou tomando o espeto da minha mão e ficando mais outra carne nele - Ele sobe nas paredes loira! Depois eu que sou lerdo! - riu

Revirei os olhos pra ele e o ajudei por alguns minutos até Amarildo chegar. Deixei que ele comandasse a churrasqueira com Luan e fui atrás de meu filho.

[...]

A casa de Luan estava cheia, algumas pessoas eu não conhecia, mas eram todos pessoas de bem. Luan cantava junto com Caio e eu jogava uno com Arthur, Breno e Camila. O clima era agradável e eu me sentia extremamente feliz em ver Luan em casa outra vez.

Breno: - Bruna que não manera nessa caipirinha que daqui a pouco tá bêba já! 

Duda: - Eu fiz fraca. - ri

Breno: - Cê não pode beber mas fica embebedando os outros né moça? - fez graça

Acabei perdendo aquela partida do jogo, e Luan ao perceber me arrastou para ficar com ele, alegando estar carente. 

Sentei-me com ele e agora quem cantava era Caio e mais dois amigos de Luan que eu não conhecia. Luan, eu e outro casal conversávamos sobre assuntos diversos, e acabei fazendo amizade com os dois que me lembro deles vagamente como convidado de Luan no aniversário de Arthur.

A noite pelo que vi seria longa, e por mais que eu tivesse vontade de acompanhá-los, teria que estar descansada para a minha inauguração de amanhã.

Todos bebiam, e a maioria já estavam mais alterados, exceto Luan, que apesar de beber se controlava bem.

Bruna: - Vem aqui, vamos tirar uma foto! - puxou-me mais alegre que o normal

Duda: - Tira a caipirinha dessa menina Camila! - enquanto Bruna se colocava entre nós para a foto

Camila: - Tá com cara de bêbada já!

Breno: - Cara de quem vai aprontar, isso sim! - disse desconfiado ao devolver o celular para as meninas.

Ri de Bruna que cambaleou para olhar a foto, e voltei para onde Luan estava junto de Arthur.

Duda: - Não é melhor parar por hoje não? - perguntei me referindo a outro copo de cerveja cheio que ele tinha em mãos

Luan: - Eu tô tranquilo, relaxa, não vou dar PT! - afirmou rindo

Arthur: - O que é PT?

Luan: - Passar mal e dar trabalho pros outros.

Arthur: - Eu vivo dando PT pra minha mãe!

Ri de Arthur e um pouco cansado ele se aconchegou em mim. Peguei meu celular e comecei a olhar minhas redes sociais enquanto o fazia um cafuné. Meu celular vibrou em uma nova notificação e vi que Camila havia postado nossa foto.


"Antes e depois! Since? Muito antigo! #Gatitas @brusantanareal @MDudaCampos"


Fiquei surpresa com aquela montagem me perguntando de onde ela havia ressuscitado a foto de baixo mais antiga. Curti e comentei dezenas de corações.

Luan: - Falsas! - riu olhando o que eu fazia

Duda: - Por quê?

Luan: - Não bera muito a Camila meu bem. - disse simples

Duda: - Ela ta tranquila Luan. Ou você tem algo a me dizer?

Luan: - Não. - desviou o olhar bebendo um gole de cerveja

Duda: - Você não mente bem. - segurei seu ombro e o fiz encostar no sofá - Me fala, agora! 

Luan: - Não é nada loira, esquece.

Duda: - Luan! - segurei seu maxilar novamente e o fiz me encarar

Luan: - Eu só peguei ela dando corda  pras loucuras da minha mãe lá na chácara.

Duda: - Dando corda como? Falando mal de mim?

Luan: - Não, loira. - suspirou - Te contei que falei com a minha mãe?

Conhecia Luan o suficiente para saber quando ele queria mudar de assunto, mas me fingi de boba e o ouvi me contar o papo detalhado que teve com Mari sobre nós dois.

Era três da manhã quando finalmente todos foram embora, e isso só porque Mari escondeu o restante da cerveja os fazendo acreditar que acabaram. Luan tirou da mente deles comprarem mais, e dei graças a Deus quando eu estava no caminho de casa. Apesar de sem sono meu subconsciente me obrigava a descansar.

Luan: - Se divertiu? - perguntou apertando minha coxa enquanto dirigia calmo pelo condomínio

Duda: - É bom não beber, a gente vê as loucuras dos outros melhor. - ri

Luan: - A Pi ficou louca. - riu - Arthur vai pegar até no pé dela amanhã.

Duda: - Vai. - ri

Fiquei em silêncio e cruzei meus braços olhando janela á fora. Arthur havia ficado,  e voltavamos apenas eu e Luan para casa. Sabia que ele tentaria algo, e já pensava em uma desculpa para dar, apesar de morrer de vontade dele, ainda não me esquecia de sua mensagem e de como tudo em mim estava grande de uma forma que Luan nunca viu.

Luan: - Sua dor de cabeça melhorou?

Pensei em mentir, mas ficaria muito na cara, afinal, passei bem todo o churrasco. Assento para Luan o confirmando e finalmente chegamos em casa.

Entramos em casa calados enquanto Luan ouvia alguns áudios. Passei pela cozinha e bebi uma água. Luan abriu a geladeira e imaginei que ele estivesse com fome.

Duda: - Fome? - perguntei pegando uma uva do caixo

Luan: - Só se for de você. - sorriu de lado fechando a geladeira e vindo até mim

Eu estava encostada no balcão, e Luan prendeu-me entre ele e seu corpo, aproximou-se e inspirou em meu pescoço.

Luan: - Você tá tão cheirosa! - beijou meu pescoço se encostando ainda mais em mim

Duda: - Não tô não. Deixa eu ir tomar um banho... - pedi tentando ganhar um tempo

Luan: - Só se eu for junto. - disse manso descendo a mão da minha cintura para o meu bumbum

Duda: - Se você for não vai ser banho.

Luan: - Essa é a intenção.

Duda: - Seu celular ta vibrando.

Luan: - É o whatsapp.  - mordeu o canto da minha boca sem se importar

Duda: - Não deixa as pessoas no vácuo. Você tem essa mania feia. - lhe selei os lábios rápido - Enquanto você responde seja lá quem for eu vou pro banho.

Me desvencilhei dele antes que ele me prendesse mais e subi rápido as escadas.

Fui direto pro banho, e enquanto me ensaboava eu analisava meu corpo. Já fiquei grávida uma vez, mas nunca tive que ficar nua pra ninguém naquele período. Era diferente agora. Apesar de Luan ser meu namorado/noivo, ele sempre se acostumou com o meu corpo todo em forma. Não só o meu, mas de todas as garotas que ele já havia ficado. Me envergonhava como eu estava mais "larga" agora, apesar de o motivo ser o mais doce do mundo.

Passei a mão em minha barriga e na minha cintura, antes fina. Luan amava aquela parte do meu corpo.

O ouvi bater na porta e tentar a abrir, eu não tinha costume de trancar quando estavamos a sós, mas dessa vez eu o fiz.

Luan: - Amor, abre.

Duda: - Tô tomando banho Luan.

Luan: - Eu sei. Preciso mijar.

Duda: - Eu já tô saindo. - desliguei o chuveiro

Não ouvi a resposta de Luan, e mais envergonhada que nunca eu sai do banheiro enrolada na toalha. Senti um certo alivio quando vi que o quarto estava vazio.

Corri para o closet e vesti minhas peças intimas com um pijama fresquinho. 

Luan já havia ligado o ar, e como de costume deixou o controle jogado na cama. O peguei colocando no canto da cama e vi sua blusa e calça jeans jogada no chão. Revirei os olhos e peguei as peças para colocar nas roupas sujas. Tirei o celular dele do bolso da calça e coloquei no cesto. Voltei para o quarto e entediada peguei o celular de Luan. Ele tinha um joguinho que descobri no churrasco, e confesso estar um pouco obcecada nele. O desbloqueei e o celular foi direto para a tela de seu insta, me possibilitando ver a foto que ele havia postado.

  
"Churrasco toooop!!"

Ri do seu "top" e cliquei nos comentários, comecei a ler quando veio a notificação de uma nova mensagem no whatsapp. Não iria abrir, mas quando vi o contato identificado como "Ana Ruiva do RJ" minha curiosidade foi maior.

Olhei no rumo da porta me certificando de que Luan não chegava silenciosamente e cliquei na mensagem.

Luan já havia apagado todo o histórico, mas a mensagem que ela acabará de enviar já dizia do que e tratava.

"Antes vc não reclamava dessas fotos... Vc tá muito mudado depois que tá com essa ai... Vai me deixar nesse estado mesmo? Eu sei ser discreta se quiser!"

Senti todo o sangue do meu corpo se esquentar, e mal vi quando eu respondi sua mensagem me passando por ele.

"Antes eu era um trouxão. Agora sou homem de  verdade, e de uma mulher só. Me erra Ana"

Enviei a mensagem mordendo o canto da boca em raiva e a apaguei bloqueando a vadia em seguida. Curiosa pela foto, abri a galeria de Luan... para o bem da própria saúde mental dele, o filho da mãe esperto havia apagado, e em sua galeria a única mulher que não tinha o mesmo DNA que ele era eu.

Deixei esse episódio de lado apesar de ainda estar com raiva e finalmente fui para o meu objetivo: o jogo viciante que ele tinha em seu celular.

Estava concentrada para não errar, ouvi-o entrar no quarto e senti seu cheiro de longe, com certeza havia tomado banho.

Luan: - Jogando de novo? - perguntou achando graça

Duda: - Tenho que baixar isso pra mim. - ergui meus olhos do celular e vi um Luan nu de costas pra mim

Admirei sua bunda redonda e dura e mordi o lábio tentando pensar em uma maneira dele não reparar tão fielmente as mudanças do meu corpo, ainda mais depois dele ter recebido a foto de alguém que com certeza tinha todos os músculos em perfeita definição.

Cobri-me sem jeito e Luan entrou no closet, voltando segundos depois com uma cueca azul.

Duda: - Não vai secar o cabelo?

Luan: - Não. - disse amarrando seu cabelo um pouco grande

Duda: - Sabe aqueles penteados que a gente faz em bebê que quase não tem cabelo? Ta parecendo você!

Luan: - Achei que você fosse gostar, na hora do sexo você puxa meu cabelo mais que tudo! - riu engatinhando na cama até ficar sobre mim.

Luan tirou seu celular de mim e colocou no criado mudo.

Luan: - Agora estamos os dois cheirosinhos, mas alguma predileção antes de matar nossa vontade do outro? - perguntou com os olhos cravados em meus lábios

Neguei com a cabeça em silêncio, e com a pegada que Luan sempre teve ele segurou meus cabelos me trazendo para ele em um beijo quente. Impaciente ele tirou o edredom que eu me cobria e colou nossos corpos. Apesar do banho recente ele estava quente, e aquele simples detalhe conseguiu me excitar.

Sem fôlego ele desceu os beijos até meu pescoço chupando e mordendo, e de forma automática minha mente começou a idealizar a foto de uma mulher com tudo em cima que ele acabará de receber.

Duda: - Apaga a luz. - pedi sem graça, talvez assim eu me soltasse mais

Luan não disse nada, e de forma rápida foi até  interruptor o desligando e voltando até mim. Agora, no escuro, voltei a me soltar explorando sua boca com a minha e suas costas com minhas unhas. Eu estava meio que sentada na cama, e Luan me puxou até que eu deitasse por completo. Quando fez isso ele tirou minha blusa. Senti minhas bochechas corarem e agradeci o escuro por isso. Sua mão passou por toda a lateral da parte superior do meu corpo e parou em meus seios os apalpando com força.

Luan: - Estão maiores.

Fechei os olhos com suas palavras, e outra vez senti meu corpo ficar tenso. Não só meus seios estavam maiores, mas eu toda. Luan colocou todo o corpo em cima do meu novamente e começou a distribuir beijos por minha clavícula. Fechei novamente os olhos e me permiti sentir o toque que a dias eu sonhava. Como tudo que é bom dura pouco, o vi acender o abajur ao lado da cama.

Duda: - Não. - pedi em um grunhido e levei a mão para o apagar, mas Luan á segurou

Luan: - Deixa eu te ver. - pediu em um sussurro desejoso

Duda: - Lu...

Ele nem me deixou terminar seu nome e me calou com um beijo segurando sua mão acima da minha cabeça. Não consegui me concentrar em seu toque, e apenas retribuía seu beijo que ainda tinha um leve gosto de cerveja.

De forma paciente ele tirou meu sutiã, apalpou meus seios e os levou a boca. Por mais gostoso que fosse eu não conseguia tirar minha cabeça do meu complexo corporal enquanto minha mente masoquista fazia supostas comparações com a foto que ele havia recebido.

Luan: - Ta tudo bem?  - perguntou ao ver que eu encarava o teto estática

Duda: - Tá. - menti e segurei sua nuca o forçando a voltar a boca para meus seios, pelo menos assim ele não me via

Enquanto Luan se dedicava tão bem á eles e roçava seu membro duro em minha coxa, aproveitei sua distração para apagar o abajur.

Luan: - Não faz isso Duda. - o ascendeu novamente contrariado

Para amenizar o clima de suas palavras ele voltou com beijinhos por minha boca enquanto acariciava minha coxa. Podia sentir sua excitação esfregando-se em mim, e por mais que eu tentasse me concentrar, nada me mantinha naquela transa.

A medida que seus beijos iam descendo, minha vergonha e tensão iam aumentando. Tampei o rosto com o antebraço quando ele chegou a parte mais modificada do meu corpo, e com carinho deixou um beijo em minha barriga.

Luan: - Papai promete não cutucar sua casinha com força neném!

Duda: - Que horror Luan! - ri de leve

Meu short e calcinha foram tirados de mim á velocidade luz, e ao menos excitada eu estava, ou então Luan com certeza perceberia que algo errado estava acontecendo.

Ele fez o ritual de provocação de sempre, e por mais que nas últimas semanas tudo o que desejasse era aquilo, não consegui sentir quase nada com todo o seu esforço em me lubrificar mais.

Luan: - Seu gosto é maravilhoso loirinha.

Sorri fechado ainda com o rosto tampado, e ao perceber que Luan parava de vez enquanto e me encarava, comecei a forçar alguns gemidos para que ele terminasse aquilo de vez.

Luan: - Você gemendo assim pra mim eu não aguento!

O senti subir sobre meu corpo e tirar meu braço do rosto.

Luan: - Tá vermelhinha meu bem?! - riu mordendo o lábio

Apressada para que eu me vestisse outra vez, desci minha mão até a cueca de Luan e comecei a abaixá-la enquanto ele destribuia beijos por onde sua boca alcançava. Quando senti sua ereção livre e pele a pele comigo, para meu alívio interno minha líbido começou a voltar. Luan me beijou caloroso e comecei a entrar no clima novamente. Nossas bocas se separaram e Luan ficou de joelhos na cama ajeitando melhor minhas pernas para ficar entre elas. Votou ficar sobre mim e passava seu pau duro em mim me provocando. Gemi de leve, dessa vez sem fingir nada. Sua mão desceu até a minha cintura e ele levou a boca até meu ouvido

Luan: - Seu corpo ta mudando gordinha. - murmurou com tesão enquanto se colocava em mim

Sua frase foi a minha deixa para perder todo o clima que eu começava a me reintegrar, e com o coração na mão senti Luan todo em mim em um gemido sôfrego. Meu corpo ficou tenso, e toda o meu desejo se transformou em vergonha. Luan ao início não notou e começou  a se movimentar. Era nítido seu prazer e necessidade daquilo, e depois de me beijar cheio de tesão ele pediu que eu gemesse para ele enquanto investia com mais força.

Pela primeira vez na vida fingi estar sentindo prazer enquanto usava de todo o meu lado atriz, louca para que aquilo acabasse logo. Puxava os cabelos de Luan e fazia tudo que eu lembrava ser minhas reações em nossa transa, e eu parecia estar bem convincente já que Luan nada dizia, apenas soltava alguns palavrões e outras sacanagens.

Não sentir prazer e estar queimando de vergonha, sabendo no fundo quão fútil era meu motivo começou a mexer com todas as minhas terminações nervosas, e de repente eu me segurava com todas as forças para chorar. Luan sempre que bebia demorava o dobro ao chegar ao seu ápice, e nunca me lembro de uma transa tão demorada como aquela.

Depois de engolir o choro milhões de vezes e gemer sem prazer nenhum por uma eternidade, finalmente senti Luan gozar satisfeito sobre mim.

Luan: - Caralho, você me deixa louco loirinha! - disse ofegante em meu ouvido

Eu também havia fingido chegar sobre meu ápice, mas Luan não se convenceu, e assim que saiu de mim, começou a descer os beijos por meu corpo outra vez.

Luan: - Desculpa, mas não deu pra te esperar dessa vez loirinha, eu tava louco por você. - desculpou-se beijando minhas coxas - Mas pode deixar que agora vou te fazer gozar gostoso!

Luan começou um oral que tinha tudo para ser um dos melhores de nossas vidas, mas minha mente ia para todos os lugares, menos para a nossa transa. Dois minutos depois, me esquecendo de gemer, senti Luan parar o que fazia lá embaixo e encarei seu olhar impaciente.

Luan: - Tá tudo bem?

Duda: - Tá. Continua. - menti

Luan: - Então concentra aqui caramba! - pediu impaciente voltando a me chupar com vontade

Voltei ao meu teatro e gemia conforme as poucas sensações. Mais três minutos se passaram e nada. Era a primeira vez que eu não gozava com ele, e agora nem mesmo seu oral conseguia fazer isso. Era incomum, e era perceptível ele começar a ficar impaciente. Para acabar aquela tortura logo, decidi ajudar.

Duda: - Mais pro lado.

Luan: - Quê? 

Duda: - A língua. Mais pra esquerda.

Vi o olhar do Luan escurecer, e ele parecia desapontado.

Luan: - Quer ensinar o padre a rezar a missa Duda?! Fica caladinha e sente! Eu sei o que eu tô fazendo!  - ordenou voltando ao que fazia

Suspirei impaciente e encarei o teto entediada, as vezes Luan erguia a cabeça e para disfarçar eu soltava um gemido.

Luan: - Tá bom, como você quer ? - ergueu o rosto irritado me encarando

Duda: - Como eu quero o que? - perguntei perdida

Luan: - Caramba, o que a gente tá fazendo Duda? Como você quer a porra desse oral? Não é possível que fiz isso errado a vida inteira!

Senti vontade de rir, e Luan ao perceber fechou a cara.

Duda: - Tudo bem. Vai fazendo e eu vou te falando. - segurando minhas pernas com um pouco mais de força Luan voltou ao que fazia, a sensação de mandar em seus movimentos me fez sentir algo, mesmo que mínimo - Vai com mais calma, você não é o pica pau pra tentar me furar.

Luan: - Não faz graça! - disse irritado e eu mordi a boca pra não rir

Duda: - Mais pra baixo. Com calma Luan, não precisa de desespero... Isso... mais pra direita...Direita Luan! Não sabe a diferença? Isso... De vagar... - meu prazer começou  a aumentar, Luan estabeleceu meu ritmo e aos poucos meu desejo voltava - Morde. - vi que Luan ficou receoso e o fez com toda a gentiliza do mundo - Com vontade caramba, você faz isso direto!

Luan: - Eu fiz isso a dez minutos atrás e cê nem mexeu, pra que vou repetir, não vai adian...

Não deixei Luan terminar de falar e segurando sua nuca fiz sua boca ir de encontro a mim outra vez.

Eu já estava impaciente, e Luan mais ainda. Seu ego estava ferido por não me conseguir fazer gozar, e decidida a por um ponto final naquilo, fingi um orgasmo arrebatador.

Luan me encarou por segundos enquanto eu encenava ofegante, e impaciente saiu do meio das minhas pernas indo para o banheiro.

Apaguei o abajur de imediato e me vesti em velocidade luz. Quando Luan voltou pra cama, emburrado, eu já havia me vestido e estava toda coberta olhando desconfiada pra ele que deitou de cara fechada na cama.

Duda: - Foi bom.

Foi a única coisa que consegui dizer enquanto Luan me olhou estranho, virando-se de costas pra mim.

Duda: - Boa noite pra você também, sem educação.

Luan não me respondeu e permaneceu de costas, fique perdida sem saber como agir.

Duda: - Tudo isso é por que eu instrui o oral? Qual é, você também me manda mudar algumas coisas quando eu faço! - alisei suas costas

Luan não me respondeu e eu o abracei por trás beijando seu ombro.

Duda: - Isso não quer dizer que das outras vezes não foi gostoso... Eu só quis... diversificar. 

Luan ficou calado alguns segundos e virou apenas o rosto me encarando de relance com a cara mais fechada do mundo.

Luan: - Quando decidir me contar por que fingiu a transa inteira a gente conversa! Boa noite Duda.

Engoli em seco. Não sabia o que responder. Eu não podia esperar outra coisa também, Luan conhecia meu corpo melhor que a mim mesma. Fique calada. Não contaria as idiotices que passaram na minha cabeça o tempo todo, ele me acharia uma retardada, ou então concordaria comigo, e todas as duas hipóteses seriam doloridas pra mim. Preferi me calar e o abracei mais forte esperando o sono vir.

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