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Alguns meses se passaram, e cada vez mais o parto de Nicole se aproximava. No oitavo mês de gestação eu já podia sentir com força total o cansaço físico me tomar tão facilmente.
Luan: - Tem certeza que não quer ir á praia com a gente amor? - perguntou enquanto passava protetor solar em Arthur
Duda: - Só quero deitar e ficar quietinha Luan. - suspirei de olhos fechados, deitada na cama
Arthur: - Você anda muito molenga mãe!
Duda: - Carrega outra pessoa dentro de você e depois conversamos novamente sobre isso. - bufei e vi Luan e Arthur sussurrarem algo um para o outro - Vocês vão viver de segredinhos agora? - perguntei irritada
Luan: - Você quem não nos dá opção com esse humor instável seu! - deu de ombros e o olhei indignada - Bom, já que não quer ir, nós vamos. - pegou a mochila do homem aranha do Arthur com os pertences dos dois - Qualquer coisa liga! - balançou o celular antes de fechar a porta atrás de si
Bufei sozinha. Nenhum beijo na testa, nenhum carinho, nem um sorriso. Tudo bem que eu andava um pouco insuportável... tá legal, um pouco não, talvez muito... mas é que uma melancia na barriga, pés inchados e viagens longas não me faziam bem mais. Tentei avisar Luan, mas haviamos ficado quase um mês sem nos vermos e ele insistiu que eu me esforçasse para passar a semana de feriado com ele. Cedi, mas meu corpo e hormônios nãos estavam muitos satisfeitos com isso. Do Nordeste para o Rio, e logo mais a noite para Rondônia... é, a agenda dele já foi mais organizada um dia!
A banheira foi um bom ponto, e as opções de massagens disponibilizadas pelo hotel também seriam caso eu não estivesse tão sonolenta. Antes de tentar tirar um cochilo fui até a sacada do nosso quarto que era bem em frente a praia particular que Luan e seu pessoal estavam.
Ao longe os avistei. Felizes enquanto brincavam com uma raquete. Tive vontade de ir até lá, mas desisti quando senti o ardor de minhas costas. Nicole estava extremamente saudável, e isso implicava em quilos a mais bem dolorosos para a minha coluna.
Estava quase saindo da sacada para voltar para a cama quando algo me chamou a atenção. Um grupo de jovens se aproximava. Todas mulheres. Tive vontade de ter um binóculos naquele momento. Todos pareceram trocarem palavras com elas, e logo cada uma das magricelas de corpos bonitos participavam do jogo, saltando e expondo seus belos pares de seios para o meu marido... que belo jeito de melhorar o meu humor!
Voltei para o quarto, não mais sonolenta, e sim entediada, cansada e enciumada. Luan estava experimentando algo novo: a instabilidade de uma mulher grávida nos últimos estágios de uma gestação. Ele não estava lidando bem com isso, e eu muito menos. Não brigávamos de fato. Luan era tranquilo demais para isso. Mas seu jeito calado e emburrado, agora padrão, me mostrava o quão irritado ele estava com isso. Também, pudera, o coitado nem sempre tinha culpa de tudo. Eu tentava me controlar, mas as vezes Luan era tão insuportavelmente desligado que me fazia ter vontade de matá-lo e colocá-lo em sacos de lixos.
Como sempre o celular foi minha saída para o tédio e as milhões de suposições do que poderia estar acontecendo na praia. Minha mãe no whatsapp foi minha salvação. Sua insistência para vir passar uns dias em São Paulo para me ajudar quando Nicole nascer, agora parecia uma ideia bem vinda. Com ela lá, seria mais fácil não matar Luan.
Conversei com ela por longos minutos, e logo depois fui para as minhas redes sociais. Estava entediada, e precisava de uma dose de auto-estima já que meu querido marido passou os últimos três dias calado e de cara feia comigo. Suas fãs saberiam me mimar.
"Saudades essa barriguinha de melão. Agora já estou parecendo uma melancia!"
Como eu esperava, em minutos várias delas foram encher a minha bola, e mesmo com tantos elogios, um me fazia falta: Luan, que desde que topei o acompanhar nessa semana, havia esquecido que sou sua mulher e me tratava quase que como uma irmã.
De tanto pensar, pensar e pensar, meu sono voltou com força total. Equalizando todos os acontecimentos, acabei pegando no sono por tempo demais.
Acordei com vozes e barulhos no quarto. Luan e Arthur, com certeza. Ouvi a porta bater com um pouco de força e enfim abri meus olhos. O quarto esta estava um pouco escuro, exceto pela Luz do abajur próximo a porta que Luan ascenderá.
Duda: - Caramba! Que horas são?! - passei a mão no rosto me sentando, Luan ascendeu de vez a luz central do quarto
Arthur: - Acabamos de jantar mamãe!
Duda: - Jantar? - assustei-me
Luan: - É. Chegamos da praia você tava desmaiada, não queríamos te acordar e fomos jantar. Trouxe pra você. - ergueu um embrulho o colocando na pequena mesa redonda no canto do quarto
Duda: - Que horas são?
Luan: - Oito. - sentou-se na cama, de costas para mim retirando seu celular do bolso
Duda: - E o que houve com o show?
Luan: - Nada. Só não preciso ir agora. Vai ter uma dupla iniciante pra abrir, posso chegar mais tarde hoje. - deu de ombros - Só vamos sair daqui as onze.
Assenti e bocejei. Luan continuava a mexer no celular e Arthur procurava algo na mala do pai. Ia me levantar para ir ao banheiro quando algo no ombro de Luan me chamou a atenção. A gola extremamente larga de sua camisa me permitia ver até um pouco além de sua tatuagem, e exatamente ali algo chamuscava por atenção.
Aproximei-me mais na cama, sentando atrás dele e arrastei sua camisa mais pro lado ainda.
Luan: - O que foi? - tentou ver
Quando Luan esticou-se para ver, notei a vermelhidão próximo a sua boca. Parecia ter coçado ou passado bastante a mão naquele lugar.
Duda: - Quem andou beijando seu ombro e... seu pescoço e ainda subiu pra sua boca Luan Rafael? - perguntei séria, tracejando o rastro que ele pareceu tentar limpar
Luan: - Quê? Ta doida? - levantou rápido, ficando frente ao espelho
Duda: - Doido está você se não me disser o que aconteceu! Tem uma marca de batom rosa no seu ombro Luan Rafael, e com certeza não é meu! - cruzei os braços
Arthur: - Foi uma fã mãe! Viu, eu disse pra você deixar a marca que era melhor! - avisou ao pai
Duda: - Uma fã? Que teve tempo de te beijar do ombro até a boca com o Well na sua cola?
Luan: - Não foi na boca! Eu virei!
Duda: - Virou mesmo? Por que olha, não é o que parece!
Luan: - Ah, qual é Duda? Vai ficar com raiva até disso agora? É meu trabalho, não pira, é sempre assim! - bufou puxando a camiseta até tirá-la
Duda: - Sempre te beijam assim então?
Luan virou-se para mim enfurecido, talvez eu tenha esgotado seu estoque de paciência, mas aquela marca de batom tão bem encaminhada e suas novas amiguinhas da praia também haviam esgotado a minha.
Luan: - Sempre! Todos os dias! Beijam até a cabeça do meu pau, quer ver?
Abri a boca para respondê-lo, completamente surpresa por sua grosseria, mas ele foi outra vez mais rápido.
Luan: - Quando vai aprender que sou homem e não moleque? Se fiz a porra de me casar com você, sou homem pra honrar isso! Não vem com chilique de adolescente Duda! Nosso estágio já passou disso! Não sou covarde de te trair e nem um adolescente otário apaixonado que vai te mimar e tentar adivinhar o que você quer. Agora da pra parar de surtar e me deixar ter um pouco de paz? Eu não tenho mais isso desde que você começou a agir feito louca! Não dou conta de lidar com centenas delas lá fora, e mais uma aqui dentro!
Ainda estava boquiaberta quando ele bateu a porta do banheiro na nossa cara. Sim, nossa. Olhei para o meu filho e ele parecia tão chocado quanto eu com o surto de Luan. Por breves segundos me senti culpada, até me lembrar do quão grosso ele foi.
Arthur: - A senhora ta bem? - veio até mim segurando minha mão
Duda: - Tô meu bem.
Arthur: - Então não chora. - pediu enxugando a lágrima que até então eu nem havia notado que tinha caído
Engoli em seco, não querendo chorar na frente do meu filho. Não depois dele presenciar uma discussão minha e do Luan. Desde o nosso "casamento", a mais ou menos três meses atras, essa foi a nossa primeira briga de verdade.
Duda: - Você quer dar uma volta na praia? Dizem que de noite é lindo lá!
Arthur assentiu, no fundo ele sabia que eu só queria sair daquele quarto. Troquei minha camisola por um vestido fresco, e pegando na mão do meu filho saí daquele quarto antes que Luan saísse do banho.
*Luan Narrando
Com o banho, pedia que minha sanidade voltasse. Eu estava enlouquecendo. Não sabia mais o que Duda queria de mim nos últimos tempos. Ela andava tão instável que eu precisava medir cada atitude minha antes de me aproximar, e agir tão estudadamente me deixava tenso, irritado. Especialmente quando ela tentava chamar minha atenção soltando fotos de biquíni na praia. Porra, Duda nunca crescia, e nem entendia o quanto aquilo podia ser uma bomba relógio para mim.
Dei outro murro no azulejo da parede, e por um instante me arrependi da minha grosseria. Bruna havia me mandado milhões de artigos me preparando para a explosão de humor que seria Duda e Nicole e em um só corpo, mas eu só conseguia pensar no quão exausto eu estava mentalmente e fisicamente. E para acumular, cerca de um mês e meio sem sexo não ajudava muito. Bater punheta no banho com seu filho no mesmo quarto que você, tentar adivinhar o humor de uma esposa grávida e conciliar tudo isso com uma carreira nada calma é um pouco perturbador quando você perde um pouco do ritmo depois de um acidente maluco.
Sai do banho com a cabeça mais fria. Não sabia o que me aguardava lá de fora. Com certeza Duda e um milhão de lenços e lágrimas. Mas tudo que vi foi o vazio e o silêncio. Suspirei. Ao menos ela não havia ido embora, afinal sua mala e celular ainda estavam ali.
Em uma atitude um pouco impensada - nem tanto - o desbloqueei e apaguei a sua foto de biquíni. Sabia que Duda era minha, mas nada impedia de preservá-la aos meus olhos. Não queria concorrência, não agora com ela tão vulnerável.
Liguei para Heman e Rober. Com certeza ela deve ter ido dar uma volta na praia com Arthur. Pedi que eles á encontrassem, e enquanto isso fiquei olhando minhas marcações, rezando a cada instante que ninguém tivesse fotografado o selinho que uma fã maluca me roubou.
...
Era onze horas. Eu já estava pronto para o meu show. Ninguém achou Duda. Nem Rober, nem Heman, nem Wellington e nem uma fã maluca para postar uma foto com ela e me tranquilizar. Minha cabeça girava a mil. Duda não havia levado o celular, e Arthur outra vez perdeu o seu para um castigo por seus exageros. Minha mente começava a fervilhar em preocupação. Não havia ninguém na praia particular que havia visto Duda ou meu filho. O que mais meu preocupava era suas tonteiras ocasionais. E se ela ficou tonta e caiu por ai? E se ela se perdeu com Arthur? Eu me fazia várias perguntas, mas nenhuma havia resposta, somente uma preocupação avassaladora e um mal pressentimento crescente. Alguma coisa havia acontecido com a Duda e meu filho, e algo dentro de mim, que nunca falhava, friamente me dizia que não era nada bom!
Meu Deus, o que aconteceu? será que ela sentiu mal e a Nick quis nascer? Luan tambem ta todo errado, precisa ter mais paciência com ela, e não a tratar desse jeito, continuaaaaaa
ResponderExcluirPreocupada com a Duda, espero que o luan fique mais compreensível depois de todos os acontecimentos
ResponderExcluirMeu filho tu ta todo errado, tem paciência com ela caramba
ResponderExcluirEsses pressentimentos sao tão terríveis quando não podemos fazer nada , afinal ele não sabe nem onde procurar alem da praia
ResponderExcluirMeu Deus oq a onteceu, ñ ñ Duda gravida e com Arthur ainda cont bia pf
ResponderExcluirMeu Deus oq a onteceu, ñ ñ Duda gravida e com Arthur ainda cont bia pf
ResponderExcluirCoração a mil o que será que aconteceu???
ResponderExcluirNic vai nascer, ou então é sequestro. Ou um suco na praia com um bonitão amigo e o Artur tentando ir embora (kkkkkk). Preciso de mais. Porque acabar assim? 😕
ResponderExcluirBiaaaa cont ou vou ter um treco kkk
ResponderExcluirOutro pelo amor de Deus kkkk presente de ano novooo. ����
ResponderExcluirContinua por favor!!! Vou morrer!! Eu acho que a Nic vai nascer!! 😍😍😍😱😱😱
ResponderExcluirAcho q a Nick resolveu nascer!
ResponderExcluirNao desaparece se nao tenho uma ataqueeee posta logo de novo
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