218 - Casamento

Havia me esquecido do quanto o Rio de Janeiro poderia ser perigoso. Optei á ir as praias públicas por insistência de Arthur.  A praia do hotel estava vazia, e visivelmente entediante, enquanto a Orla que avistávamos estava cheia de gente animada e aparentemente receptiva... ou nem tanto!

Ao pararmos já um pouco distantes do hotel, em um quiosque para Arthur beber água, um grupo de rapazes se aproximou. Tentei ficar calma, afinal, eu não tinha nada ali que pudessem me levar, Sem celular, sem carteira, sem relógio... nada! Exceto um cordão com o nome de Arthur e minha aliança. Exatamente o que viram!

Não reagi. Não gritei e nem dei alarde. Quase ninguém parecia perceber o que acontecia ali, e os que viam, disfarçadamente saiam de perto. Entreguei a aliança e a corrente, e quando os três garotos me deram as costas, senti toda a minha visão embaçar. Minha tontura voltou com força. Só tive tempo de apertar mais a mão de Arthur antes de tudo apagar.

*Luan Narrando

Minha cabeça doía e minha irritação estava em seu nível máximo. Duda sumiu do mapa com Arthur, e nem mesmo toda a equipe de segurança que coloquei atrás dela conseguiu achá-la. Estava dividido em acreditar ser uma pirraça dela ou se algo grave realmente havia acontecido. Tinha um mal pressentimento, mas preferia ignorá-lo e pedir a Deus que fosse apenas um capricho dela.

Rober: - Pro palco cara. E tira essa carranca do rosto. Logo ela aparece. Sabe como mulher é dramática brother. Povo ta atrás dela, ela é conhecida... nada de ruim aconteceu!

Luan: - Tomara cara, tomara! Me deixa informado pelo ponto. - pedi apreensivo

Entrei no palco com o ritual de sempre, mas como em poucas vezes em minha vida já ocorreu, nada de mim estava ali. Eu fazia tudo mecanicamente enquanto minha mente trabalhava sobre onde Duda e Arthur poderiam estar. Meu coração a cada minuto sem notícia dela apertava mais.

A cada pausa eu perguntava se alguém da equipe tinha notícias, mas era tudo em vão. Meu show pareceu ter durado horas. Segurei a vontade de anunciar seu sumiço. Eu não poderia ser precipitado. Todos os shows no Rio eram repletos de imprensa. Anunciar que eu não sabia onde minha esposa e meu filho estavam não pegaria tão bem.

Estava me despedindo do público quando notei uma movimentação diferente. Finalizei o show mais rápido ainda e corri até onde estavam.

Rober: - Achamos cara, achamos! Eu só preciso da documentação dela. - pediu enquanto íamos direto para a vã, sem parar para absolutamente nada

Luan: - Documentação? Pra que? Onde aquela maluca tava? Ela ta bem?- perguntei apressado

Rober: - Fica calmo cara. Não temos muita informação ainda. Estamos transferindo ela para um hospital particular, vou precisar dos documentos dela.

Luan: - Hospital? Que porra ta havendo cara? - perguntei sentindo meu coração apertar

Rober: - Calma! Eu já disse que não sei cara! Você sabe o RG, CPF ou alguma coisa dela além do nome completo?

Assenti atônito e Heman me passou o celular, ele fazia a ficha dela através do telefone, e pelo que entendi uma ambulância já transferia ela.

Luan: - O que aconteceu? E o Arthur? - perguntei desesperado

Rober: - Eu não sei cara! Só mandaram uma direct pra Laís. Uma fã, parece que o Arthur que teve a idéia, uma menina disse que eles estavam em um hospital aguardando atendimento, ela reconheceu o Arthur e é só isso que ela sabe.

Luan: - O Arthur ta sozinho?

Rober: - Claro que não! Cara, não faz perguntas, tô mais perdido que você!

Feri todos os meus dedos até chegarmos ao hospital que haviam transferido a Duda. Agradeci a Deus a agilidade da minha equipe. A ambulância com ela havia chegado primeiro, mas antes de eu poder vê-la tive que assinar alguns papéis. Minha maior procupação  naquele instante era o que diabos havia acontecido que fez Duda parar em um hospital no subúrbio.

Arthur: - PAI!

Vi meu filho se desgrudar da mão de uma enfermeira e correr até mim. O abracei com força o pegando em meu colo. Parte do meu coração aliviado por vê-lo inteiro.

Luan: - O que estão fazendo aqui?

Arthur: - Eu não sei! A gente tava na praia, um moço e uns amigos pediram a aliança e o colar da mamãe, ela deu sem nem teimar. Ai eles saíram e ela desmaiou! Fiquei com tanto medo pai! Não queriam me deixar ficar com ela! Chamaram a ambulância, eu fui com ela mais todo mundo me tratava mal. Não queriam atender ela, deixaram ela no corredor junto com um monte de gente chorando de dor. Eu não sabia o que fazer, mas ai chegou uma menina me chamando pelo nome. Eu sei que vocês me mandam não conversar com estranhos, mas a mamãe não acordava, ninguém acreditava que eu era seu filho e ninguém queria te ligar. Mas a moça sabia quem eu era pai! Ela acreditou em mim, Disse que ia tentar falar com alguém. Não briga comigo pai, eu tava com medo. A mamãe não abria os olhos. Não briga comigo!

Arthur explodiu em um choro forte e eu já não sabia o que esperar. Assaltaram a Duda e tudo indica que ela passou mal depois disso. Mas que diabos essa mulher foi fazer tão longe do hotel!

Luan: - Onde sua mãe tá? Cadê a moça que te ajudou?

Arthur: - Ela veio com a gente, mas não deixaram ela entrar pai.

Rober: - Ela ta aqui ainda? Você quer agradecer a moça Luan?

Luan: - Claro! Mas antes quero ver a Duda.

Rober juntamente com a enfermeira que estava com Arthur me levaram até um quarto. Duda estava acordada e parecia assustada enquanto conversava com um médico. O alivio em seu olhar assim que me viu com Arthur foi quase sólido. O meu também!

*Duda Narrando

Acordei desnorteada. Tudo o que me lembrava era de apertar a mão de Arthur quando fiquei tonta. Um médico checava a medicação da minha veia, e assim que me viu acordada começou a me explicar toda a situação. Eu queria saber somente de Arthur, e Deus pareceu ter ouvido meus apelos silenciosos ao fazer meu filho e esposo adentrarem o quarto.

Apesar do olhar terno que Luan deu-me ao me ver, ignorou-me completamente para encher o médico de perguntas. Tudo parecia bem comigo e com  Nicole. Aparentemente tive uma queda de pressão pelo susto. Luan ainda conversava, agora mais afastado com o médico quando Rober e Heman entraram. Pareciam aliviados ao me verem, e ainda me fizeram algumas piadas em relação ao desespero que Luan estava.

Quando o médico se despediu, achei que Luan finalmente viria me dizer um "oi", mas ele outra vez ignorou.

Luan: - Achou a moça Testa? Quero falar com ela!

Rober assentiu. Não sabia de quem falavam e me senti excluída. Recebi um beijo na testa de Rober e um carinho na barriga de Heman antes de sobramos somente eu e Arthur no quarto.

Arthur me contou tudo o que houve, e por fim liguei os pontos sobre qual moça Luan queria ver. Queria conhecê-la também para agradecer, mas no momento, eu tinha um filho assustado e com medo para mimar. Ele foi um verdadeiro homenzinho, e eu nunca me perdoaria se algo tivesse o acontecido.

Arthur: - Agora você e o papai não são casados mais?

Duda: - Claro que somos!

Arthur: - Mas a senhora ta sem aliança agora.

Duda: - A aliança era só um pedaço de ouro meu bem. Não é ela que define algo. Você foi o herói da mamãe e da Nic hoje, sabia?

Arthur: - Mas o papai tá bravo. - disse confuso

Fui responder Arthur, mas a porta foi aberta revelando Luan ali. Ele pareceu escutar o que Arthur falou já que respondeu de prontidão ao se aproximar.

Luan: - Não tô bravo com você cara. Você foi um campeão! Não tem culpa das loucuras da sua mãe.

Cocei a lingua para não respondê-lo, mas Luan tinha razão. Fui uma louca irresponsável.

Luan: - Agora você tem que ir embora com o tio Rober. O papai vai ficar e cuidar da mamãe. O meu herói tem que descansar agora.

Foi difício Luan convencer Arthur a me deixar ali. Mas ele não tinha opção. Eu só receberia alta no dia seguinte se tudo corresse bem.

Ficamos sozinhos no quarto. Luan não trocou uma palavra se quer comigo. Eu olhava na esperança dele ao menos me dar um olhar tranquilizador, mas tudo que ele fazia era mexer em seu celular com cara de bosta.

Duda: - Como vamos fazer em relação a minha aliança? - puxei assunto

Luan me olhou de relance, mas logo voltou a mexer em seu celular.

Luan: - Quando você tiver melhor você compra outra. - disse sem dar importância

Assenti engolindo em seco.  Ele estava realmente com raiva e era melhor não manter contato. Ele queria assim. Estava sem meu celular, então não fazia idéia de que horas eram. Mas pela roupa do Luan e seu cabelo soado na nuca, com certeza ele já havia feito seu show. Suspirei entediada quando ele apagou as luzes e deitou sua poltrona voltando a mexer no celular.

Luan havia perguntado ao Dr, meu estado, e satisfeito com a resposta do profissional, se quer se interessava para a minha. Me sentia carente e assustada. Toda a situação mexeu comigo. Um marido frio era tudo o que eu não precisava naquele momento.

Com um pouco de dificuldade por conta do soro em meia veia e da barriga grande, me virei até ficar de lado e de costas para o Luan. Não iria chorar na frente dele.

Chorei durante toda a noite, até pegar no sono. Fui silenciosa e Luan se quer notou. Melhor assim. Quando acordei no dia seguinte, Luan dormia meio torno na poltrona. Queria ir ao banheiro, mas era orgulhosa demais para pedir ajuda á ele. Esperei até que uma enfermeira entrasse no quarto e me ajudasse. De bexiga vazia e rosto limpo sai do banheiro auxiliada. Luan estava acordado e me analisou dos pés a cabeça. A camisola do hospital não ajudava a fazer Luan lembrar que eu era sua esposa, e não sua irmã mais nova que o desobedeceu. Na verdade era somente essa segunda opção que ele enxergava de mim. Seus olhos denunciavam. Não pediria desculpas se era isso que ele esperava.

Recebi mais medicação e várias recomendações. Dentro de algumas horas eu receberia alta.

Luan: - Liguei pra sua mãe. Ela ta a caminho de São Paulo pra te ajudar. É melhor você voltar pra casa.

Assenti silenciosa enquanto mastigava a salada de frutas que me trouxeram de café da manhã. Mais nenhuma palavra foi dita, até que Rober voltasse com Arthur e algumas roupas minhas.

Fui para o banheiro me trocar sozinha. Luan não ofereceu ajuda, e não seria eu a pedir. Quando terminei o médico assinava minha alta e conversava atento com Luan, que preferia perguntar ao médico como eu estava do que fazer essa simples pergunta á mim.

Rober me informou que voltaríamos para o hotel para eu e Luan descansarmos, e só pela tarde eu iria para São Paulo. Assenti em silêncio também. Não havia o que fazer.

O caminho até o hotel foi tenso. Estava na cara que as coisas estavam complicadas entre mim e Luan, e pela cara dele, isso duraria por muito tempo.

No elevador o mesmo silêncio angustiante. Rober era um anjo em oferecer-se a ficar com Arthur. No quarto, já a sós com Luan, decidi tentar resolver nossa situação.

Duda: - Desculpa por isso. Eu não devia ter saído da praia particular. - murmurei sentando-me na cama

Luan se quer me olhou, apenas assentiu calado enquanto abria os botões de sua camiseta.

Duda: - Eu só... queria esfriar a cabeça. A praia do hotel tava vazia e...

Luan: - E você teve a brilhante idéia de ir pra outra! Porra Duda, você não é mais uma criança. Tem que pensar nas coisas que faz. Não posso largar tudo pra ficar atras de você sempre. Não posso mover céus e terra e uma equipe inteira pra te procurar por irresponsabilidade sua. Vê se abre o olho, a gente não tá na fase mais de fugir um do outro como você sempre faz quando as coisas apertam. Somos casados e é melhor você aprender a enfrentar nossos problemas de frente ao invés de fugir como uma menina de 14 anos!

Fiquei calada, no fundo Luan tinha razão. Vi ele ir para o banheiro em silêncio, e outra vez a vontade de chorar apertou em minha garganta. Deitei do meu lado na cama antes de por meu celular para despertar, e outra vez chorei silenciosamente até dormir.

Quando acordei Luan dormia feito pedra. Ainda não me sentia 100%. Toda a medicação que me deram me deixaram um pouco sonolenta. Mas nada que me impedisse de arrumar minhas coisas e do Arthur. Não quis acordar Luan, e nem deixei que Arthur fizesse isso quando adentrou nosso quarto. Sai do hotel silenciosamente, acompanhada de Rober que sabia que o silêncio era a melhor opção naquele momento.

Cheguei em São Paulo pela noite. Bruna e minha mãe quem foram me pegar, e aleguei que meu semblante era somente o cansaço e não uma fase angustiante do meu recente casamento.

[...] 4 Dias Depois

Quatro dias haviam se passado e as coisas ainda estavam meio estranhas entre mim e o Luan. Sempre que ele ligava, suas perguntas eram claras e objetivas sobre Arthur ou sobre Nicole. Ele não me incluía e eu mesmo magoada preferia fingir não notar. Minha mãe, com toda sua experiência parecia sentir que havia algo errado, mas mesmo preocupada esperava que eu lhe contasse por vontade própria.

Estava já tudo pronto para a chegada de Nic. Nossas bolsas e todo o preparativo. Achava que essa seria a fase mais próxima minha e de Luan, mas vejo que me enganei por completo.

*Luan Narrando

Depois de mais quatro dias exaustivos na estrada eu voltava para casa. Andava irritado, e toda a situação com Duda não ajudava. Tinha vontade de colocar ela de castigo como se faz como uma criança, mas enquanto eu não podia fazer isso, me contentava em lhe dar um gelo. Quando a vã estacionou em frente a nossa casa - sim, me mudei para a residência que havia lhe dado - um certo cansaço ainda maior me invadiu. Estava com saudades de casa, mas nada calmo para enfrentar uma Duda louca e grávida.

Peguei minhas coisas sem a ajuda de Wellington, e em silêncio destranquei a porta de casa. Ainda era dia, provavelmente Arthur estava na escola, e a voz da minha esposa e sogra vinham da cozinha. Não me ouviram chegar.

Luan: - Opa! - cumprimentei-as aparecendo na cozinha

Duda me olhou estranha e respondeu um "oi" com um sorrisinho de lado. Dona Ana acenou pra mim. Ela colocava alguns legumes no liquidificador. Uma mistura estranha.

Ana: - Como foram os shows Luan? - perguntou simpática

Luan: - Foram bons dona Ana. - sorri de canto - Como tá as coisas? - perguntei olhando diretamente pra Duda

Duda: - Bem.

Luan: - Arthur?

Duda: - Na escola.

Assenti e ia voltando para a sala onde minhas malas estavam quando minha sogra me chamou.

Ana: - Comprei açai Luan. Duda estava com desejo. Posso preparar pra você. Ou gosta puro?

Luan: - Tanto faz dona Ana. Vou tomar um banho e desço.

Minha sogra assentiu sorrindo e eu peguei minhas malas subindo para o quarto. Era estranho não morar mais com meus pais. Meu quarto antes todo cheio de estilo, agora não passava de cortinas e lençóis brancos com um papel de parede sofisticado e claro. Suspirei e fui até o closet. Duda ainda tinha bastante coisa da época que fazia publicidade para marcas. A maioria em caixas jogadas no canto do quarto para me deixar algum espaço no closet imenso. Suspirei. Eu tinha quase um cômodo para mim na casa dos meus pais, agora minhas roupas e coisas ficavam em um espaço mínimo do closet de Duda. Mesmo que ela tenha se desfeito de muitas coisas, mais de um terço do espaço ainda era cheio de coisas delas, o que me impedia de trazer meus pertences todos para a minha nova moradia.

Deixei a mala por ali e sai do closet. Levei um susto ao ver Duda no quarto. Ela era silenciosa.

Duda: - Pode pegar o Arthur na escola pra mim? Ele queria que você buscasse ele caso chegasse a tempo.

Luan: - Tudo bem.

Duda olhou-me aguardando eu dizer mais algo, mas não o fiz. Ainda estava chateado com ela. Vi ela suspirar e levar o cabelo para trás com a mão. Nesse movimento percebi ela ainda sem aliança. A filha da mãe nem fez questão de ir atrás de outro.

Luan: Vou tomar banho.

Duda assentiu enquanto eu me sentia irritado ainda por vê-la sem aliança mesmo depois de quatro dias.

*Duda Narrando

Voltei para a cozinha e minha mãe me olhou especulativa, lhe disse que só fui pedir para ele buscar Arthur na escola e ela se deu por vencido.

Acabei por eu mesma fazer o açaí de Luan. Sabia as frutas que ele gostava de por, e sabia o quanto ele era enjoado quanto á coisas muito doce. Minha mãe riu dizendo que eu adorava o mimar. Era bom ter sua companhia ali, ainda mais agora com a gestação tão avançada.

Luan como sempre demorou no banho, desceu todo cheiroso e arrumado, provavelmente visitaria os pais e de lá buscaria Arthur. Minha mãe lhe entregou a tigela de açaí e brincou ao dizer que eu mimava por ter feito tudo tão coordenado.

Luan apenas me olhou de rabo de olho e iniciou uma conversa com minha mãe. Entediada deixei os dois na cozinha e fui para a sala onde liguei a TV.

Luan sentou-se no mesmo sofá que eu um tempo depois, mas se quer me encarou. Quando eu abriria a boca para reclamar do seu modo frio, ele levantou-se ficando de pé.

Luan: - Vou passar na minha mãe e de lá pego o Arthur. Quando eu chegar podemos conversar?

Seu tom de voz era frio e sério. Não sabia o que esperar. Luan nunca veio com isso de "precisamos conversar". Engoli em seco e abaixei o olhar antes de respondê-lo. Mas me arrependi de tal movimento. Assim que o fiz percebi a ausência de sua aliança em sua mão. Meu coração todo se apertou sem saber o que esperar dele e dessa conversa.

Comentários

  1. Luan, vc esta sendo um idiota. O fato da Duda estar sem aliança não quer dizer q ela infiel à vc. Ela esta no fim da gestação, sendo assim não quer dar um passo pra fora de casa. Ela não comprou a aliança por burra, seu babaca.

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  2. Sei q ele ta chatiado pelo jeito q ela ta mas ele tbm tem q entender a ñ é culpa dela, ele ta errando feio em ficar desse jeito!!!

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  3. Sei q ele ta chatiado pelo jeito q ela ta mas ele tbm tem q entender a ñ é culpa dela, ele ta errando feio em ficar desse jeito!!!

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