Tudo ocorria como o planejado, passei o dia sendo mimada por Luan e sua família que me visitaram. Apesar de minha mãe ter vindo de Campo Grande para me auxiliar nesse momento, Luan não deixou que ela fosse minha acompanhante, e esteve ao meu lado o tempo todo. Era até engraçado, até mesmo para eu ir ao banheiro ele me acompanhava com medo de que algo me ocorresse. Pedi que esperássemos até amanhã na esperança de Nic mudar de posição e eu realizar o parto normal, mas até então nada mudou. A noite chegou e Luan acabou cochilando na poltrona ao meu lado. Ele de tão ansioso mal dormia nos últimos dias, e dessa vez o cansaço lhe atingiu. Sem sono e entediada, postei um snap de Luan dormindo. Estava escuro e mal dava para o ver. Havia boatos de que Nicole nasceu hoje, de que nasceria amanhã e de que eu havia perdido o bebê. Todas as histórias mirabolantes me fizeram rir, mas decidi que suas fãs mereciam saberem da verdade. Escolhi uma foto que havia tirado na noite passada e cortei meu rosto ao publicá-la. Eu estava desarrumada demais para por a cara em rede.
"Última noite com um peso gigante na barriga e um amor maior ainda no coração. Última noite de nove meses com pés inchados, costas ardendo, enjoos constantes, desejos loucos e o mais gostoso de tudo: o afago do papai na minha barriga pela madrugada. Última noite te sentindo chutar aqui dentro de mim e ver o papai e irmãozinho feito manteigas derretidas. Última noite de choro sem motivo, oscilação de humor, hormônios a flor da pele e carência sem razão. Última noite acordando de madrugada ao ouvir o papai falando contigo, ou acordando quase fazendo xixi nas calças... Você vai fazer falta melanciazinha... Obrigado por ter sido o lar da minha princesa nesses noves meses. Sofremos juntas com essa sapequinha que não para quieta. Mamãe tá ansiosa para te conhecer filha. Tem um mundo lindo aqui fora, e eu e papai estamos loucos para te apresentar á ele... Até amanhã meu presentinho abençoado do céu."
Publiquei a foto me sentindo uma manteiga derretida. Estava emotiva, e louca de ansiedade. Derramei algumas lágrimas com alguns comentários e post's, e logo acordei meu marido com a minha "fungação".
Luan: - Tá tudo bem amor? - perguntou sonolento, colocando a mão sobre minha barriga
Duda: - Tá sim- sorri pra ele
Luan: - Então dorme. - bocejou - Cê tem que tá inteira pra amanhã. - deu um risinho divertido
Segui o conselho de Luan e bloqueei meu celular. Com a mão ainda sobre minha barriga Luan pegou no sono de novo. Fechei os olhos e fiz o mesmo até ser acordada por uma dor incomodativa nas costas e na barriga. Me acomodei melhor na cama e coloquei-a mais em pé através do controle. O parto do Arthur foi bem mais elétrico, então eu estava tranquila quanto as dores que eu estava sentindo naquele momento. Fiquei olhando o tempo passar, não eram contrações e eu procurava me manter quieta. Apesar de pouca a dor era incomodativa. Cerca de um hora depois tudo ficou mais intenso. Ainda nada comparada a dor que tive antes do parto de Arthur, mas já dava para começar a se preocupar. Acordei Luan e pedi para que ele chamasse uma enfermeira. Assustado ele o fez e a moça pediu que começássemos a marcar o tempo. Tudo indiciava que eram contrações. Luan não pregou mais o olhos por todo o resto da madrugada, e o tempo todo me fazia carinho e me perguntava se eu estava bem. Quando o dia já quase amanhecia, as dores ficaram mais ritmadas. Luan contou as de 30 em 30 minutos e logo veio a confirmação que eu entrava em trabalho de parto. Com o dia amanhecido eu já quase arrancava a mão de Luan. De quatro perto da cama e com ele acariciando minhas costas tentando me aliviar, eu já não sabia mais por que diabos ainda não me levaram para a sala de parto. Minha mãe havia chegado e tentava acalmar Luan que estava quase desesperado me olhando com pena.
Ás sete e meia da manhã, finalmente me levaram para o centro cirúrgico. Luan não saia do meu lado e logo uma surpresa: Uma mulher desconhecida também acompanharia o parto para filmar tudo a pedido de Luan. Já na sala de parto, todos sorriam e se cumprimentavam felizes, menos eu que quase surtava de dor a cada dez minutos. Luan era bajulado por ser quem é, mas deixou bem claro que queriam a atenção de todos ali apenas em mim e na Nicole naquele momento. Recebi a anestesia enquanto explicavam todo o procedimento. Tive o parto de Arthur normal, e pela primeira vez na minha gestação eu entrei em pânico ao meu deparar com o desconhecido. Luan ao perceber tentava me acalmar de todas as formas. Não largava a minha mão e beijava a minha testa o tempo todo me acariciando. Eu não sentia nada mais abaixo dos meus seios, e a sensação era agonizante. Quase entrei em pânico, mesmo sabendo que tudo era normal. Vi o médico pegar o bisturi e outras coisas a mais. Sabia que naquele momento eles começavam a me cortar e o pânico tomou ainda mais conta de mim, mesmo sabendo que nada eu sentiria. Talvez exatamente por isso.
Luan: - Calma, eu tô aqui. - apertou minha mão me fazendo olhá-lo - Olha aqui pra mim, nos meus olhos, só pra mim. Esquece tudo. - pedia ao abaixar sua máscara bucal
Atendi seu pedido e não tirei mais meus olhos do dele, sua mão na minha com firmeza e o sorriso que ele dava me transmitia paz. Só quando ouvimos um som da equipe de profissionais que Luan tirou os olhos do meu e finalmente conferiu o que acontecia. Não pude ver sua expressão, mas tudo indicava que logo Nicole viria ao mundo.
Luan: - Ela é enorme! - sorriu largo pra mim e logo voltou os olhos para baixo. Um pano me impedia de ver tudo o que acontecesse, e logo eu apertava ainda mais a mão de Luan louca de ansiedade.
A moça que filmava tudo me olhou e parecia sorrir, olhei Luan e seus olhos marejevam. Senti eles mexendo em minha barriga, não havia dor alguma. Em poucos segundos Luan soltou minha mão. Um chorinho fino ecoou por todo o ambiente. Nicole nasceu, e o primeiro a pegá-la foi o pai que transbordava amor em seu choro emocionado.
Luan: - Ela é a sua cara amor. A nossa princesa!
Sem nojo ou receio Luan trouxe ela até meu rosto. Peguei sua mãozinha ensanguentada e deixei minhas lágrimas caírem. A moça da filmagem pediu que á olhássemos e assim fizemos pousando para a primeira foto com a nossa filha.
Luan: - Ela é linda demais! - disse emocionado
Um enfermeira tirou ela dos braços de Luan para fazer o procedimento necessário, e pedi que ele fosse junto, de agora para frente, não me importava mais estar toda aberta em uma sala cirúrgica. Eu só queria garantir que minha filha estava bem.
Me lembro de ter visto Luan sair da sala junto com a enfermeira e com Nic. Lembro-me também de perguntar se estava tudo bem com ela, e logo minha mente virou um borrão.
*Luan Narrando
Nada do mundo chegava nem perto da emoção de ver sua filha vindo ao mundo. Não imaginava que seria tudo tão intenso. Agora, com os testes necessários feitos, Nic banhada e vestida em meus braços enquanto dormia toda lindinha, finalmente minha ficha caiu de que toda aquela barriga de Duda agora estava ali, em meu colo. Minha pequena bonequinha.
Luan: - Vão demorar pra trazerem a Duda? - perguntei preocupado á minha sogra
Ana: - Não, se acalma, ela logo vem. - sorriu - Ela nasceu tão saudável. - olhou a neta orgulhosa - Quando o Arthur nasceu quase piramos. Não deixaram ele ficar no quarto da Duda e o levaram para o berçário. Duda morreu de medo de trocaram ele. - riu
Luan: - As vezes tem suas vantagens ser alguém famoso. - sorri observando o quarto que tinha qualquer aparelhagem que Duda ou Nic necessitassem
Ana: - Não posso nem imaginar quanto tá sendo a diária disso.
Luan: - Nada que não valha a pena. - sorri ainda desacreditado olhando minha filha
Ela dormiu em meus braços assim que fizeram todos os testes, por um tempo fiquei sem vê-la, a enfermeira disse que era necessário outros procedimentos, mas logo me trouxerem minha branquinha pra mim. Ela era grande e toda gordinha, cabelos ralos e o pouco que tinha era da cor de Duda. Seu narizinho segundo minha sogra me lembrava o meu, mas para mim ela era uma mistura da minha loira e Arthur em miniatura. A coisa mais linda do universo.
Luan: - Ela não vai mamar?
Ana: - Vai. Mas não agora. Assim que ela acordar ela só se cala com um peito na boca. - riu
Luan: - Tô preocupado com a Duda.
Ana: - Ela logo vem. É normal Luan. - riu
Luan: - Ela tava com tanta dor tadinha.
Ana: - Ela vai sentir dor mesmo é quando a anestesia acabar. - riu - Você viu todo o parto?
Luan: - A Duda tava em pânico. Acalmei ela primeiro. Quando fui olhar eles já estavam tentando tirar ela. - sorri para minha pequena
Ana: - Duda vai precisar muito da gente agora. O resguardo e a quarentena é essencial Luan.
Luan: - Claro! Vou ajudar ela no que for preciso dona Ana. Depois que vi o quanto de dor ela sentiu, não quero fazer nada que á faça sentir dor novamente.
Dona Ana sorriu orgulhosa, meu celular vibrou no bolso da calça e tentei o pegar.
Ana: - Me dá ela, pode atender tranquilo.
Com um pesar no coração entreguei minha filha á minha sogra. Até agora somente eu tinha lhe pegado, e vi o quanto fui egoísta ao perceber o olhar de amor de dona Ana ao pegar a neta pela primeira vez.
Atendi meu celular e era Bruna tentando me dizer quase em códigos que Arthur estava se mordendo de ciúmes. Eles estavam a caminho do hospital e ela me lembrava de dar atenção redobrada ao meu filho que segundo ela estava se sentindo excluído de tudo.
Assim que eu encerrava a ligação, finalmente chegaram com a minha esposa no quarto. Ela olhava tudo sonolenta, e estava coberta em panos brancos. Dois maqueiros á colocaram na cama e uma enfermeira lhe fez várias perguntas antes de colocar-lhe uma medicação na veia.
Luan: - Você ta bem? - me aproximei finalmente, passando a mão em seu rosto
Duda: - Tô. Cadê a Nicole? - perguntou correndo o olhar por todo o quarto
Ana: - Não levanta a cabeça meu amor. E a Nic tá aqui, no colinho da vovó.
Minha sogra sorriu e fez sinal para eu pegar Nic, á peguei com todo cuidado do mundo e á levei até Duda que caiu no choro ao ver nossa menina.
Duda: - Ela é tão linda. - fungou
Luan: - Dormiu no meu colo. - sorri orgulhoso, Duda passou a mãozinha em seu cabelo e ela se remexeu toda.
Parecia só existir nós três ali naquele momento, conhecendo nossas metades em um serzinho só. Era de longe o dia mais emocionante da minha vida.
Duda: - Acho que tem alguém acordando. - sorriu ao vê-la ficar toda vermelhinha em meus braços enquanto se remexia
Não deu outra. Logo aquele mini pedaço de gente chorava mais alto do que eu era capaz de cantar. Duda não podia levantar a cabeça por conta da anestesia, e logo amamentar daquele jeito se tornou difícil.
Ana: - Ajeita ela assim Luan. - ensinava minha sogra cuidadosa
Luan: - Ela vai sufocar no peito da Duda.
Ana: - Não vai não. - sorriu - Coloca a cabecinha dela mais perto do peito, ela mesmo vai achar e mamar.
Fiz o que a minha sogra pediu com todo cuidado, era tudo novo para mim. Nicole chorava tão alto que eu tinha medo de estar fazendo algo errado, mas como em um passe de mágica, assim que ela encontrou o peito seu choro cessou. Duda segurava-a como uma mãe experiente apesar da posição desconfortável.
Duda: - Como ela foi nos testes? Ta tudo bem com ela? Não vai precisar nem de banho de luz?
Luan: - Nossa princesa tá ótima meu bem. - beijei sua testa olhando a cena linda de minha mulher amamentando nossa filha pela primeira vez
Duda não teve problemas com leite, talvez por ser sua segunda gestação. A anestesia ainda surtia efeitos e ela estava sonolenta quando o quarto se encheu de visitas para ver a minha pequena que ainda mamava.
Estava tudo lindo e perfeito, se não fosse um problema: Arthur estava mais que enciumado com a bajulação de todos voltado apenas para a irmãzinha. Quando tentei me aproximar, um choque: meu filho me virou a cara saindo do quarto feito uma criança rebelde!
QUANTO AMORRRR ❤❤, principe Arthur com ciumes tadinho kkkk
ResponderExcluir