236 - Por Nós

 Voltamos para a casa com o sol já se pondo. Luan dirigia com um sorriso presunçoso nos lábios, Arthur fazia graça para a irmã, e eu mexia em meu celular enquanto recebia os carinhos de Luan em minha perna.

Luan: - Gostou do nosso dia campeão?

Arthur: - Eu amei! Amanhã você vai estar de folga de novo né? O que vamos fazer?

Duda: - Seu pai tem que descansar meu bem. Vamos ficar mais tranquilos amanhã, okay?

Arthur concordou e voltou a tentar fazer Nic rir. Olhei a foto que havia tirado do Luan em meu celular e enviei para o aparelho dele.

Duda: - Você ficou tão lindo. Por que não posta ?

Luan: - A sem camisa? – olhou-me confuso, afinal, ontem mesmo eu estava morrendo de ciúmes de uma foto sua.

Duda: - Não! A dirigindo!

Luan: - Posta pra mim. – pediu

Duda: - Que legenda coloco?

Luan: - Deixa eu ver pra pensar.


Assenti e mostrei a imagem para ele, a publicando em seguida e rindo da legenda que ele me pediu pra por. 

Piloto brabo é piloto brabo. O resto é conversa. 😤

Depois disso, me passei pelo Luan e segui vários fã-clubes, fazendo a alegria de meio mundo. Não resisti ao meu vício e também postei a minha foto, tirada por Luan.

Paz

Já era noite quando chegamos em casa. Preparei uma janta rápida e comemos frente á TV enquanto assistíamos uma série. A cada hora que se passava, Luan me olhava mais apreensivo, e eu começava a ficar também ao tentar adivinhar o que de tão importante ele tinha a me contar 

Arthur ainda cansado do nosso dia, foi dormir rápido, e agora restava só Nic para que pudéssemos conversar. Por ter dormido boa parte do dia, Nic não estava nem perto de dormir, e não parava de brincar puxando a barba e o cabelo do pai. Eu ria da cena. Luan tentava se fazer de bravo, mas se derretia todo quando ela sorria banguela para ele. Aproveitei da falta de sono da minha pequena, e subi com ela para o seu quartinho, sendo seguida por Luan.

Luan: - O que você vai fazer? - perguntou se jogando na poltrona que havia ali enquanto eu tirava sua roupinha

Duda: - Experimentar algumas coisas que recebi nela. Vou ver o que não serve mais e fazer doação. 

Luan assentiu enquanto mexia em um dos ursinhos do quarto dela. Havia lavado todas as roupinhas que ela tinha recebido, porém não havia tido tempo de nada.

Luan: - Ela não é boneca meu bem! - riu se aproximando - Parece, mas não é né meu bebê? - brincou com o pézinho dela que fez bico para o pai

Duda: - Só experimentei um vestido! - me defendi colocando uma blusinha nela

Luan: - Olha a carinha dela. Ela não gosta. - riu 

Duda: - Ela não tá chorando.

Luan: - Mas olha a carinha que tá me olhando. Tá pedindo salvação.

Ri e revirei os olhos pra ele. Tirei uma foto dela com a segunda roupinha e tirei com cuidado, pegando outro conjuntinho. Luan me olhou sério.

Duda: - É só mais esse. - prometi 

Luan: - Olha o biquinho dela. - riu

Duda: - Sai pra lá. Ela tá fazendo manha pra ti!

Luan riu e sentou-se de volta na poltrona. Coloque a sainha nela e a tiara. Estava a coisa mais linda do mundo. Nic não chorava, apenas me olhava quietinha. Coloquei um sapatinho nela e á ajeitei.

Duda: - Olha aqui pra mamãe princesa. - pedi pra ela que não tirava os olhos do pai. - Olha amor.

Tirei algumas fotos na esperança que ela olhasse para a câmera, mas não deu certo. Quando fui tirar sua roupinha, Nic abriu o berreiro e não me deixou despi-lá.

Luan: - Ela cansou. - sorriu pegando a filha

Duda:- Mas tem que tirar pra ela dormir.

Luan apenas tirou o acessório da cabecinha e a saia. Começou a niná-la pelo quarto até ela se calar e se concentrar toda na voz e nas caras e bocas que o pai á fazia. Sentei no lugar que Luan estava e fui verificar as fotos que tirei. Dentre uma das últimas, uma me fez sorrir apaixonada.

Duda: - Anem amor, olha essa. - me levantei indo até ele lhe mostrando a foto - Olha a carinha dela te olhando.

Luan: - É a minha bonequinha! - sorriu largo beijando a bochecha dela. - Posta ela. - pediu empolgado - Conta que ela tava olhando assim pra mim.

Duda: - Só você mesmo! - ri - Não sei onde vi colocar tanta manha assim nela.

Acabei que nem postei a foto. Nicole me viu e quis mamar. Á peguei e sentei no colo de Luan que estava na poltrona outra vez.

Luan: - Olha.

"Olha a carinha de arrego dessa princesa quando a mamãe tentou fazer ela de boneca. Poxa mamãe, ela é boneca só minha!"

Sorri de sua legenda e deitei a cabeça em seu ombro. Estava sentada de lado em suas pernas, o que facilitou enquanto Nic mamava sonolenta.

Duda: - Sério que já é duas da madrugada? - perguntei bocejando

Luan: - Sério. - riu - Minha filha é das minhas, cara!

Duda: - Não mexe nela. - pedi quando ele ia pegar sua mãozinha - Quero dormir, e ainda tempos que conversar!

Luan suspirou e assentiu, deixando seu queixo apoiado em mim. Depois de uns vinte minutos, Nicole enfim pegou no sono. Coloquei-á no berço e fui para o quarto enquanto Luan sumiu pela casa.

Enquanto o aguardava, troquei minha roupa por um pijama fresco e comecei a passar um hidratante em minha pele.

Luan: - Que linda! - comentou ao entrar no quarto

Sorri de leve pra ele e voltei a passar o hidratante em minha pele. Luan se aproximou deixando algo sob a cama e estendeu a mão para que eu colocasse um pouco na sua palma. O fiz e ele começou a passar o produto em meus ombros.

Duda: - O que você trouxe? - perguntei tentando olhar o que ele tinha jogado na cama

Luan: - Chocolate.

Olhei confusa pra ele, mas Luan não me respondeu. Passou o creme por minhas costas e ajeitou minha blusa novamente antes de ir para a cama.

Duda: - Pode me dizer o que está havendo, agora? - perguntei indo de encontro á ele

Luan: - Experimenta. - ergueu uma barra de chocolate pra mim e mesmo sem entender eu mordi um pedaço - Boa pra caralho né?

Duda: - É.

Luan: - É da Bruna. Ela esqueceu aqui quando veio. - deu de ombros - Compra mais pra nós depois. - pediu colocando outro pedaço na minha boca

Duda: - Você tá fugindo né? - perguntei descrente

Luan: - Não! - olhou-me ofendido - Vem cá, senta aqui do meu lado.

Suspirei e sentei ao seu lado na cama, Luan me entregou a barra de chocolate e ligou a TV do nosso quarto. Conectou-a ao youtube e colocou uma música suave e romântica. Olhei desconfiada para ele, mas não tive tempo para perguntas já que ele logo veio pra cima de mim me beijando com paixão.

Duda: - Para de querer me enrolar. - pedi grudada em sua boca

Luan: - Não quero te enrolar. Só quero fazer amor com você. Não posso? - perguntou segurando minhas mãos acima da minha cabeça

Duda: - Você joga baixo. - sussurrei ao sentir sua boca em minha pele 

Luan: - E você gosta. - riu sacana abaixando a alça da minha blusa

Fechei os olhos e me deixei levar. Conhecia Luan o suficiente para saber que ele me convenceria disso rápido demais. Lutar era inútil.

Correspondi todos os seus beijos, todas as suas carícias, todos os seus sussurros, murmúrios e gemidos. Aquele era o nosso momento, nosso prazer, nosso amor. E não importava quanto tempo se passasse, a intensidade, o fogo e paixão eram sempre as mesmas. Mesmo que soubéssemos cada centímetro do outro, ainda sim era delicioso nos redescobrir em nosso prazer. Por mais que já tenhamos feito inúmeras vezes, era sempre incrível quando nos conectávamos. Era corpo, alma, coração... era nós dois, ali, nos tornando um só... E nada no mundo diminuía a magnitude daquele momento. Nunca foi pelo sexo ou apenas pelo prazer. Era pela essência, pelo momento, pela ligação. Era por saber que somente um conseguia satisfazer tanto o outro. Era por olhar nos olhos do outro e o ver mudar de órbita junto contigo. Eram pelos sussurros, pelos beijos, pelos carinhos e até pelas sacanagens ditas ao pé do ouvido. Era por um momento tão íntimo, tão nosso e que somente nós dois saberíamos o que foi dito ou o que foi feito. Era por nosso segredo indiscreto, os sorrisos roubados e os tremores involuntários. Pelo toque, o jeito, o conhecer e o descobrir. Era coisa nossa, e nunca com ninguém foi tão gostoso assim. 

Luan: - Você fica melhor a cada dia loira! - riu ofegante, caindo ao meu lado

Ainda sem fôlego, não o respondi. Apenas ri junto com ele e puxei a coberta, cobrindo meus seios. Olhei pra ele que estava de olhos fechados, sorrindo sozinha enquanto mordia o lábio inferior. Me aproximei e firmei a mão em seu peito, lhe roubando um beijo casto.

Duda: - Amo você. - beijei seu peitoral - Mas acho que agora é a hora da verdade.

Aquela altura, eu já não estava mais tão preocupada com o que de tão grave Luan poderia ter feito. Ele já havia me dito que não envolvia nossa relação, e depois do que acabamos de fazer, sabia que ele estava mais do que conectado comigo. Sentei-me na cama, com as costas na cabeceira e aguardei sua resposta, que só veio minutos mais tarde, com os olhos ainda fechados.

Luan: - Eu ajudei o Rober. Ajudei ele a trair a Laís.




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