249 - Tarde Demais

Arleyde me ligou, Luan não poderia entrar em contato comigo, e isso era tão fodidamente decisivo pra mim que eu não pude deixar passar. Ele se quer teve a ombridade de falar comigo. E ao contrário dele, o mundo tentava o fazer. Meu celular não parava de tocar após minha foto estar em todas as emissoras com o dizer "chifruda" em lindas palavras pouco mais chique que á citada. O tal vídeo, que pela graça de Deus não chegou aos meus olhos, pelo visto não foi distribuído á tão poucas pessoas assim. Passei a odiar ainda mais á famosa Fabíola Reipert ao ver sua felicidade em anunciar em rede nacional o famoso par de chifres que levei, e o pior, ainda zombar ao dizer que no vídeo, ao qual segundo ela chegou em suas mãos, Luan não parecia em nada o homem apaixonado que eu tanto dizia ser. Meu nome nunca foi tão citado, e eu nunca estive tão quebrada em toda minha vida. Estava cega de raiva e dor, e não me permiti mais nenhum minuto naquela casa.

Lena: - Você tem certeza disso Duda? - perguntou tristonha enquanto me ajudava a jogar minhas coisas em algumas malas.

Duda: - Eu tenho. - falei decidida, chorando agora de pura raiva

Lena: - E as crianças?

Duda: - Elas vão comigo! Vou pegar algumas coisas, o resto eu me viro depois.

Lena: - Eu sinto tanto! Eu nunca esperaria isso dele. Você tem certeza que não é tudo uma mentira?

Duda: - E tem como ser? - sentei na cama derrotada e Lena me olhou com pena - Não á nada que diga ao contrário Lena. Nem ele tenta dizer. Ele disse á Arleyde pra me dizer que ele sabia o quão grave era as coisas, mas que tinhamos que conversar antes de tudo. Ele se quer tentou se defender. Nem mesmo quando ligou para o Arthur. Acho que nem ele sabe como sair dessa. Não há como Lena. Não á se quer um indício de que isso não seja verdade.

Lena: - Mas você nem viu o vídeo.Nem sabe se ele realmente existe. - disse pesarosa

Duda: - E nem quero ver. Meu whatsapp tem milhões de mensagens, milhões de vídeos não baixados. Tenho certeza que um deles é esse maldito vídeo. Não quero ter que ver o meu meu marido com outra mulher. Sei que vai doer muito mais. Não há nada o que fazer Lena. A única coisa que eu pedi que ele não fizesse, ele fez. Me traiu e nem teve a consideração de tentar esconder de mim de uma maneira que não me deixasse ainda mais desapontada com ele.

Passar pelo aeroporto sem ser reconhecida foi um pouco difícil. Mas fui cautelosa. Me disfarcei o máximo que pude e fiz o mesmo com meus filhos também. Não quis voltar para Campo Grande. Sabia o quanto meus pais tornariam insuportável a minha estádia por lá. Quis voltar para o único lugar que eu poderia fazer de meu lar novamente: São Paulo!

Arthur: - É verdade o que a moça da TV disse? - perguntou receoso após alguns minutos de voo. Arthur assim como eu foi surpreendido quando eu e Luan começamos a virar a matéria do programa de fofoca, e foi impossível desligar a Tv antes que víssemos o desfecho daquela história

Duda: - Que sua mãe é uma baita de uma chifruda? - perguntei sentindo minhas lágrimas escorrerem - Infelizmente sim meu bem. - engoli o restante do meu choro e o encarei - Mas vai ficar tudo bem tá? Eu vou ficar bem! - passei minha mão em seu cabelo.

Nicole dormia serena, parecia pressentir que eu precisava de um pouco de tempo hoje para assimilar a maior decepção da minha vida.

Arthur: - E pra onde a gente tá indo agora?

Fechei meus olhos ao pensar. Nosso lar outra vez mudou de endereço.

Duda: - Para casa.

*Luan Narrando

Brindei com champanhe o maior contrato da minha vida. Eu não me cabia em mim de alegria e tinha até esquecido de todo o mundo lá fora.... Isso até Roberval me tocar no ombro e me puxar para um canto.

Roberval: - Eu acho melhor você aproveitar essas horas que você tem antes do show e ir para a casa. As coisas realmente fugiram do controle!

Jamais imaginei que minha vida pessoal fosse tão exposta algum dia. E o pior: de maneira tão negativa! Eu estava tão irado com todas aquelas malditas mentiras, que antes de voar para São Paulo gritei aos quatro ventos que Wellington e qualquer outro que estivesse envolvido nessa história estava demitido da minha equipe. Eu nunca estive tão irritado na vida. Além da maldita mentira de uma porra de vídeo íntimo que nunca ocorreu, ainda tinha a história de agressão e suborno por parte da minha equipe. Eu nunca desejei tão fodidamente ser um zé ninguém como naquele momento.

Cheguei ao Rio e meu motorista já me aguardava. Entrei na porra do carro cuspindo fogo.

Luan: - Como ela tá? - perguntei finalmente me tocando do tamanho daquilo tudo. Até agora só havia pensado na proporção gigante que aquilo tinha na minha reputação, no meu nome e na raiva que eu estava daquelas putas de merda... mas então me dei conta... não era eu o ferrado daquela história. Pior do que estar em todos os meios de comunicação do país como o traidor, com certeza é ser a pessoa traída.

- Eu não sei. Hoje era a minha folga. Ainda não há vi. Mas creio que deve estar destruída. O senhor deveria ter tomado mais cuidado. - disse de forma contida

Luan: - O que? Você realmente acredita que eu fodi aquelas vagabundas de merda? Eu não sou esse tipo de homem!

- O senhor me desculpe, mas ela pode até acreditar nessa história, mas eu sou homem e....

Luan: - Me deixa em casa e some! Não quero você trabalhando mais pra mim! - quase gritei

- Você não pode... - virou-se irritado, mas o interrompi

Luan: - Cala a porra da boca e só acelera essa merda!

Minha cabeça doía tanto que minha visão até ficava turva. Cheguei ao prédio e as poucas pessoas que me viram se quer disfarçaram a curiosidade. Digitei a senha da nossa cobertura e só rezava para que Duda aceitasse conversar nas poucas horas que me restavam antes do show.

Entrei em casa feito um furacão e encontrei a sala vazia, exceto por alguns brinquedos de Nic espalhados.

Luan: - Duda! - a chamei firme

Não sabia se a procurava no andar de cima ou para o outro lado da casa, ouvi alguns passos e me decepcionei ao ver que era Lena e não ela. Pior ainda não foi não ser Duda ali, e sim o olhar que aquela mulher quase maternal me deu.

Lena: - Ela não merecia isso seu Luan. - disse negando com a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos e se eu não tivesse tão desesperado em falar com Duda, juro que me preocuparia com Lena.

Luan: - Eu não fiz nada Lena!

Não esperei por sua resposta, apenas subi correndo as escadas que me lavavam para os quartos. Passei pelo stúdio, mesmo sabendo ser impossível ela estar ali. Quarto de hóspedes, banheiro, sala de jogos, playground, e sala de música. Ela não estava. Fui no quarto das crianças e só encontrei algumas coisas bagunçadas. Com o coração não mão bati na porta do nosso quarto. Sua falta de resposta só me provava que ela estava lá. Eu não sabia o que lhe dizer, só sabia o quanto meu coração estava disparado. Pedi luz a Deus e mesmo sem sua resposta abri de forma cuidadosa o quarto.

Luan: - Amor... - á chamei sem jeito. Nossa cama estava um pouco bagunçada e não á vi em nenhum lugar. A porta do nosso banheiro estava aberta e ali ela também não estava

Segui de vagar até o nosso closet.

Luan: - Duda, eu juro que...

Parei de falar assim que não á vi ali também. Suspirei e voltei para o quarto. Estava prestes á sair para ir até o andar de nossa área de lazer quando algo brilhou em nossa cama. Me aproximei e senti todo o meu ar fugir dos pulmões. Uma dor descomunal me atingiu quando vi sua aliança de noivado e a de casada jogadas bem no meio de nossa cama. Como em um surto corri de volta para o nosso closet e abri a sua parte. Duda havia levado tudo que era seu. e junto dela o meu coração também.

Comentários

  1. Q infantilidade da duda, nunca conversa antes pra dps agir e já sai flando com o filho que é uma criança

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  2. Bom pra aprender, assim da mais valor, sei q é importante pra ele a carreira mas antes de falar com a Duda como ele mesmo dic ele preferiu o dinheiro

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  3. Bom pra aprender, assim da mais valor, sei q é importante pra ele a carreira mas antes de falar com a Duda como ele mesmo dic ele preferiu o dinheiro

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